sábado, dezembro 24, 2005

Dessa vez eu concordo com o Papa

Alegria, não presentes, é a dádiva do Natal, diz papa

Roma - O papa Bento XVI disse que a alegria, e não presentes caros, é a verdadeira dádiva do Natal. "Você deve trazer alegria, não presentes caros que custam tempo e dinheiro", disse o pontífice, numa homilia improvisada, durante sua primeira visita, como papa, a uma paróquia de Roma.

Ele também propôs a alegria como um antídoto para os males da sociedade. Segundo o papa, a alegria liberta. "Com um sorriso, um ato de gentileza, uma pequena ajuda, perdão, você pode levar alegria, e a alegria voltará com você".

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Monnerat

 
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quarta-feira, novembro 30, 2005

quarta-feira, novembro 23, 2005

Vergonha!!!

Olha o que o Ancelmo Góis contou hoje em sua coluna d'O Globo:
Meu Deus!

O Vaticano cancelou ontem a participação da brasileira Daniela Mercury no concerto de Natal, dia 3 de dezembro, que vai celebrar a abertura do Ano Xaveriano, em honra a São Francisco Xavier, com a presença do Papa Bento XVI. O convite tinha sido feito há cinco meses.

O motivo é que a cantora — que tem forte ligação com a área social da Igreja Católica na Bahia — estrelou o comercial de prevenção à Aids no último carnaval. Daniela se apresentaria com artistas do mundo inteiro.

Lamento de Daniela

Superemocionada, Daniela diz que respeita a religião católica, que é a sua, mas afirma: “Lamento não poder representar meu país como artista.”

A cantora reafirma seu direito de discordar da Igreja no que diz respeito à camisinha como forma de prevenção a doenças sexualmente transmissíveis. “Para mim, o uso de camisinha é instrumento de proteção à vida!”

Em tempo...

Daniela tem razão.

Bem, por isso é tão difícil ser católico hoje em dia... Onde está o amor, o respeito ao ser humano que Jesus ensinou?

terça-feira, outubro 04, 2005

Charitas ao amanhecer

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Terapia de Reposição Hormonal causa câncer de mama

Diversas pesquisas comprovam a relação entre o uso de hormônios (estrogênios e progestagênios) sintéticos para aliviar os sintomas da menopausa, (como fogachos, osteoporose, etc) e um aumento de até 30% (!) na incidência de câncer de mamas. Na edição do último 16 de setembro do International Journal of Cancer foi apresentado o resultado de uma pesquisa realizada com 55.371 mulheres de 5 diferentes grupos étnicos, e entre as que usavam hormônios sintéticos houve um aumento de 29% na incidência de câncer de mama, comprovando definitivamente esta relação.
A fitoterapia tem recursos para o alívio dos sintomas da menopausa, como a soja, o yam mexicano, o dong quai, etc. Os resultados de recentes pesquisas evidenciam uma melhora na massa óssea, diminuição dos fogachos, melhora da atividade cardiovascular, e diminuição do colesterol em mulheres na menopausa que usaram fitormônios.

terça-feira, setembro 27, 2005

Proibido ficar murmurando em cima de bebês na Inglaterra


Um hospital de West Yorkshire, na Inglaterra, proibiu que as pessoas que visitam bebês recém-nascidos fiquem falando com eles naquele jeito típico de quem fala com bebês: "que gracinha..." "lindinho da vovó...". A direção do hospital alega que tomou tal medida para evitar infecções nos bebês. É mais um exemplo de como a burocracia interfere na vida das pessoas. Leia a reportagem (em inglês) clicando aqui.
No site da BBC há uma enquete sobre o assunto, e quase todos os comtários são de pessoas criticando a medida, por considerá-la arbitrária e invasiva à intimidade e aos hábitos das famílias.

terça-feira, setembro 06, 2005

Cigarro e suas estatísticas

Veja as estatísticas relacionadas ao uso de cigarros e tire suas conclusões:
  • A Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê que até o ano 2025, 500 milhões de pessoas terão morrido no mundo todo por doenças relacionadas ao cigarro.
  • Nos Estados Unidos, mais de 450 mil pessoas morrem anualmente em decorrência de doenças relacionadas ao cigarro. Note que esse número equivale a 3 acidentes fatais com aviões 747 lotados. Esse número é 3 vezes maior que o número de mortes anuais (nos Estados Unidos) por uso de drogas ilícitas, consumo de álcool, homicídios, AIDS, suicídio, acidentes de carro e de moto, somados!!!
  • 10% de todo o gasto com tratamento médico nos Estados Unidos é direcionado para doenças relacionadas ao cigarro, como INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO, ENFISEMA PULMONAR, CÂNCER (de pulmão, de estômago, de esôfago, de bexiga, etc).
  • 80 a 90% dos casos de impotência em homens são causados pelo cigarro.

No dia 29 de agosto, o INCA (Instituto Nacional do Câncer) organizou o Dia Nacional de Combate ao Fumo, e O Globo publicou a seguinte matéria:

Existe razão para continuar fumando?Globo OnlineRIO - Aproveite o Dia Nacional do Combate ao Fumo para rever seus conceitos. Veja as principais razões que os fumantes dão para justificar por que mantêm este hábito nada saudável e, se você for um deles, encontre motivação para abandonar o vício e começar uma vida melhor.

1 - É muito bom, um grande prazer. Claro que é. Se não ninguém fumaria seu segundo, quinto, décimo cigarro. Mas depois de muitas e muitas tragadas, a sensação não é de prazer, mas sim de satisfazer um vício. Uma das substâncias presentes no cigarro, a nicotina desencadeia um prazer que pode ser traduzido com alívio quando absorvida pelo organismo. Como o fumante é um dependente, seja químico ou psicológico, quando fica muito tempo sem fumar seu corpo começa a dar sinais de abstinência, que não são nada agradáveis e, para rebatê-los, só ingerindo a droga. Então, essa sensação de prazer é controversa. Se mesmo assim você não se convenceu e acha que o cigarro dá mesmo prazer, pare e pense: há tantas outras formas de ter prazer na vida e você restringe tudo a umas tragadas? Quanta limitação...

2 - Faz mal, mas tudo bem, outras coisas também fazem. Justificativa bobinha... Parece resposta de criança mimada. Tudo bem, há uma infinidade de coisas que fazem mal, mas os derivados do tabaco causam quase 50 doenças diferentes - sobretudo cardiovasculares, câncer de diversos tipos e doenças respiratórias obstrutivas crônicas (efisema). Você conhece outra coisa capaz de fazer, isoladamente, tamanho estrago?

3 - Fumar é charmoso, sexy. O.k., Don Juan. O.k., dublê de Sharon Stone. Você fica mais sexy quando segura um cigarro entre os dedos e solta com todo charme aquela envolvente fumaça no ar, cliando um clima de sedução. Mas cuidado. Esse climão todo pode se transformar num grande vexame. Fumar causa impotência nos homens. Já a mulher pode até ter um bom desempenho sexual, mas sua essência feminina será posta à prova. Segundo dados do Instituo Nacional do Câncer (Inca), as fumantes têm maior risco de infertilidade, câncer no colo do útero e menopausa precoce. Vai arriscar?

4 - É sinal de personalidade, de gente que não se dobra à perseguição dos não-fumantes. Desculpe, mas você não é tão independente quanto pensa. Dados do Inca mostram que a indústria do fumo usa todos os tipos de estratégia para seduzir (principalmente os jovens) e manter o "reabastecimento das fileiras" daqueles que deixam de fumar ou que morrem, garantindo os consumidores regulares de amanhã. Trocando em miúdos, você faz parte de uma massa de manobra, uma peça facilmente manipulável pela indústria do tabaco. Ou, como diriam os próprios fabricantes de derivados do tabaco: "reservas de abastecimento".Quanto à perseguição dos não-fumantes, ela pode ser chata, mas tem fundamento. A fumaça do cigarro é uma mistura de aproximadamente 4.700 substâncias tóxicas, muitas delas cancerígenas. Para citar apenas um exemplo, 90% dos casos de câncer do pulmão, de acordo com o Inca, são de fumante. Dos 10% restantes, um terço é formado por fumantes passivos.

5 - Dá serenidade, acalma. Por favor não vá ficar nervoso. O cigarro não te acalma, é ele que te deixa tenso. "Irritabilidade e ansiedade são alguns dos sintomas da crise de abstinência causada pela falta de nicotina no organismo. Ao fumar, o corpo recebe a substância essas sensações passam momentamente, pois o efeito da nicotina dura cerca de duas horas. Depois, se a pessoa não procurar um tratamento para deixar de fumar, começa tudo de novo", explica a psiquiatra Analice Gigliotti, chefe do setor de dependências químicas da Santa Casa de Misericórdia.

6 - Mantém a mente alerta. Mais uma vez entra em cena a ação da abstinência de nicotina. "A síndrome de abstinência é cerebral e causa depressão, inquietação e diminuição de concentração", afirma Analice. Então, você simplesmente tem a impressão de que está mais concentrado, quando de fato está tornando seu cérebro cada vez mais dependente de um combustível fatal para poder funcionar. Calma, ninguém duvida da sua capacidade de se concentrar. Pelo contrário. Experimente ficar de duas a três semanas sem fumar e você verá que sua mente, de repente, conseguirá se manter alerta sem artifício algum.

7 - Fumar aproxima as pessoas. "Quantos relacionamentos e fortes amizades começaram com a simples pergunta 'você tem fogo'?", questionam os fumantes. O que dá margem a uma outra pergunta: quantas amizades importantes e relacionamentos interessantes você já perdeu porque espantou muita gente com essa fumaça ao seu redor? Ou por não ter podido entrar em algum lugar onde é proibido fumar? Reflita. Você está restringindo seu campo social.

8 - Dá segurança, sensação de poder. Parabéns, você acabou de confessar que é um dependente psicológico. "Os usuários de drogas, e a nicotina é uma droga, costumam vincular sentimentos com os quais não consegue lidar às drogas. Timidez, insegurança, inquietação são sensações que todos sentimos, mas amadurecemos e desenvolvemos habilidades para lidar com elas", analisa a psiquiatra Analice Gigliotti. Ou seja, você, fumante, precisa amadurecer e saber lidar com as dificuldades da vida de forma mais saudável.

9 - Mata. Mas e daí? Basta estar vivo para morrer. Sim, você está cansado de saber: cigarro faz mal e mata. Ninguém duvida de sua inteligência ou da sua capacidade de se manter bem informado. Mas será que você tem a real noção de como as mortes decorrentes do hábito de fumar são graves, sofridas e freqüentes? Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabagismo é a principal causa de morte evitável do mundo. São cerca de 10 mil mortes por dia e 9 milhões por ano. Perdão se isso tudo soa repetitivo, mas não é possível que mesmo assim você ache que isso não significa nada. Teimosia tem um limite.

10 - Se os pais fumam, por que os filhos não podem fumar também?

11 - Se os pais não fumam, por que os filhos têm que ser iguais a eles? Duas razões são movidas por motivos semelhantes. Os jovens são o principal - e mais fácil - alvo da indústria do tabaco. Se antes usava a imagem de liberdade, força e aventura para vender cigarro, esta indústria, depois que teve que assumir que o fumo causa graves malefícios, passou a usar uma estratégia de marketing que, segundo o Inca, apela para a idéia de que fumar é "coisa de adulto" e, por isso, "proibido" para os jovens. Ingredientes perfeitos para estimular a exacerbação de características típicas dos adolescentes e jovens: o desejo de se afirmar como adulto, a rebeldia e a rejeição aos valores dos pais. Ou seja, mais uma vez o consumidor vira um joguete fácil na estratégia da indústria do tabaco.

12 - Fumantes salvam as festas de aniversário. Sem eles, ninguém acenderia as velas do bolo. Isso é fato. Eis uma hora em que ter um fumante por perto salva a pátria. Para os não-fumantes, é a garantia do parabéns. Já para o fumante... Até quantas velinhas de aniversário ele conseguirá colocar no bolo, já que estimativas dão conta de que o tabagismo mata 45% dos fumantes por doença coronariana antes dos 60 anos e 45% por enfarte agudo do miocárdio antes dos 65?

Taí, a decisão é sua! Viver saudavelmente ou adoecer.

sábado, agosto 13, 2005

Artigo de Frei Betto

Salvemos o PT

Frei Betto

PT não significa Partido do Trambique, da Trapaça ou da Tramóia. É o Partido
dos Trabalhadores que, ao longo de 25 anos de existência, revelou possuir
muitas virtudes e alguns vícios. Agora ele aparece, aos olhos de
considerável parcela da opinião pública, um partido "igual aos outros" ou
"farinha do mesmo saco".

O horror da Inquisição na Idade Média e os recentes casos de pedofilia não
obscurecem a história da Igreja, banhada pelo sangue dos mártires e abraçada
por tantas figuras exemplares, como Francisco de Assis, Bartolomeu de las
Casas e madre Teresa de Calcutá.

O fato de alguns dirigentes do PT terem agido em contradição com a ética e
os princípios do partido não significa que houve conivência do conjunto de
sua direção e, muito menos, de sua militância, em geral gente pobre,
desempregados, donas de casa, operários, pequenos agricultores, estudantes e
profissionais liberais.

Excessos, traições e corrupções ocorrem, infelizmente, em todas as
instituições. Até Jesus teve Judas em seu grupo.

O PT não merece ser levado na enxurrada do esgoto destampado pelo deputado
Roberto Jefferson. Precisa ser preservado e depurado, como bem percebeu o
presidente Lula ao apoiar as CPIs, demitir o ministro José Dirceu e intervir
na direção do partido, agilizando a substituição de seus membros por
ministros de alta competência e confiabilidade, como Tarso Genro (Educação),
Ricardo Berzoini (Trabalho) e Humberto Costa (Saúde).

Nunca me filiei ao PT, mas participo de sua história, abonei-o junto às
Comunidades Eclesiais de Base e aos movimentos populares. Como cidadão,
constato que ele está visceralmente comprometido com o futuro do país. Se o
PT naufragar junto com seus dirigentes alvos de suspeitas, em qual outro
horizonte os pobres haverão de canalizar suas esperanças? O PT é muito maior
do que seus dirigentes acusados de agir ilicitamente no tráfico de verbas de
campanha.

Numa nação em que a parcela dos 10% mais ricos controla 42% da riqueza e, na
outra ponta, os 10% mais pobres dividem entre si 1% da renda nacional, o PT
tem sido a referência de mudanças no rumo da justiça social, malgrado o
freio de mão representado pela atual política econômica do governo.

A hipótese de esgarçadura do PT, advogada por setores retrógrados da
política brasileira, é uma ameaça à estabilidade democrática. Sem o PT, os
movimentos populares perderão sua representação política. É verdade que
poderiam delegá-la a outros partidos progressistas, mas nenhum deles tem
suficiente capilaridade no país, nem suscita o entusiasmo confiante que o PT
goza Brasil afora.

Sem o PT no cenário político brasileiro, o movimento popular ficará órfão,
sem canal de expressão, o que poderá induzi-lo ao desencanto com a política
institucional e resultar em graves desvios. Centrais sindicais e movimentos
de trabalhadores sem-terra podem ceder à tentação de se transformarem em
alternativas partidárias, esvaziando suas bandeiras específicas. Movimentos
sociais talvez se vejam incapazes de conter a revolta de seus militantes em
busca de vias alternativas, não-institucionais, para as mudanças sociais.
Não há quem possa garantir que tais alternativas venham a respeitar os
limites do estado de direito.

A luta armada interessa hoje, no Brasil, a apenas dois setores: aos
fabricantes de armas e à extrema-direita, saudosa dos tempos em que o fuzil
subjugava a lei. Porém, não se pode pedir a 53,9 milhões de pobres que
tenham paciência infinita. Embora o governo federal venha implantando
políticas sociais inovadoras, como o Fome Zero e, dentro dele, o Bolsa
Família; o microcrédito; o Pronaf; o seguro-safra; a demarcação de terras
indígenas, como Raposa Serra do Sol; o cooperativismo; e a ampliação do
emprego formal; ainda falta muito para que sejam atingidos os compromissos
históricos do PT, como a efetivação das reformas agrária e trabalhista.

Ninguém sai incólume de uma crise. Esta que ora abala o país e, no olho do
furacão, o PT, deverá servir para que a nova direção do partido - a
provisória e a que será eleita em setembro - repense seus mecanismos
internos de controle, seus princípios éticos, seus critérios de
financiamento de campanha, seu processo de filiação, de formação política da
militância e de qualificação dos dirigentes, sua visão estratégica de um
Brasil menos desigual e mais desenvolvido.

O PT é fiador de uma incomensurável esperança, hoje centralizada no governo
Lula. Pior que todas as maracutaias é ver o medo, frente às injunções do
mercado financeiro, vencer essa esperança. Não é a corrupção que mais ameaça
o PT. É o risco de o partido não cumprir seu papel histórico de agente de
transformação social. Como disse Lula na Praça da Bastilha, em Paris, faz-se
grande quem sabe pensar grande. Se o PT pensar apenas nas próximas eleições,
cego ao horizonte de mudanças que ele descortinou, haverá de definhar como
uma estrela sem brilho. E arrastará consigo a esperança de milhões de
pessoas. Restará a desesperança, em cujo ventre germinam as sementes
malignas da política: o fascismo, o fundamentalismo e o terrorismo.

Salvemos o PT, livrando-o de quem não o merece. Trata-se de salvar a
democracia brasileira. E que a lição sirva a todos nós: quando não há
clareza de quem são os nossos adversários, corremos o risco de nos comportar
como eles.

Frei Betto é escritor, autor de "Gosto de Uva" (Garamond), entre outros
livros.

terça-feira, agosto 09, 2005

Lembranças de FHC

A Ana Marta me enviou um e-mail para lembrar que a corrupção no Brasil não nasceu com a eleição de Lula, como querem nos fazer acreditar. Segue abaixo:
Recordar é Viver.

BREVE HISTÓRICO DA CORRUPÇÃO NOS TEMPOS DE FHC

1) Projeto Sivam: Logo no iní­cio da gestão de FHC, denúncias de corrupção e tráfico de influências no contrato de US$ 1,4 bilhão para a criação do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam) derrubaram um ministro e dois assessores presidenciais. Mas a CPI instalada no Congresso, após intensa pressão, foi esvaziada pelos aliados do governo e resultou apenas num relatório com informações requentadas ao Ministério Público.

2) Pasta Rosa: Pouco depois, em agosto de 1995, eclodiu a crise dos bancos Econômico (BA), Mercantil (PE) e Comercial (SP). Através do Programa de Estí­mulo à Reestruturação do Sistema Financeiro (Proer), FHC beneficiou com R$ 9,6 bilhões o Banco Econômico numa jogada política para favorecer o seu aliado ACM. A CPI instalada não durou cinco meses, justificou o "socorro" aos bancos quebrados e nem sequer averiguou o conteúdo de uma pasta rosa, que trazia o nome de 25 deputados subornados pelo Econômico.

3) ESCÂNDALO DOS Precatórios: Em novembro de 1996 veio à tona a falcatrua no pagamento de títulos no Departamento de Estradas de Rodagem (Dner). Os beneficiados pela fraude pagavam 25% do valor destes precatórios para a quadrilha que comandava o esquema, resultando num prejuízo à União de quase R$ 3 bilhões. A sujeira resultou na extinção do órgão, mas os aliados de FHC impediram a criação da CPI para investigar o caso.

4) Compra de votos: Em 1997, gravações telefônicas colocaram sob forte suspeita a aprovação da emenda constitucional que permitiria a reeleição de FHC. Os deputados Ronivon Santiago e João Maia, ambos do PFL do Acre, teriam recebido R$ 200 mil para votar a favor do projeto do governo. Eles renunciaram ao mandato e foram expulsos do partido, mas o pedido de uma CPI foi bombardeado pelos governistas.

5) DesvalorizaÇÃO do real: Num ní­tido estelionato eleitoral, o governo promoveu a desvalorização do real no iní­cio de 1999. Para piorar, socorreu com R$ 1,6 bilhão os bancos Marka e FonteCidam - ambos com vínculos com tucanos de alta plumagem. A proposta de criação de uma CPI tramitou durante dois anos na Câmara Federal e foi arquivada por pressão da bancada governista.

6) Privataria: Durante a privatização do sistema Telebrás, grampos no BNDES flagraram conversas entre Luis Carlos Mendonça de Barros, ministro das Comunicações, e André Lara Resende, dirigente do banco. Eles articulavam o apoio a Previ, caixa de previdência do Banco do Brasil, para beneficiar o consórcio do banco Opportunity, que tinha como um dos donos o tucano Pérsio Árida. A negociata teve valor estimado de R$ 24 bilhões. Apesar do escândalo, FHC conseguiu evitar a instalação da CPI.

7) CPI da Corrupção: Em 2001, o governo FHC bloqueou a abertura de uma CPI para apurar todas as denúncias contra a sua gestão. Foram arrolados 28 casos de corrupção na esfera federal, que depois se concentraram nas falcatruas da Sudam, da privatização do sistema Telebrás e no envolvimento do ex-ministro Eduardo Jorge.

8) Eduardo Jorge: Secretário-geral do presidente, Eduardo Jorge foi alvo de várias denúncias no reinado tucano: esquema de liberação de verbas no valor de R$ 169 milhões para o TRT-SP; montagem do caixa-dois para a reeleição de FHC; lobby para favorecer empresas de informática com contratos no valor de R$ 21,1 milhões são para a Montreal; e uso de recursos dos fundos de pensão no processo das privatizações. Nada foi apurado e hoje o sinistro aparece na mí­dia para criticar a "falta de ética" do governo Lula. E apesar disto, FHC impediu qualquer apuração e sabotou; todas as CPIs.

9) O ENGAVETADOR GERAL” : FHC contou com a ajuda do procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, que por isso foi batizado de "engavetador-geral". Dos 626 inquéritos instalados até maio de 2001, 242 foram engavetados e outros 217 foram arquivados. Estes envolviam 194 deputados, 33 senadores, 11 ministros e ex-ministros e em quatro o próprio FHC. Nada foi apurado, a mí­dia evitou o alarde e os tucanos ficaram intactos. Lula inclusive revelou há pouco que evitou reabrir tais investigaçõess: deve estar arrependido dessa bondade!



O QUE FAZ A DIFERENÇA

1) Diferente do reinado tucano, hoje existe maior seriedade na apuração das denuncias de corrupção. Nesse curto período foram presas 1.234 pessoas, sendo 819 políticos, empresá¡rios, juízes, policiais e servidores acusados de vários esquemas de fraude.

2) Ações de desvio do dinheiro público foram atacadas em 45 operações especiais da PF.

3) A Controladoria Geral da União fiscalizou até agora 681 áreas municipais e promoveu 6 mil auditorias em órgãos federais, que resultaram em 2.461 pedidos de apuração ao Tribunal de Contas da União.

4) A Controladoria só passou a funcionar de fato no atual governo, que já efetivou 450 concursados para o trabalho de investigação.

5) A atual investida do PSDB-PFL não tem nada de ética, visa imobilizar o governo Lula e desgastar sua imagem, preparando o clima para a sucessão presidencial e pode ainda resultar na privatização dos Correios, acelerando a tramitação do projeto de lei 1.491/99, interrompida pelo atual governo, que acaba com o monopólio estatal dos serviços postais.

domingo, agosto 07, 2005

Raísa n'O Fluminenese de hoje

Hoje Raísa apareceu numa entrevista sobre escolha da carreira profissional no jornal O Fluminense. Pena que a versão online não mostre a foto dela!

sexta-feira, agosto 05, 2005

Hoje no Ancelmo Gois, o ovo de Colombo

Não há, diga-se a favor, prova que ligue Lula a Marcos Mala Valério. Mas o presidente, em última instância, responde pelo que ocorre em seu governo. Tanto pelas coisas boas (a ação da PF contra a corrupção, por exemplo) quanto pelas ruins (Correios, BB, Casa Civil...). Lula parece fugir da responsabilidade.

quinta-feira, agosto 04, 2005

Entrevista de César Benjamin ao Canal Livre no dia 31/07/2005

ENTREVISTA DO CÉSAR BENJAMIM AO CANAL LIVRE

Fundador do PT e coordenador da campanha de Lula a presidente em 1989,
o cientista político César Benjamin foi um dos entrevistados por
Roberto Cabrini, Fernando Mitre e Antônio Teles na edição do programa
Canal Livre da TV Bandeirantes que foi ao ar no dia 31 de julho de
2005. César deixou o PT em 1995. Segue o que ele disse:

Roberto Cabrini ? O senhor acredita que o presidente Lula
termina o seu mandato?
César Benjamin ? Eu acredito que termina. Eu acho que não há, nesse
momento, na sociedade brasileira nenhum setor minimamente
significativo interessado em interromper o seu mandato. O impeachment
é, antes de tudo, uma decisão política.
RC ? Nós temos um presidente refém da oposição nesse momento?
CB ? Eu acho que o Lula é refém de um pouco de tudo. Eu acho que ele é
um presidente fraco. Vai terminar o mandato de maneira melancólica..
RC- E se for comprovado que ele sabia de tudo isso?
CB ? Certamente a situação se agrava muito e nós teremos uma situação
imprevista. A grande elite brasileira teme a possibilidade de que o
vice-presidente José de Alencar assuma o governo, altere a política
econômica e se credencie a como forte candidato para 2006. A gente
prefere o Lula fraco chegando em 2006 a criar esse vazio de poder.
Fernando Mitre ? Como o senhor vê a alegação do presidente Lula de que
as elites estão tramando contra ele?
CB ? Eu acho que o Lula desassociou aquilo que ele faz daquilo que ele
diz. Ele é capaz de demitir o Olívio Dutra de manhã e a tarde dizer
que jamais aceitará nenhuma pressão das elites, tendo nomeado o
indicado de Severino. Ele é capaz de cortar as verbas de todos os
ministérios e dizer que nenhum governo faz tanto quanto o dele está
fazendo. Eu acho que ele está apelando para os segmentos da opinião
pública menos informados e buscando uma identificação mais de base, de
classe social de origem. Uma identificação profundamente
despolitizada, dirigida aos setores menos informados. Foi a saída que
ele encontrou.
RC ? Até quando a popularidade do presidente resiste a esse processo?
CB ? É difícil afirmar, até porque para isso seria preciso saber bem
como funciona a cabeça desses setores da opinião pública que estão
mais distantes. Setores mais empobrecidos e menos informados. Eu acho
que ele terminará muito mal o governo, até porque ele está fazendo um
governo muito ruim. As mudanças que ele fez desassociaram ainda mais
seu governo do projeto original do PT
Antônio Teles ? O senhor acha que ele tem o controle dos movimentos
sociais de tal forma que em uma emergência ele poderia lançar mão
desses movimentos para um esforço na rua e pressionar pela permanência
e se fortalecer?
CB ? Não acredito. A relação do Lula com os movimentos sociais vem
piorando e está no seu ponto mais baixo. É muito fácil armar cenários,
mas os movimentos sociais fizeram um esforço de ir a Lula propor uma
alternativa e a posição que eu percebo hoje é de grande frustração.
AT ? Por exemplo, O MST não participa.
CB ? Há um distanciamento crescente e cada vez mais explícito, até
porque o projeto de reforma agrária está parado.
FM ? O senhor foi o primeiro a se declarar frustrado com o PT em 1990.
Qual o motivo?
CB ? Isso remete a uma questão importante, relacionada com que está
acontecendo hoje: a longevidade desses esquemas que estão aparecendo
nesse momento. O que está aparecendo agora não é fruto de uma atitude
individual intempestiva de alguns. É uma prática sistêmica que tem
pelo menos 15 anos no âmbito do PT, da CUT e da esquerda em geral.
Nesse ponto, a responsabilidade do presidente Lula e do ex-ministro
José Dirceu é enorme.
RC ? Como o país vai sair desse processo?
CB- Talvez um país um pouco mais dilacerado. Eu temo muito porque
temos processos de natureza sociológica. É um país urbanizado e
empobrecido, que tinha até aqui uma espécie de reserva política e
moral. Ele gastou essa reserva.
AT ? Mas o senhor não acabou de contar como foi seu processo de
desilusão...
CB ? Isso que está aparecendo agora é o desdobramento de uma série de
práticas que começaram na gestão do FAT (Fundo de Amparo ao
Trabalhador) no fim dos anos 90, quando o senhor Delúbio Soares foi
nomeado representante da CUT na gestão do FAT. Até onde eu sei,
começaram ali práticas de financiamento muito heterodoxas. Isso se
desdobra na campanha de 94.
AT ? Na época, lançou-se mão do FAT?
CB ? Sim. Começa um tipo de prática que vai dar a esse grupo uma arma
nova na luta interna da esquerda.
RC ? Na época, quem tinha conhecimento disso?
CB- O grupo mais íntimo de Lula. O Lula nunca foi um quadro orgânico.
Ele sempre teve seus esquemas pessoais na vida interna do PT que
culminou na formação do Instituto da Cidadania, anos depois. Um
esquema paralelo que seus amigos mais íntimos freqüentavam. Esse
esquema pessoal do Lula começou a gerenciar quantidades crescentes de
recursos e isso foi um fator decisivo para que o grupo político do
Lula pudesse obter a hegemonia dentro do PT e da CUT. No início dos
anos 90, a disputa interna do PT era muito equilibrada. Eles chegaram
a perder uma convenção em 1993 e introduziram uma arma nova nessa
disputa interna. Quando você está numa disputa interna e introduz uma
arma nova, você tem grande vantagem. Essa arma foi o poder do
dinheiro.
RC ? O senhor chama isso de deslumbramento do poder ou de os fins
justificam os meios?
CB ? No início havia fins. Havia projeto político de controlar o PT,
de controlar a CUT, mas eu acho que com o tempo esse grupo foi
dissolvido por sua própria prática.
FM ? Parece que houve uma desilusão muito grande do senhor em 89,
ainda no final da campanha eleitoral...
CB ? No fim de 1989 eu tive meu sinal amarelo na relação pessoal com o
Lula. Ele me disse que nos dias seguintes ao famoso debate da rede
Globo ele tinha se reunido com a direção da Globo e tinha derrubado
vários litros de whisky. Eu achei que foi uma atitude extremamente
antiética. Eu achei que uma pessoa que se prestava a esse papel tinha
um problema de caráter.
FM ? O que ele alegou?
CB ? Ele alegou que não ia brigar com a Globo, que precisava ficar bem
com a emissora. Depois eu participei da coordenação da campanha de
1994 na direção do PT. Houve nessa campanha um segundo fato que foi
para mim a gota d'água: o levantamento de recursos paralelos, como diz
Delúbio Soares, recursos não contabilizados, sem que isso tivesse sido
discutido na direção. Eu não sabia, a direção não sabia. Só o grupo de
amigos do Lula participava desse tipo de decisão. Eu me lembro de
ingenuamente propor várias vezes na coordenação da campanha que nós
abríssemos ao público o nosso sistema de financiamento e pedíssemos
que os adversários fizessem o mesmo por uma questão de transparência
de campanha. O próprio Lula foi quem me falou que não faríamos isso,
sem explicar por quê. Depois ficou claro que havia um financiamento
via bancos, empreiteiros, que nunca havia sido discutido na direção do
partido. Não era aceitável que uma fração da direção do partido
montasse mecanismos paralelos. Não obtive nenhuma reação da direção do
PT. Havia um encontro nacional do partido em 1995. Levei essa questão
a 800 delegados do partido e usei a expressão "isso é o ovo da
serpente" ? se não cortar imediatamente, isso vai destruir o partido.
RB ? Então o senhor não se surpreendeu com que aconteceu?
CB ? Não. Esse é, inclusive, um esquema que se desdobra em várias
frentes. É possível ver as impressões digitais desse esquema em Santo
André, no caso Celso Daniel. Estamos diante de um grupo que estava
montando dentro do governo Lula o que talvez pudesse vir a ser o maior
esquema de corrupção já conhecido. Se pegarmos os fios e juntarmos,
teremos um conjunto de entidades, instituições e empresas públicas e
privadas que é assustador. Aparece no Banco do Brasil, na Petrobrás,
nas verbas de publicidade, nos fundos de pensão. Esse esquema tem
complexidade e permanência no tempo. Ele estava inovando. Houve um
tempo que as empreiteiras eram as grandes vilãs, mas como o governo
não faz obras, passou a ser a publicidade.
FM ? O senhor concorda com o roteiro de denúncias de Roberto Jefferson?
CB ? Eu não conheço o Roberto Jefferson, mas acho que é uma questão
muito grave. Acho que o Lula tem uma responsabilidade histórica por
ter introduzido um tipo de prática que a esquerda brasileira não
conhecia e que corroeu por dentro seus valores.
RC ? Esse país dilacerado que o senhor antevê será um país mais
democrático?
CB ? Não sei o final. Nós estamos em vôo cego.

Violência sem limites

4 de agosto de 2005 Versão on line
PLANTÃO
03/08/2005 - 17h15m
Briga de trânsito faz homem matar um pai que levava bebê no colo

Reuters

BOSTON, Estados Unidos - Um homem de 60 anos, enfurecido com uma confusão de trânsito em que seu carro acabou rodando na pista, atirou seu veículo contra um carro e disparou quatro tiros, matando um homem de 27 anos que segurava no colo sua filhinha, disseram autoridades nesta quarta-feira.

A polícia indiciou Walter R. Bishop pelo homicídio em primeiro grau de Sandro Andrade, um imigrante de Cabo Verde. Bishop é um ex-soldado do Exército dos Estados Unidos que trabalhava em uma empresa de segurança.

O assassinato ocorreu na terça-feira, na cidade de Brockton, no estado de Massachusetts. Bishop e Andrade brigaram após o incidente de trânsito no qual eles quase bateram, segundo um advogado do distrito de Plymouth, Timothy Cruz.

Bishop deixou sua mulher em uma estação ferroviária e foi atrás de Andrade, disse Cruz.

O assassinato, testemunhado por dezenas de pessoas, aconteceu quando Andrade segurava sua filha de 10 meses no colo. O bebê foi encontrado coberto de sangue no carro, mas sem ferimentos.

- A vítima estava levantando o bebê para colocá-lo na cadeira ou tirando-o do carro - disse Cruz.

Os advogados de Bishop não fizeram comentários.

terça-feira, agosto 02, 2005

Globo 80 anos

Domingo fui com Bia ao CCBB ver a exposição O Globo 80 anos. Nela, a história dos últimos 80 anos é relembrada através das manchetes do jornal. É muito interessante ver como fatos históricos importantes foram vistos no momento em que aconteciam. Vale a fila!!! Excelente!

Simples




Sou um homem simples, todos que me conhecem sabem disso, e acho isso bom. Como uma pessoa simples, gosto de coisas simples, e aprecio muito quem consegue extrair poesia e beleza de situações simples. Assisti ao filme Edifício Master na semana passada e fiquei muito impressionado como uma idéia tão simples pôde render um filme tão lírico e emocionante. Para quem não conhece, o diretor Eduardo Coutinho e sua equipe passaram um período dentro de um prédio antigo e superpovoado de Copacabana, entrevistando os moradores, sobre suas vidas. Ninguém ali era herói de nada, mas cada um tinha sua história que era transmitida com emoção e coragem. Uma coragem que talvez possa fazer deles heróis, sim. Porque falar de sua intimidade em frente às câmeras não é nada fácil. Interpretar um papel é uma coisa, abrir sua vida em público é outra completamente diferente! Sem dúvida, é um dos melhores filmes que vi nos últimos tempos!

quinta-feira, julho 28, 2005

Internet e Amigos

Esta foto eu fiz em Passos, MG, há 2 anos atrás.
Outro dia, eu vi uma foto parecida no fotolog de uma amiga, a Ana Marta, lá de Salvador, e resolvi postar novamente esta foto ontem para homenageá-la. E a homenagem foi retribuída de uma forma tão carinhosa, que me fez pensar em como a Internet é um meio de comunicação poderoso, e o uso que cada um faz dela depende da índole de cada um. Alguns vão trocar receitas de bombas, outros fotos de pedofilia, e outros (a maioria) vão fazer amigos. E bons amigos, como Ana Marta!

Carta publicada hoje no Globo

Zé Dirceu

É inconcebível imaginar que o deputado e ex-ministro José Dirceu não esteja envolvido nesse escândalo do Valerioduto, assim como das falcatruas de Waldomiro Diniz. Todos os envolvidos foram plantados em seus cargos por ele, que foi o homem (extremamente) forte do PT por muitos anos, como nós, fluminenses, sabemos bem. É só lembrarmos o que ele fez com a candidatura a governador de Vladimir Palmeira, em 1998, que foi implodida por sua ordem para apoiar Garotinho. A mancha que atinge o PT precisa ser removida, mesmo que para isso figuras eminentes do partido tenham sua vida pública investigada.

MARCELO GUERRA FERREIRA DE SOUZA

(via Globo Online, 27/7), Nova Friburgo, RJ

quarta-feira, julho 13, 2005

Deu na Folha de São Paulo: Multinacionais Farmacêuticas Manipulam Publicações Científicas > Vale-Tudo pelo $$$????

Médico sugere moratória de publicações

Para Richard Smith, ex-editor de revista médica, farmacêuticas manipulam periódicos para propaganda

Um tanto constrangido, o britânico Richard Smith, 53, confessa que passou quase 25 anos como editor de uma das maiores revistas médicas de seu país, a "British Medical Journal", sem atinar para a influência que as empresas farmacêuticas estavam tendo sobre as publicações do ramo.

Dois anos atrás, em plena Veneza, ele teve tempo de ler o que havia sido publicado sobre a relação entre essas publicações e a indústria. Smith percebeu que, por meio de estratégias discretas, as empresas fazem seus remédios parecerem muito melhores do que realmente são. Além disso, atrelariam as revistas a seus interesses comprando milhões em artigos reimpressos e distribuindo-os para médicos do mundo todo.

Por isso, num artigo publicado em maio na revista científica "PLoS Medicine" (que pertence a um grupo de periódicos de acesso gratuito do qual Smith é um dos diretores), ele defendeu um passo radical: cancelar toda e qualquer publicação de testes clínicos de medicamentos nos periódicos científicos. Só assim pesquisadores e médicos seriam capazes de examinar com um olhar mais crítico o potencial e os perigos de cada remédio para as pessoas. De seu escritório em Londres, Smith falou à Folha por telefone.

Folha - Como o sr. passou a tomar consciência da influência negativa da indústria farmacêutica sobre as publicações médicas?

Richard Smith -No começo de 2003, eu consegui dois meses de licença sabática [do "British Medical Journal"] num "palazzo" do século 15 em Veneza, onde eu estava escrevendo um livro sobre ética de publicação e revistas científicas. Foi meio que um tempo para olhar as coisas de outra perspectiva e também de ler uma batelada de coisas.

Eram coisas que eu ainda não tinha lido, e que provavelmente deveria ter lido, como o artigo que citei no meu texto. Nele, os pesquisadores examinaram todos os testes clínicos de drogas antiinflamatórias contra artrite e descobriram que não havia um só cujos resultados não fossem favoráveis à empresa patrocinadora. E isso meio que me atingiu. Eu pensei: "Minha nossa, 58 testes e nem unzinho não-favorável!".

E foi então que a ficha caiu. Logo depois disso nós publicamos um número do "BMJ" sobre médicos e companhias farmacêuticas, com uma revisão sistemática desse tipo de estudo, investigando se normalmente os patrocinadores conseguiam resultados favoráveis. E, de novo, conseguiam.

E de repente pensei: "Meu Deus! Aqui estamos nós em meio ao processo de decidir quais testes clínicos publicar, mas a realidade é que praticamente todos são favoráveis às empresas".

Não é que elas estejam mexendo nos resultados, não é fraude. Não é que elas estejam enterrando os resultados desfavoráveis, embora eu ache que isso exista. É mais o fato de que elas são espertas em relação às perguntas que fazem. Então a ficha realmente caiu enquanto eu lia aquele artigo.

Folha - Além da questão da eficácia das drogas propriamente dita, o sr. afirma que os estudos com avaliações econômicas de determinados medicamentos costumam ser ainda mais favoráveis aos fabricantes. A que eles se referem?

Smith - Eles tratam da relação custo-benefício de um remédio. Publicávamos muitos no "BMJ", não apenas com avaliações econômicas de drogas mas também de outras coisas. O significado deles é o seguinte: se você prescrever essa e essa droga -que muitas vezes são caras-, as pessoas podem dizer que não são capazes de pagar por elas. Mas as avaliações econômicas vão mostrar que há benefícios substanciais em termos de reduzir hospitalizações, ou reduzir visitas ao médico. Assim, embora seja caro prescrever a droga, o gasto final é menor.

Em tese, acredito nisso, mas aí fico preocupado ao ver que, em todo santo caso, as avaliações econômicas favorecem a empresa.

Folha - Em seu trabalho, o sr. menciona o caso de dois remédios, a risperidona [usada contra náuseas] e o odansetron [para tratar esquizofrenia], como emblemático do procedimento de "fazer as perguntas certas" da indústria. Como os testes mostram isso?

Smith - No caso da risperidona, foi um artigo publicado no "Lancet" [importante revista médica britânica], e o que ele demonstrava era o seguinte. Se você examinasse os testes clínicos, vários dos quais haviam sido publicados em revistas diferentes, a maioria demonstrava que a risperidona era bem eficaz. Mas, quando contava os pacientes daqueles testes, descobria que muitos deles tinham sido publicados mais de uma vez.

Poderia parecer que eram uns 20 testes diferentes, mas na verdade é um número muito menor, fatiado e servido de maneiras diferentes. Isso permite um monte de possibilidades. Vamos publicar um teste com todos os pacientes, vamos publicar o estudo que foi feito no Brasil numa revista brasileira, vamos pegar todos os estudos feitos na Europa e juntá-los... Então, a evidência que parece sugerir que o remédio é bom não é tão substancial assim.

No caso do odansetron, o que eles demonstraram foi, mais uma vez, essa sobreposição de pacientes. Onde havia testes com resultados positivos, eles tendiam a ser publicados mais de uma vez.

Existe um conceito conhecido como "número de pacientes necessário para tratar" uma doença -o número necessário para se conseguir um ataque do coração a menos, um derrame a menos ou seja lá o que for. No caso do odansetron, parecia haver menos pessoas ficando doentes. E, claro, quanto menor o número de pacientes necessário para tratar, melhor. E o que o estudo mostrou é que esse número é maior se você eliminar a sobreposição.

Folha - Quando estudos clínicos são publicados numa revista médica, normalmente eles são produzidos por cientistas independentes ou pelas próprias empresas?

Smith -Cada vez mais esses testes são feitos por coisas conhecidas como organizações de pesquisa por contrato, ou CROs. São empresas independentes, pagas pelas companhias farmacêuticas para fazer o teste. É cada vez mais comum elas fazerem isso, e não contatarem um grupo acadêmico.

Na verdade, a maior parte dos grupos acadêmicos vai acabar dizendo: "Bem, não é uma coisa cientificamente muito criativa de se fazer". Meu conselho para um grupo acadêmico seria: vocês nunca devem assinar um contrato no qual outras pessoas decidem sobre a publicação. Por outro lado, uma CRO iria aceitar isso.

Folha - E quanto ao chamado "ghost-writing" [no qual uma pessoa contratada escreve o artigo e outro pesquisador é convidado a assiná-lo]? É um problema significativo no momento?

Smith - Eu acho que é difícil saber quão grande é o problema, quase por definição você não sabe muito bem. Mas eu acho que pode ser bastante comum a publicação de artigos escritos por pessoas cujos nomes não aparecem. Eu não vejo realmente um problema no fato de que um profissional escreva um artigo -desde que esteja declarado. Assim como você tem um estatístico para te aconselhar na área dele, não vejo por que não possa pedir para que um escritor profissional faça o texto, desde que todo mundo seja listado como autor ou contribuinte.

O problema é quando essas pessoas não aparecem, e acho que é particularmente um problema em textos opinativos e editoriais. Um amigo meu é decano de uma faculdade de medicina aqui em Londres e, há algumas semanas, recebeu um artigo escrito por outra pessoa dizendo "você estaria disposto a colocar seu nome aqui?". Não sei o quanto isso acontece, mas acontece mesmo.

Folha - O sr. acha que há algum defeito no próprio sistema de "peer-review" [revisão por pares, na qual cientistas da mesma área que os autores de uma pesquisa dão parecer anônimo sobre ela] que favoreça essas distorções?

Smith - De fato, quando você examina o "peer-review", há uma série de problemas com ele. É lento, caro, enviesado, está sujeito a abusos, não acha erros. Fizemos um estudo no qual pegamos um artigo de 600 palavras com 38 erros e o mandamos para 400 revisores. Ninguém achou mais que cinco erros, 20% dos revisores não achou nenhum e o número médio encontrado foi apenas ligeiramente superior a dois.

Folha - Como seus colegas reagiram à proposta de uma moratória na publicação de estudos clínicos?

Smith -Acho que a maioria das pessoas considerou que era um passo radical demais. Mas acho que, da maneira que as revistas são hoje, se você tirasse os grandes testes, o valor delas cairia dramaticamente. Não apenas em termos de não conseguir vender mais as reimpressões, mas essa também é uma das principais razões que levam as pessoas a assinar as revistas.

Eu sou da escola que acredita que tudo deveria ser aberto para todo mundo e gostaria de ver os testes disponíveis numa base de dados. O papel das revistas seria descobrir quais eram realmente importantes, comentá-los, criticá-los e apresentar seus resultados a médicos e pacientes.

Fonte: Folha de São Paulo, 12/07/05

Dr. Walter falando na sexta-feira sobre repertorização.
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O Seminário foi uma oportunidade de encontro de homeopatas de todo o Estado do RJ.
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Hora do lanche...
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"Tio" Aldo falando sobre Abordagem Sistêmica.
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Berenice e Rosângela recebendo os participantes do Seminário.
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terça-feira, julho 12, 2005

Seminário de Homeopatia Contemporânea de Nova Friburgo


Nos dias 29 e 30 de abril passado realizou-se no Nova Friburgo Country Club o primeiro Seminário de Homeopatia Contemporânea de Nova Friburgo. Na sexta-feira tivemos a elucidativa palestra do Dr. Walter Soares da Cunha sobre os termos usados no Repertório, tema de um livro publicado por ele e sua falecida esposa, a Dra. Suzel, lembrada de forma emocionante e saudosa pelo palestrante. Ao final de sua palestra, o Dr. Walter distribuiu e autografou seu livro aos médicos participantes, num gesto de extrema simpatia. Eu gostaria de ressaltar a importância que foi para todos os Homeopatas de Nova Friburgo a participação do Dr. Walter, levando um bom nome de nossa cidade para todos os colegas participantes que vieram de outras cidades. Eles hoje têm uma certeza: Nova Friburgo abriga um dos grandes Homeopatas deste nosso país.

Após esta emocionante palestra, a equipe de farmacêuticas da Botica Brasil (que gentilmente patrocionou o evento, inclusive oferecendo um almoço para os participantes no sábado) mostrou aos demais colegas como é o trabalho do dia-a-dia de uma farmácia homeopática, e de forma muito clara buscaram esclarecer dúvidas técnicas dos prescritores de Homeopatia (médicos, veterinários e dentistas), para evitar problemas ao escrevermos as receitas.

Seguiu-se um coquetel de confraternização com pãezinhos e pastinhas do Superpão, que gerou elogios admirados dos colegas que não são de Nova Friburgo.

No sábado, o Dr. Aldo Farias Dias apresentou durante todo o dia seus estudos sobre Abordagem Sistêmica, um método diferente de compreender os remédios homeopáticos e os pacientes. Para a maioria era novidade, e causou um entusiasmo tão grande, que criamos um grupo de estudos que tem tido encontros semanais, chamado Hydrogenium. Os colegas Homeopatas (médicos, veterinários, dentistas e farmacêuticos) que ainda não participam e tiverem interesse em fazê-lo, por favor, enviem um e-mail em branco para hydrogenium-subscribe@yahoogrupos.com.br.

Em resumo, o Seminário foi muito agradável para todos os participantes, trouxe conhecimentos novos, e plantou uma semente de motivação no meio homeopático friburguense! Espero, assim como algumas colegas do Rio de Janeiro também manifestaram, que este seja o primeiro de muitos. Agradeço muito à Botica Homeopática por ter patrocinado não somente financeiramente (permitindo que o ingresso fosse tão barato!), mas cedendo funcionárias e toda a sua infra-estrutura antes e durante o Seminário. Acredito que demonstramos que Nova Friburgo pode ser palco de eventos homeopáticos importantes como foi o Primeiro Seminário de Homeopatia Contemporânea.


Boudhanat Stupa em Kathmandu.
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domingo, julho 10, 2005

Para onde vamos?


Esta é a nossa Terra, nem minha nem sua nem dele. Nós devemos viver nela, ajudando uns aos outros, não destruindo uns aos outros.

sexta-feira, julho 08, 2005

Comentário da Cora Rónai em novembro de 2001 sobre o meu site anterior

Filosofia de vida

Sempre que alguém deixa URL num dos Comentes aqui do blog, vou lá conferir. Às vezes encontro coisas muito interessantes. Hoje, por exemplo, descobri o site do Marcelo Guerra, um médico radicado em Friburgo que, depois de extensa formação "tradicional", digamos assim, resolveu seguir outros caminhos: estudou homeopatia e dedica-se hoje, também, à medicina oriental. Ele me pareceu muito sério, e o que escreve sobre a teoria da alimentação tibetana é fascinante. Leiam! Aqui vai um trechinho, não deste "capítulo", mas do que ele escreve antes sobre a sua formação:

"Em 1997 fui a Kathmandu, no Nepal, onde trabalhei voluntariamente no Himalayan Healing Centre, fundação assistencial mantida pelo Lama Gangchen Rimpoche. Nessa oportunidade, entrei em contato com diversos ramos da Medicina Oriental, como Medicina Ayurvedica, Medicina Tibetana, Yogaterapia ... e fiquei fascinado pelos métodos usados e resultados obtidos em muitos, milhões mesmo, de pacientes. Fiz diversos cursos lá e, desde então, estou destrinchando os detalhes nas dezenas de livros que comprei (não sou rico, os livros no Nepal e na Índia são baratos demais!), e tiro as dúvidas (que não são poucas) com os meus professores de lá."

Menina orando diante de uma imagem de Ganesh, filho de Shiva, um dos Deuses Hindus. Eu adoro esta foto, mostra bem a religiosidade do povo no Nepal. As pessoas oravam antes e depois do trabalho e dos estudos em templos e pequenos santuários como esse, que ficam sempre cheios, em qualquer dia da semana. A religiosidade é muito presente na vida deles.
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Vendedores de rua em Kathmandu
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Fim de tarde em Kathmandu
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Kathmandu
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