quarta-feira, março 15, 2006

Amnésia

Este artigo saiu na Reuters, mas há muito se sabe que remédios para insônia destroem a memória.

Soníferos provocam reações bizarras nos EUA


O comportamento anormal de quem sofre de insônia e consome soníferos, fazendo coisas como comer desenfreadamente e fazer sexo durante o sono, está provocando questionamentos sobre a segurança de medicamentos como o Ambien, do laboratório Sanofi-Aventis.
Pesquisadores de Minnesota estão estudando casos nos quais os consumidores de Ambien levantam no meio da noite, assaltam a geladeira e no dia seguinte não se lembram de nada. Os dados devem ser publicados em breve.

Esses efeitos adversos dos soníferos são conhecidos há anos, mas a incidência está crescendo devido a uma explosão do consumo, segundo especialistas. Cerca de 30 milhões de norte-americanos consomem soníferos, segundo a Academia Americana de Medicina do Sono. Algumas estatísticas apontam um crescimento de 50 por cento desde o começo da década.

Entre os efeitos adversos mais graves estão a amnésia de curto prazo e acidentes com pacientes que, após uma noite de sono sob medicamentos, dirigem de forma desatenta. "O comportamento desses pacientes é relativamente raro e bizarro", disse Donna Arand, presidente da Associação Americana da Insônia.

"A sonolência diurna, ou seja, aquela sensação de estar drogado que as pessoas podem ter, é provavelmente o mais preocupante, por causa dos acidentes que podem ocorrer."

O Ambien lidera o mercado de soníferos nos EUA, que movimenta cerca de 2 bilhões de dólares. O aumento no consumo se deve em parte à publicidade, mas também porque muitos pacientes podem estar usando os medicamentos por períodos mais longos que o recomendado, segundo especialistas.

A entidade de direitos do consumidor Public Citizen alertou que o Ambien só deveria ser usado de forma limitada, por causa da amnésia temporária que induz, segundo o farmacêutico Larry Sasich.

O sistema de relatos da Administração de Alimentos e Drogas é voluntário e esporádico, razão pela qual "não sabemos quão grande o problema é e não temos forma de avaliar com precisão a prevalência", disse Sasich, consultor da Public Citizen.

A Sanofi-Aventis disse que o sonambulismo é um efeito colateral raro, que consta no rótulo do Ambien, e que todos os casos são relatados às autoridades. Ainda assim, não há estatísticas sobre a prevalência do problema.

Ken Sassower, neurologista do Hospital Geral de Massachusetts, em Boston, disse que um colega que tomou soníferos não se lembrava na manhã seguinte de ter dado orientação a residentes.

"A questão da memória pode ser um efeito colateral infrequente, mas quando acontece pode ser bastante significativo, e certamente precisa ser examinado de forma mais rigorosa", afirmou.

Os médicos aconselham não retirar o medicamento abruptamente, pois isso pode provocar síndrome de abstinência. "O risco sempre esteve aí, estamos vendo-o mais agora porque mais gente está usando as drogas", disse Merrill Mitler, diretor da unidade de Distúrbios do Sono do Instituto Nacional de Saúde dos EUA.


Reuters

Amit Goswami no Roda Viva

Amit Goswami no Roda Viva
Nesta entrevista, o físico indiano Amit Goswami fala sobre Deus e a inconsistência da ciência ao não levar a Sua existência em consideração.

sexta-feira, março 10, 2006

Calendário da Alma



Eu sinto a força do Ser Cósmico:
Fala a clareza do pensar,
Em comemoração ao crescimento do espírito
Dentro das noites escuras dos mundos,
E provê o dia vindouro dos mundos
Com raios internos de esperança.

Rudolf Steiner (trad Marcelo Guerra)

quinta-feira, março 09, 2006

Entrevista com médico inglês sobre a influência do $$$ sobre os médicos


O que o doutor não diz para você

O inglês Vernon Coleman, antes um médico como outro qualquer, acabou por se tornar um dos mais ácidos – e espirituosos – adversários da medicina convencional


Atenção: médicos podem ser prejudiciais à saúde. O inglês Vernon Coleman formou-se em Medicina em 1971, mas não tem a menor dúvida sobre essa advertência. Para provar sua tese, cita uma estatística surpreendente: durante uma greve de médicos que durou um mês em Israel, em 1976, a taxa de mortalidade caiu 46%. Em 1976, Coleman decidiu abandonar a prática e se dedicar à tarefa de criticar seus pares. Escreveu o livro Os Profissionais da Medicina, no qual acusava os médicos de manter relações promíscuas com a indústria farmacêutica e indicar aos pacientes remédios demais. Era o início de uma polêmica que dura até os dias de hoje. Coleman é um dos mais vitriólicos adversários da chamada medicina convencional. Por causa da cruzada já foi chamado de 'Médico do povo' e 'Campeão dos pacientes'. Nesta entrevista, ele defende algumas de suas opiniões incomuns, como a de que as vacinas podem ser prejudiciais à saúde e que os checkups são perda de tempo.

VERNON COLEMAN

Quem é
Inglês, tem 60 anos, casado, sem filhos

Currículo
Médico pela Universidade de Birmingham

Também conhecido como...
'Médico do povo' e 'Campeão dos pacientes'

Fotos: divulgação

ÉPOCA - A indústria farmacêutica influencia nas decisões dos médicos?
Vernon Coleman - É fácil responsabilizar a indústria - e muitas de suas práticas são grotescamente antiéticas. Mas acho que os médicos devem levar essa culpa. A indústria faz o que nasceu para fazer: dinheiro. Está nas mãos dos médicos serem mais críticos. Mas eles são treinados para acreditar que a única resposta para os problemas de saúde é alguma forma de intervenção farmacêutica.

ÉPOCA - Os médicos obtêm alguma vantagem ao recomendar medicamentos de determinado laboratório?
Coleman - Infelizmente, existem evidências de que médicos podem ser comprados com refeições grátis, televisões e viagens.

''O médico deve ouvir, ouvir e ouvir. Um bom médico aprende mais falando e escutando do que examinando. Medicina high-tech é bom, mas escutar é crucial''

ÉPOCA - O senhor critica a indústria, mas, sem ela, não faltariam recursos para pesquisar novas drogas?
Coleman - Nossa saúde é influenciada pela comida, água e pelas condições de vida e trabalho. As taxas de mortalidade infantil caíram por influência de moradia e saneamento melhor. E essa melhora afetou os números de expectativa de vida. Mas a indústria (e os médicos) gostam de fingir que vivemos mais por causa dos medicamentos. E ignoram o fato de que nosso corpo é perfeitamente capaz de se cuidar sozinho.

ÉPOCA - O senhor é contra o uso de remédios?
Coleman - Não. Sou contra seu uso abusivo. A prescrição excessiva de antibióticos, por exemplo, nos levou a uma resistência a eles. O uso abusivo de tranqüilizantes provocou um sério problema de vício no século XX. Outro exemplo: embora cada vez mais estudos independentes comprovem que pessoas com hipertensão podem reduzir permanentemente sua pressão aprendendo a relaxar, a maioria dos médicos ainda acredita que medicamentos são a única saída.

ÉPOCA - Se uma pessoa está com tanta dor de cabeça que mal consegue trabalhar, ela não deve tomar um remédio?
Coleman - Há muitas causas para a dor de cabeça. Tratar o sintoma pode não funcionar. Se a origem é estresse, a solução é aprender a lidar com ele. Em geral, os analgésicos são prescritos excessivamente, quando outras terapias podem ser efetivas e mais seguras. Só que a indústria farmacêutica e os médicos conspiram para manter essas opções em segredo.

ÉPOCA - A sua maior crítica aos remédios diz respeito a seus efeitos colaterais ou à eficácia deles?
Coleman - Os remédios não são tão efetivos como os laboratórios dizem. Mas o maior problema são os efeitos colaterais. Hoje, um em cada seis leitos hospitalares é ocupado por alguém que adoeceu devido ao tratamento recebido.

ÉPOCA - O senhor é contra os antidepressivos? Acha que a depressão é uma doença alimentada pela indústria?
Coleman - Os antidepressivos vêm sendo prescritos erroneamente para pessoas que estão infelizes ou têm algum problema localizado. Muitos usam sem precisar e nem se beneficiam com eles. Só a indústria se beneficia. Os médicos prescrevem porque distribuir receitas é mais fácil que investigar as causas e oferecer conselhos apropriados. Anos atrás, se você fosse ao médico dizendo que se sentia péssimo, ele provavelmente teria receitado um tônico inócuo, conversado com você durante uns 20 minutos e aconselhado a sair e se divertir um pouco. Temo que muitas vezes a pessoa seja diagnosticada como depressiva, quando simplesmente está angustiada, infeliz ou cansada da vida que leva.

ÉPOCA - Que outras doenças o senhor acha que são 'alimentadas' pela indústria?
Coleman - A asma é um exemplo. É só chegar ao médico com um leve chiado e ele logo dirá que se trata de asma e que a pessoa terá de usar um inalador pelo resto da vida.

ÉPOCA - Os governos compactuam com a indústria farmacêutica?
Coleman - Sim. Eles temem perturbar a indústria por conta de seu poder e do dinheiro que colocam no país. Na vitoriosa campanha de 1997, o Partido Trabalhista inglês prometeu investigar o uso de pesquisas com animais. Muitos amantes dos animais votaram nele por isso. Depois das eleições, o governo perdeu o interesse pelo assunto.

ÉPOCA - Como vê os escândalos envolvendo remédios como o Vioxx? E as denúncias de médicos que recebem dinheiro para pesquisar novas drogas e não divulgam os resultados negativos?
Coleman - O Vioxx é apenas um problema numa lista de muitos. Por muitos anos, eu venho falando sobre o modo como as empresas suprimem os resultados inconvenientes. Os laboratórios devem ser punidos por isso.

ÉPOCA - Qual a categoria de medicamentos mais perigosa?
Coleman - Remédios contra o câncer. O mundo seria um lugar melhor e mais seguro sem eles. São lucrativos para a indústria, mas suspeito que matem mais pessoas do que salvem.

''Os remédios não são tão efetivos como os laboratórios dizem. Mas o maior problema são os efeitos colaterais''

ÉPOCA - O senhor critica o checkup. Que prejuízos os exames podem gerar?
Coleman - Checkups não são mais úteis que um extrato bancário. Tirar um extrato por ano dá uma idéia falsa da sua saúde financeira. Um estudo financiado pelo governo inglês não mostrou diferença significativa entre a saúde de pessoas que se submeteram a avaliações regulares durante sete anos e a daquelas que não o fizeram. Um grupo de especialistas no Canadá afirmou que o checkup anual deveria ser descontinuado.

ÉPOCA - E as vacinas, o que o senhor diz delas?
Coleman - Algumas vacinas causam problemas enormes. Maiores que aqueles que deveriam evitar. Elas podem danificar o cérebro e o corpo. Seu valor é superestimado; e os perigos são subestimados. Algumas previnem a propagação das doenças, mas com alto custo para os indivíduos.

ÉPOCA - No Brasil, doenças como a poliomielite foram erradicadas com vacinas. Não é um bom argumento a favor delas?
Coleman - Se você olhar os gráficos, verá que as doenças infecciosas já estavam diminuindo antes mesmo das vacinas.

ÉPOCA - O senhor tomou vacinas quando era criança?
Coleman - Sim, mas tive sorte, pois sobrevivi. A questão das vacinas é a relação risco-recompensa. O risco de contrair a maioria das doenças que as vacinas previnem é pequeno.

ÉPOCA - A idéia de juntar a medicina tradicional com terapias alternativas vem ganhando força na opinião pública. E entre os médicos?
Coleman - Eles ainda relutam em aceitar que a medicina alternativa pode oferecer um grande benefício. Muito freqüentemente, eles fazem um curso de fim de semana em acupuntura, por exemplo, e acreditam que são médicos 'holísticos'. Medicina holística significa tratar o paciente com aquilo que for melhor para ele - e isso raramente acontece. Infelizmente, alguns terapeutas alternativos são tão opostos à medicina ortodoxa que também não ajudam seus pacientes. No mundo ideal, o paciente seria tratado com a melhor terapia para cada caso ou com qualquer combinação que seja efetiva.

ÉPOCA - Como deveria ser uma consulta médica?
Coleman - O médico deve ouvir, ouvir e ouvir. Um bom médico aprende mais falando e escutando do que examinando. Medicina high-tech é bom, mas escutar é crucial.

ÉPOCA - O senhor toma algum remédio? Como cuida de sua saúde?
Coleman - Tomarei remédios se precisar deles e acreditar que as vantagens vão sobrepujar as desvantagens. Mas a maioria dos problemas pode ser resolvida sem drogas.

Policrestos e Experimentação - Aos Homeopatas

A escolha do medicamento homeopático sempre foi feita fenomenologicamente: colhem-se os sintomas na anamnese e, através da totalidade dos sintomas, é feita esta escolha, geralmente com o uso de repertórios. Na época dos homeopatas clássicos, eram feitas muitas experimentações, permitindo um conhecimento detalhado de vários remédios, que tornaram-se os policrestos e semi-policrestos. Nas repertorizações, por terem muitos sintomas, esses remédios sempre aparecem em destaque e foram ( e são) muito utilizados, com maior ou menor sucesso terapêutico.
Atualmente, fazemos poucas experimentações, apesar de alguns grupos dedicarem-se a isso. Com isso, surgiram algumas correntes dentro da Homeopatia que, na busca por alternativas aos policrstos, mudaram a forma de escolher os medicamentos, saindo da fenomenologia estrita e lançando mão de interpretação dos sintomas, metáforas, temas, etc. Esses métodos permitem prescrever remédios pequenos (melhor dizendo, pouco experimentados) com uma freqüência muito maior, o que foi bom, mas não é o ideal porque não se baseia na comparação dos sintomas, mas de uma interpretação que nem sempre é reprodutível. Na minha prática, deixo esses métodos como uma alternativa para aqueles pacientes que não evoluem bem com a prescrição feita através dos sintomas somente, sem interpretá-los. Apesar de achar a prescrição através da interpretação dos sintomas válida em determinados momentos, ela não é o ideal, porque cada interpretação depende da vivência de cada profissional.
Mas como mudar esse quadro? É possível prescrever remédios pequenos através da repertorização dos sintomas como se apresentam ao observador? Creio que, nos dias de hoje, isso ainda não seja possível devido à pobreza sintomática destes remédios. Para isso, seria necessário que expandíssemos o conhecimento a respeito deles, e isso só é possível através de patogenesias.
O meu desejo é que esta mensagem se tornasse um chamado para que os diferentes grupos de homeopatas fizessem experimentações dos remédios pequenos, para ampliarmos nosso conhecimento a respeito deles. Não precisamos nem devemos descartar os policrestos, precisamos é conhecer mais policrestos!
Saudações homeopáticas,