sexta-feira, dezembro 29, 2006

O quê e onde estudei

Sou médico atendendo no Rio de Janeiro e em Nova Friburgo (RJ) , trabalhando com Medicina Homeopática, Acupuntura Médica e Psicoterapia baseada na Biografia Humana.

Natural de São Gonçalo (RJ), nasci em 1965, estudei no Colégio Municipal Presidente Castello
Branco até a oitava série. Fiz o Ensino Médio (no meu tempo chamava-se Segundo Grau) em Niterói, no Instituto Gay-Lussac. Passei no Vestibular para Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde estudei até 1989.

Em 1987, ainda durante a Faculdade, entrei para a Escola de Psicanálise de Niterói (já destruída por sucessivas dissidências), onde participei do curso de formação de Psicanalistas por 2 anos.

Após graduar-me como médico, porém, decidi trabalhar como Pediatra (especialidade em que fiz internato), abandonando a prática de Psicanalista. Devo a meus estudos em Psicanálise a capacidade de ouvir os pacientes de forma a reconhecer o que necessita ser tratado em cada caso.

Em 1993 fui aprovado no Concurso para Título de Especialista em Pediatria, da Sociedade Brasileira de Pediatria, tornando-me Especialista em Pediatria.

Em 1990 comecei o Curso de Especialização em Homeopatia da Sociedade de Homeopatia do Estado do Rio de Janeiro (SOHERJ), mas, após 1 ano, resolvi mudar para o curso do Instituto Hahnemanniano do Brasil (IHB), a mais tradicional escola de Homeopatia do país, fundada há mais de 100 anos, onde concluí em 1993.

Em 1994 participei do Curso de Fitoterapia promovido pela AFHERJ (Associação de Farmacêuticos Homeopatas do Estado do Rio de Janeiro).

Em 1997 fui a Kathmandu, no Nepal, onde trabalhei voluntariamente no Himalayan Healing Centre, fundação assistencial mantida pelo Lama Gangchen Rimpoche. Nessa oportunidade, entrei em contato com diversos ramos da Medicina Oriental, como Medicina Ayurvedica, Medicina Tibetana, Yogaterapia, … e fiquei fascinado pelos métodos usados e resultados obtidos em muitos, milhões mesmo, de pacientes. Fiz diversos cursos lá e, desde então, estou destrinchando os detalhes nas dezenas de livros que comprei lá (não sou rico, os livros lá no Nepal e na Índia são baratos demais!), tiro as dúvidas (que não são poucas) com os meus professores de lá (Dr. Rajesh e Dr. Koiralla). Contudo, o que mais ficou desta experiência foi a forma de atender o paciente, como um ser humano integral, que sente dor, que sente emoções, que tem doenças orgânicas mas continua sendo uma pessoa que sofre.

Em 1998 comecei a Pós-Graduação em Acupuntura e Eletroacupuntura na ABACO (Academia Brasileira de Arte e Ciência Oriental), no Rio de Janeiro, tendo concluído em agosto de 2000.

Em 2000, participei de um curso de introdução à Antroposofia, promovido pelo GAIA – RJ (Grupo de Iniciativas Antroposóficas do Rio de Janeiro). Voltei em 2006 para fazer o curso de Fundamentação em Antroposofia.

A partir de 2000 comecei a participar do workshop do GEHSH (Grupo de Estudos Homeopáticos Samuel Hahnemann), no Rio de Janeiro, sob a coordenação do “Tio” Aldo Farias Dias, um Mestre no sentido mais amplo da palavra! E participei do workshop até dezembro de 2005. Sinto falta…

Em 2005, trouxemos o “Tio” Aldo para um Seminário em Nova Friburgo, e isso gerou um grupo, que batizamos de Hydrogenium, pelo desejo de ser um com o todo, e estamos reestudando os medicamentos homeopáticos pela Abordagem Sistêmica e fazendo patogenesias.

Desde 2005 participo do curso de Formação em Terapia Biográfica, promovido pelo Núcleo de Formação Biográfica de Minas Gerais, sob a coordenação das professoras Angélica Justo e Berenice von Rückert. Com este curso, retorno às origens de minha carreira, quando meu interesse principal era a Psicanálise.

Em 2006 iniciei uma outra especializalização em Plantas Medicinais, desta vez na UFLA (Universidade Federal de Lavras).

Sou professor de Acupuntura no curso de Pós-Graduação em Acupuntura do Instituto Flor de Lótus, em Nova Friburgo.

Meu trabalho, além de lecionar, é realizado basicamente em consultório médico, com Homeopatia, Acupuntura e Psicoterapia. No fundo, sou um Clínico Geral à moda antiga, que atende pacientes com as mais diferentes queixas, como alergias, doenças reumáticas, depressão, problemas emocionais, nenéns com cólica, refluxo, etc. Isto torna minha prática sempre dinâmica, porque eu nunca sei que tipo de queixa me aguarda quando eu chamar o próximo paciente, a única certeza é que eu vou atender uma PESSOA que sofre e quer solução para seus sofrimentos.

Endereços de Atendimento:

Rua Uruguaiana, 39, 3º andar - Centro - Rio de Janeiro - RJ

Tel: (21) 2224-3975

Praça Marcílio Dias, 56 - Centro - Nova Friburgo - RJ

Tel: (22) 25239342

E-mail: marceloguerra@gmail.com

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Atendimento no Rio de Janeiro

A partir de janeiro de 2007 estarei atendendo também no Rio de Janeiro, nas especialidades de Homeopatia, Acupuntura e Terapia Biográfica de Base Antroposófica. Em breve, mais informações.

terça-feira, novembro 14, 2006

Vale de Luz


Hoje eu fui à Escola Vale de Luz iniciar um estágio em Medicina Escolar Antroposófica com Darlan Schottz. Cheguei cedo e fiquei na sala da professora Lelande, um anjo que entrou na vida de muitas crianças que tinham problemas muito graves de aprendizado e recuperou-as. Logo que cheguei eles recitaram um verso com muita emoção! E emocionado fiquei eu com o carinho recebido da Lelande e de seus alunos Lorran, Maycon, Wesley e Walace. Muito obrigado!!!!!!

terça-feira, novembro 07, 2006

Chamado para O Processo de Ser


Em todos os mitos e contos de fadas há um momento em que o herói ou a heroína percebe um chamado e inicia uma aventura da qual voltará transformado(a). Assim também ocorre na vida, afinal os mitos e contos de fadas são somente representações do que passamos na vida.
Este é um chamado para uma aventura para dentro de sua própria história de vida, que terminará trazendo à tona um melhor conhecimento daquilo que você é, de suas qualidades e fragilidades, permitindo que você elabore esses elementos e dê um novo rumo à sua vida. Aceite o chamado e venha participar da Vivência O Processo de Ser!

terça-feira, outubro 17, 2006

O Processo de Ser - Vivência em Grupo



"Todo ser vivo está em processo, que é simplesmente o fluxo, o curso de sua jornada de vida. Tais processos são tanto arquetípicos - compartilham padrões comuns a todos os seres, tais como gestação, nascimento, morte e ressurreição - quanto exclusivos de cada ser em particular."
Allan Kaplan (Artistas do Invisível)

O objetivo dessa vivência é tornar consciente o processo de ser de cada um, para que o indivíduo torne-se responsável pela sua própria evolução, em vez de apenas sujeitar-se a ela.
Coordenação: Marcelo Guerra, médico
Rama Krisna Moura de Jesus, professor
Formação de novos grupos na Clínica BioRitmo e na Associação Crianças do Vale de Luz, em Nova Friburgo. Encontros quinzenais.
Informações e inscrições: (22)92544866.

segunda-feira, agosto 28, 2006

REORGANIZAÇÃO NEUROFUNCIONAL - MÉTODO PADOVAN


Desenvolvido por Beatriz Padovan, pedagoga e fonoaudióloga, no início da década de 70, com base nos estudos de Rudolf Steiner sobre a interrelação entre as três atividades humanas de andar-falar-pensar, e nas pesquisas do neurocirurgião Temple Fay sobre organização do Sistema Nervoso. Os mais recentes dados sobre a plasticidade neural, capacidade que tem o sistema nervoso de se tornar funcional, de se recuperar e de aprender, ratificam e justificam o método.
São realizados exercícios corporais e de reeducação das Funções Reflexo-Vegetativas Orais (respiração, sucção, mastigação e deglutição) para recuperar funções perdidas ou nunca adquiridas e ainda preparar o organismo para que possa adquirir funções e capacidades para as quais tenha potencial. Indicado para todas as idades, como método curativo, preventivo ou de manutenção do Sistema Nervoso.
MÓDULO I 20, 21 e 22 de OUTUBRO
Curso Básico Ministrado por Dra. Marilise A. Paraizo (autorizada por Beatriz Padovan)

Investimento: R$ 380,00
(R$80,00 na inscrição e duas parcelas de R$150,00)

Conteúdo: Sistema nervoso e Plasticidade Neural
Conceito de Organização Neurológica (Temple Fay e outros autores)
Inter-relação entre Andar, Falar e Pensar (Rudolf Steiner e outros autores)

Conteúdo prático: exercícios corporais da Reorganização Neurofuncional
(trazer roupa adequada para exercícios no chão – moleton ou roupa de ginástica)


Para profissionais e estudantes das áreas de Odontologia, Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Psicologia e Terapia Ocupacional

Informações / Inscrições (até o limite de vagas)
com Andréa nos telefones:
(22) 25222324 / 25283159 (noite) / 99818801

segunda-feira, agosto 21, 2006

Premarine: Feminine or Grotesque?

Como é feito o Premarin, um remédio para reposição hormonal na menopausa.

sexta-feira, agosto 18, 2006

Tempos Modernos: O que tem valor hoje?


Por que hoje a beleza é mais importante do que a saúde? Seria apenas influência da mídia? Parece que o apelo em nome da beleza é mais profundo, mais arraigado ideologicamente. O artigo abaixo foi publicado num jornal argentino e parece muito oportuno:

Cuando la salud debe ser lo más importante
«La gente está más preocupada por la estética que por la salud», asegura la nutricionista Cristina Imperiale. Los extremos son malos: mientras muchos se dedican obsesivamente cuidar su imagen, otros se olvidan de que más allá de la belleza cuidarse es salud.

RIO GRANDE.- En tiempos donde los cánones de la belleza son sinónimo de delgadez, tanto hombres como mujeres suelen privarse de ciertos alimentos que consideran «malos» o en otras palabras que engordan. Sin embargo, los especialistas recomiendan comer bien, sin restricciones, pero eso sí con medida, ya que la falta de algún producto puede ocasionar un desequilibrio nutricional que a largo plazo afectará la salud.
La Licenciada en nutrición Cristina Imperiale, en diálogo con Nuevas Letras comentó que actualmente hay más gente joven que ronda los treinta años que asiste a su consulta, pero no están excluidos los niños y la gente de la 3º edad. «Cada vez hay más cantidad de chicos obesos y esto tiene que ver con el sedentarismo, el frío, la tecnología, etc.», expresó la experta en nutrición.
La estética parece ser uno de los motivos más recurrentes por el cual la gente asiste a los consultorios. «La gente está más preocupada por la estética que por la salud. Acá vienen más mujeres que hombres, es un tres a uno en proporción» afirmó la profesional, no sin dejar de mencionar que cree firmemente que el estar mas delgados hace a su salud mental «es que existe una supuesta presión social».
Durante los últimos años se ha notado un cambio en el tipo de pacientes que concurre a su consulta. «Antes de 2001 la gente no se preocupaba por el costo que destinaban a la compra de alimentos y la mayoría de las personas contrataban catering de dietas. ahora no gastan tanto» explicó la licenciada y aclaró que según su pensamiento no existen alimentos malos, sino que depende de cómo se los consume, cuándo y lo más importante es quién los consume ya que los alimentos no producen el mismo efecto en todas las personas.
«Yo trato de individualizar lo mas que puedo porque hay gente que quizás hace 10 años es vegetariana y tiene mucha conducta, pero hay gente que come comida chatarra», aclaró Imperiale.

Homeopatía
La homeopatía, un arte de curar con más de 250 años de historia, está en pleno auge incluso en esta ciudad. Al tiempo que se suceden los estudios científicos a favor y en contra, cada día acuden más personas a las consultas homeopáticas donde se ofrece una medicina que parece especialmente preparada para los nuevos desafíos de la salud de este siglo, como la amenaza de las enfermedades infecciosas o la creciente incidencia de las crónicas.

quarta-feira, agosto 16, 2006

Terapia Biográfica para homens que agridem mulheres

TERAPIA BIOGRÁFICA

Ovelha Negra Light 2: Yin e Yang

Ovelha Negra Light 2: Yin e Yang
Interessante este blog!

Abaixo-assinado Eletrônico: Homeopatia Direito de Todos

Homeopatia Ação Pelo Semelhante - www.semelhante.org.br

Os 15 problemas mais freqüentes que levam alguém a procurar um tratamento alternativo

Em 2002 foi feita uma pesquisa nos Estados Unidos (Barnes PM et al. "Complementary and alternative medicine use among adults: United States, 2002" Advance Data. 343 (2004):1-19.) em que foram entrevistados 31044 adultos, e a pergunta era o que levava a pessoa a procurar um tratamento alternativo. Seguem abaixo as 15 queixas mais comuns e seus percentuais:
1º Dor nas costas 16,8%
2º Gripes e outros problemas respiratórios 9,5%
3º Dor no pescoço 6,6%
4º Dores ou rigidez nas juntas 4,9%
5º Artrite, gota, lupus ou fibromialgia 4,9%
6º Ansiedade, depressão 4,5%
7º Doenças digestivas (estômago ou intestinos) 3,7%
8º Enxaqueca ou dor de cabeça intensa 3,1%
9º Dor recorrente 2,4%
10ºInsônia ou problemas do sono 2,2%
11ºSinusite 1,2%
12ºProblemas com colesterol e triglicerídeos 1,1%
13ºAsma (bronquite) 1,1%
14ºHipertensão 1,0%
15ºMenopausa 0,8%

Criadores de Possibilidades



Agenda
Programa Criadores de Possibilidades. Conheça e participe!
FALTAM 2 DIAS!!!!!!

terça-feira, agosto 15, 2006

A vaidade adoece

Mais um grande artigo da revista IstoÉ.

A obsessão por perder peso e ter um corpo perfeito aumenta casos de anorexia, bulimia e da vigorexia, a doença de malhar demais.
Por Cilene Pereirta, Lena Castellón
e Mônica Tarantino
Colaborou Celina Côrtes (RJ)

Há no Brasil, sobretudo nas classes média e alta, a mania de elogiar a magreza. Com silhuetas delgadas, modelos, atrizes e celebridades tornam-se símbolos de beleza, glamour, riqueza e aceitação social. São tantos famosos comemorando publicamente a perda de gordura que é quase impossível impedir que tais “sucessos” repercutam em quem está suscetível à pressão por um corpo perfeito.
Max G Pinto
Vazio total: Camila (nome fictício), 27 anos, estudante, paulista, bulímica. “Comecei a vomitar em
1997. Sou de uma geração muito cobrada e ser magra virou uma neurose. Minha mãe e meu irmão me chamavam de gorda. Hoje vejo que minha doença tinha causas mais profundas. Depois que colocava a refeição para fora vinha um vazio, uma sensação de falta de amor. Estou em tratamento e já alcancei 49 quilos. Hoje só vomito três vezes por semana. Antes, era todo dia”

No caso, não são apenas as mulheres. Homens e crianças estão sucumbindo mais a esses dilemas. O problema é que, quando a vaidade extrapola todos os limites toleráveis, surgem doenças perigosas e até fatais. As principais são anorexia nervosa, caracterizada pela recusa em comer ou pela alimentação em quantidades ínfimas, e bulimia, o distúrbio de quem come compulsivamente e depois induz o vômito para se livrar do alimento.

“Queria ser saudável”, resume Renata Pereira, uma menina de 13 anos que se recupera de anorexia. Sua história ilustra como os transtornos psiquiátricos associados à imagem corporal se ampliam na sociedade. Ela tinha dez anos quando viu o irmão mais velho após uma cirurgia de obesidade. “Sempre me preocupei com o peso. E ali fiquei impressionada”, conta. Renata deixou de comer produtos calóricos e carboidratos. Por fim, limitou-se a frutas e verduras. “Notei que havia algo errado”, observa a irmã Débora Pereira, 26 anos. A menina passou por dois hospitais, mas continuou a emagrecer. Um dia, com o rosto fundo, foi levada a um pediatra. “Minha mãe ouviu do médico que ela tinha um mês de vida”, lembra Débora. Com 1,52 m e 25 quilos, a garota foi para a terceira internação, que já dura 50 dias. Após deixar o hospital – tem previsão de alta para sábado 12 –, quer retomar a vida. “Ainda tenho medo da obesidade, mas com acompanhamento não haverá mais problemas”, diz ela, hoje com 32 quilos.
Lionel Hahn/Brainpix Fred Prouser/reuters David Cheskin/EFE Rubens Chaves
Paula Abdul, cantora:
teve bulimia. Vomitava 5
vezes por dia Cristina Ricci, atriz: aos 15 anos, teve anorexia Princesa Diana, da Inglaterra:
sofreu de anorexia
e bulimia Princesa Victoria, da Suécia: em 1998, padeceu de anorexia

Max G Pinto
Ela vicia como uma droga:
V. M., 14 anos, estudante, paulista. Teve bulimia no ano passado “Ficava mal por me achar gorda. Olhava para a comida e sentia calafrios.
Mas tinha vontade de comer. Comia muito, corria para o banheiro e colocava o dedo
na garganta. Foram seis
meses assim. Ganhei uma revista falando sobre bulimia
e anorexia. Me informei e
contei para minha mãe. Ela
me ajudou. Fiz terapia, o que aumentou minha auto-estima. Parei de vomitar. Estou me alimentando direito, porém
ainda me preocupo com o
peso. As pessoas não
percebem que a doença não
é algo que se escolha. Ela
vicia como uma droga”
Já se sabia que as mulheres são mais atingidas por transtornos como anorexia e bulimia. A surpresa está em constatar que o problema começa a surgir cada vez mais cedo. “Recebemos pacientes com 11, 12 anos”, alerta a psiquiatra Angélica Claudino, coordenadora do Programa de Transtornos Alimentares da Universidade Federal de São Paulo. Com isso, as estatísticas aumentam. Nos últimos três anos, o serviço especializado da Universidade Federal do Rio de Janeiro dobrou o número de pacientes. E apesar de serem mais comuns nas classes altas, os transtornos começam a surgir entre os mais pobres. “Para eles, a magreza está associada ao status social”, avalia a psicoterapeuta Maria Georgina Ribeiro, da PUC/SP. Outro problema é a suspeita de que mais gente sofra dos distúrbios sem saber ou buscar ajuda. “Ninguém quer assumir que tem um transtorno. Por isso, os doentes não procuram auxílio”, diz a nutricionista Vera Magalhães, autora de uma tese de doutorado sobre o tema.

Assumir implica lutar contra um estigma. A exemplo do que ainda ocorre com a depressão, por exemplo, há quem considere esses distúrbios uma doença menor, fruto de capricho. Não é verdade. São sérias ameaças à vida. Cerca de 30% das pacientes com anorexia se recuperam totalmente. As demais sofrem novos episódios da doença ou se tornam anoréxicas crônicas. E o índice de mortalidade chega a 20%. Na bulimia, diagnosticada quando há indução ao vômito pelo menos duas vezes por semana, num período de dois meses, o índice de recuperação é 50% e o de mortalidade, 3%. Alguém com esses problemas está mais ameaçado de ter, por exemplo, uma parada cardíaca, por causa da baixa quantidade de potássio no corpo. Foi por isso que a morte súbita da modelo uruguaia Luisel Ramos, no início do mês, causou rebuliço no meio da moda. Ela desmaiou durante um desfile e morreu devido a uma parada cardíaca. O pai teria declarado que a filha não estava comendo direito. O advogado da família, Edison Rijo, descartou a hipótese. “Ela não tinha anorexia e bulimia”, disse a ISTOÉ. Mas as fortes suspeitas continuam no ar.
Hélcio Nagamine
Banquete e culpa: J.L., 20 anos, estudante, carioca, bulímico. “Sou do tipo gordinho. Tenho 1,80 m e peso 78 kg. Desde os 15 anos faço dieta. Não tomo café da manhã e no almoço só consumo uma sopa de 55 calorias. Minha mãe fica no meu pé e falo que comi na rua. Mas, quando vejo comerciais de comida, ataco tudo o que vejo pela frente. Depois me sinto culpado e vomito. Coloco a escova de dente no fundo da garganta”

A vaidade levada ao extremo também atinge os homens. No caso, a pressão é por um corpo musculoso. “Cresce a tendência de transformar o homem em objeto”, declara Tracy Tylka, autora de uma pesquisa apresentada na última semana no congresso da Associação Americana de Psicologia. Nos serviços especializados, já há registros das conseqüências desse processo. Em 14 anos de existência, o Ambulatório de Bulimia e Transtornos Alimentares do Hospital das Clínicas de São Paulo (HC/SP) tratou perto de 900 pessoas, apenas cinco delas homens. Mas apenas na última seleção de pacientes, em fevereiro, para atendimento de anorexia, houve dez inscrições masculinas. “É um fenômeno novo, mas já criamos um grupo para cuidar deles”, informa o psiquiatra Taki Cordás, coordenador do ambulatório. Por desejarem ser musculosos e magros, os homens adotam muitas vezes comportamentos de risco, como o uso de anabolizantes e uma preocupação exagerada com o peso. Essa obsessão pelo corpo trabalhado é chamada de vigorexia. Entre os males que interferem na relação do indivíduo com o corpo e o alimento está também a ortorexia. É a obsessão em comer exclusivamente o que é tido como saudável. Não raro, o problema desagua na anorexia. Motivo: na falta do ingrediente, a pessoa não ingere nada. “A ortorexia é um superperfeccionismo”, esclarece a nutricionista Marle Alvarenga, do HC/SP.
Max G Pinto
Ele viu na tevê, e fez igual: Bruno Lucas,
15 anos, estudante, paulista. Superou a bulimia e a anorexia.
“Na escola me gozavam por ser gordinho. Assisti a um programa e vi uma mulher contar que vomitava para não engordar. Fiz igual. Minha mãe descobriu e pediu que eu parasse. Só que continuei, escondido. Médicos aconselharam que eu fosse vigiado. Meus pais colocaram cadeados nos banheiros para que não vomitasse lá. Mas fiz isso até em bar. Evoluí para a anorexia. Meus pais procuraram mais ajuda e fui atendido por especialistas. Há um ano tive alta”

Um aspecto importante contribui para agravar os
quadros. Em muitos casos, nem o indivíduo nem a
família percebem quando o limite entre a vaidade
saudável e a doentia foi ultrapassado. Mas vários sinais ajudam na identificação. Não ir a um jantar só para
não ter que comer, deixar de sair porque se sente gordo
e feio, preocupar-se excessivamente com o peso e as calorias dos alimentos ou passar horas na academia
estão entre os principais. Outro alerta é quando, mesmo magro, o indivíduo tem certeza de estar acima do peso. Essa, aliás, é uma característica típica das vítimas dos transtornos de imagem. Elas jamais estão satisfeitas
com o corpo que têm.

Freqüentemente, mesmo sem notar, a família colabora para intensificar a paranóia. Comentários rotineiros sobre a suposta importância de ser magro e bonito aumentam a preocupação. Outras razões, mais profundas, também interferem. Um estudo da Universidade Penn State (EUA) mostrou que pais perfeccionistas podem reforçar a tendência para o desenvolvimento de transtornos em jovens preocupados com sua aparência. Há um mês, mais uma pesquisa, publicada na revista Psychosomatic Medicine, revelou que crianças rejeitadas pelos pais podem imaginar que não merecem ser amadas. A percepção desencadeia uma insatisfação com a imagem e uma imensa necessidade de ser aceito, sentimentos que podem levar aos distúrbios.

O caminho mais útil para a família é procurar ajuda de um médico especializado. “Deve-se ter consciência de que são doenças”, reforça a psicóloga Eliana Mendes, diretora da Associação Brasileira de Apoio à Prevenção e ao Tratamento dos Transtornos Alimentares. Porém, muitos pais se sentem culpados e negam o problema, o que complica a situação. No campo da fisiologia, ainda não se descobriu uma substância associada aos distúrbios.
Maria Jose Zubillaga/Reuters
Modelo: Luisel pode
ter morrido por falta
de alimentação

Mas as pesquisas avançam. “Observa-se que quem produz mais cortisol, hormônio liberado em situação de stress, tem problemas de comportamento alimentar”, afirma o endocrinologista Alfredo Halpern, do HC/SP.

Por causa da complexidade do quadro, o tratamento é múltiplo. Requer ajuda de nutricionista, psiquiatra e psicólogo e, em alguns casos, o uso de antidepressivos ou remédios contra a ansiedade. No entanto, o pilar do combate às doenças é a terapia cognitiva-comportamental. “O objetivo é ensinar ao paciente técnicas para modificar seu comportamento diante da imagem e da comida, para que ele interprete o mundo com outros valores”, explica a psicóloga Suely Guimarães, da Universidade de Brasília. De fato, trata-se de reeducar o olhar. Enxergar-se no espelho e gostar da imagem refletida, seja ela alta, seja baixa, magra ou gordinha. E mais: gostar do conteúdo embalado por aquele corpo.

sexta-feira, agosto 11, 2006

A Homeopatia no Brasil

Dr. Benoit Mure, o pioneiro da Homeopatia no Brasil
Este artigo foi escrito pelo Dr. Heidwaldo Seleghini, um grande homeopata brasileiro.

Homeopatia: uma medicina acessível a todos

Já descrita pelo filósofo grego Hipócrates (460-377 ac), a cura pelos semelhantes – Homeopatia (homeos – semelhança, pathos - doença) ganhou forças no século XVIII, quando o médico alemão Samuel Hahnemann elaborou seus princípios.

Frustrado com a limitação da medicina da época, Hahnemann desenvolveu a homeopatia utilizando-se da Lei dos Semelhantes, que se baseava no “Princípio da Similitude” no qual o indivíduo com sinais de sintomas de uma doença pode se curar utilizando uma substância que produz em um indivíduo sadio esses mesmos sinais de sintomas.

Introduzida no Rio de Janeiro, em 1840, pelo médico francês Benoit Mure, seu maior propagador no país, a Homeopatia veio a ser reconhecida como especialidade médica em 1980 pelo Conselho Federal de Medicina e Associação Médica Brasileira.

Nesse intervalo de tempo ela ganhou muitos adeptos, sendo Dom Pedro I o mais ilustre. Foi também criado o primeiro Instituto Homeopático do Brasil autorizado a habilitar médicos homeopatas, além de um hospital e duas faculdades de medicina exclusivos nessa especialidade.

Atualmente, mais de 15.000 mil médicos homeopatas atuam no Brasil, atendendo em consultórios e também em Postos de Saúde. Em São José do Rio Preto, existem 30 médicos homeopatas, e quatro Centros de Saúde Pública que oferecem atendimento homeopático à população.

De acordo com o Dr. Heidwaldo Antonio Seleghini, médico homeopata e ex. presidente da Associação Médica Homeopática Brasileira – AMHB, nas capitais brasileiras grande número de pessoas se tratam pela homeopatia através do serviço público e seu acesso está aumentando no interior do país.

A utilização da medicina homeopática no atendimento primário e secundário à população minimiza os custos advindos da dispensação de medicamentos, visto ser mais baratos que os alopáticos, sendo que a grande maioria das doenças atendidas pode ser tratada homeopaticamente com sucesso.

A consulta homeopática, sendo mais longa e abrangente, possibilita ao médico um exame mais acurado dos motivos que levam o paciente ao adoecimento, diminuindo a solicitação de exames complementares, minimizando o custo de cada paciente atendido.

Como o tratamento homeopático visa o equilíbrio do paciente e a cura da causa que levou o indivíduo adoecer, o número de recidivas (volta da doença) é cada vez menor, fazendo com que o paciente equilibrado procure cada vez menos o serviço de atendimento médico, assim, apesar do médico homeopata inicialmente necessitar de mais tempo para fazer as primeiras avaliações, o ganho com a satisfação do paciente e a diminuição dos retornos em longo prazo justificam plenamente o investimento da implantação do serviço de homeopatia na saúde pública.

Mesmo sendo uma especialidade médica que vem se tornando de fácil acesso à população de todas as classes, como toda técnica terapêutica, ela tem limites para sua atuação. “Seria errado afirmar que a homeopatia cura todas as doenças. O êxito do tratamento depende de vários fatores como: habilidade e experiência do médico na escolha do medicamento correto, colaboração do paciente em detalhar o máximo possível os sintomas, além da condição genética herdada”, diz.

Desta forma o paciente desenvolve um importante papel no próprio tratamento. Dados revelam que entre as maiores dificuldades encontradas pelo paciente que deseja se tratar pela homeopatia estão a falta de informação e a interrupção do tratamento por considerar inadequado para o tipo de doença que são portadores.

No caso das crianças - que não têm condições de se auto avaliar e se informar como o adulto - o sucesso do tratamento dependerá dos pais ou dos responsáveis que deverão concordar com a opção terapêutica escolhida e também informar com precisão aos médicos sobre o comportamento da criança.

Sendo assim a cura em adultos e crianças será tão eficaz quanto melhor for a relação médico X paciente, pois ambos desenvolvem papéis fundamentais no sucesso do tratamento homeopático.

Dr. Heidwaldo Antonio Seleghini
Médico Especialista em Homeopatia pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) e AMHB (Associação Homeopática Brasileira.

quinta-feira, agosto 10, 2006

Mais sobre acupuntura

Revista IstoÉ de 9/8/2006

A consagração da Acupuntura - matéria de capa da IstoÉ desta semana


Técnica chega aos grandes
hospitais, ganha recursos
sofisticados e amplia leque
de ação para várias doenças
Por Eliane Lobato, Greice Rodrigues
e Mônica Tarantino
Agradecimento: Clínica Kyron (SP)

Demorou muito. Mas, finalmente, a acupuntura conquistou o direito de entrar pela porta da frente nos hospitais e universidades mais respeitados do País. Hoje, a técnica milenar chinesa, que usa agulhas para estimular pontos especiais no corpo, faz parte do arsenal da medicina para aliviar dezenas de problemas, da dor e da náusea do câncer até a asma e os estragos causados pelo derrame cerebral. Além disso, ela é objeto de muito estudo em instituições do porte do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, responsável pela elaboração de políticas de saúde para o país mais poderoso do mundo e uma referência na área no planeta. Nem sempre foi assim. Historicamente, a ciência torceu o nariz para o método milenar. No Brasil, nem mesmo a sua admissão como especialidade médica pelo Conselho Federal de Medicina, em 1998, serviu para eliminar a resistência. Mas, graças a pesquisas que comprovam sua abrangência e eficácia, somadas aos esforços de médicos, pesquisadores e professores, o reconhecimento verdadeiro chegou.


O sinal mais evidente da mudança de patamar foi a criação, na semana passada, de um centro de acupuntura em um dos templos brasileiros da medicina formal, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Aprovado pelo rígido conselho diretor da instituição, a unidade vai usar as técnicas para combater dores musculares e ósseas. É o produto mais recente de um processo de estudos e aprimoramentos técnicos iniciado no Brasil e no mundo para mostrar à comunidade científica que o método é realmente eficaz. “Avançamos muito. Hoje, acupuntura é disciplina opcional do curso de medicina e, em 2007, ofereceremos duas vagas na especialidade para residentes”, comemora o médico Wu Tu Hsing, diretor do centro.

O trabalho com as agulhas, surgido na China há cerca de cinco mil anos, consolida-se em outras instituições de ensino importantes. Na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), funciona um serviço pioneiro de pronto atendimento com a técnica. “Atendemos cerca de 1,5 mil pessoas por mês. Elas chegam com dor de cabeça, cólicas ou dores musculares e saem aliviadas”, afirma o ortopedista Ysao Yamamura, chefe do setor de Medicina Chinesa da universidade. No Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, por mês são atendidas 400 pessoas, a maioria com dores lombares. Em Porto Alegre, no Hospital das Clínicas, o método também faz sucesso. “Temos relatos até de restauração de nervos comprometidos”, afirma a médica Mirian Martelete, chefe do Serviço da Dor e Medicina Paliativa do centro gaúcho.


No setor privado, a aprovação não é menor. No Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, um dos mais respeitados do País, a técnica é aplicada, com muito sucesso, para controlar a dor. “O uso foi liberado com base em uma sólida documentação científica”, diz o médico Marcelo Saad, especialista em acupuntura, que tem a agenda lotada até o final do mês para sessões com as agulhas. No Sírio-Libanês, outra referência paulistana de ótimo atendimento, a técnica também é usada para combater dores. O Ministério da Saúde anunciou a ampliação do uso da técnica na rede pública. Atualmente, o tratamento está disponível em 120 locais, entre centros de saúde e hospitais públicos. Um deles é o posto João Barros Barreto, no Rio de Janeiro, que no ano passado atendeu 882 pessoas. Neste ano, o crescimento surpreendeu, com 986 casos apenas no primeiro semestre. Também no Rio de Janeiro, na unidade de cuidados paliativos do Instituto Nacional do Câncer, a acupuntura está presente. “Ela é usada contra dor, náusea, constipação, insônia e depressão”, diz a oncologista Maria Beatriz de Oliveira Ribeiro.

Essa aceitação está ancorada em centenas de pesquisas realizadas por instituições reconhecidas. O próprio Instituto Nacional de Saúde dos EUA realiza uma série de estudos. Um deles mede os efeitos do método na recuperação de seqüelas de acidente vascular cerebral. No ano passado, o especialista Wu Tu Hsing, do HC/SP, foi convidado para dar palestras sobre o tema. Hsing criou um protocolo de tratamento que une medicamentos, acupuntura e eletroestimulação (uso de corrente elétrica para estimular a transmissão dos sinais nervosos) com o objetivo de melhorar os movimentos de pessoas com seqüelas. “Por enquanto, minhas pesquisas mostraram melhores resultados na recuperação da perna direita”, afirma Wu. Um dos seus pacientes, o aposentado Youssef Esses, 63 anos, melhorou depois de nove sessões. “Tive derrame há três anos. Já voltei a falar e o tratamento está me ajudando a me mover melhor”, diz.

A indicação para derrame é apenas uma das novidades no que diz respeito
às aplicações. Hoje, além das mais tradicionais, como o alívio da dor e
inflamação, stress e ansiedade, o método é recomendado para muitos outros problemas. Entre eles, enjôos de gravidez, insuficiência cardíaca, asma e bronquite, depressão leve, redução dos efeitos colaterais da quimioterapia (náusea e vômitos). E há quem esteja lançando mão das agulhas para atenuar rugas, tratar manchas
e melhorar o viço da pele, além de combater celulite e estrias. É a acupuntura estética. “Funciona. A aplicação ajuda a tonificar os músculos e a dar elasticidade
à pele”, explica a dermatologista Maria Assunta Nakano, da Unifesp. Um dos centros de beleza que usam o método é o Kyron, de São Paulo. Lá, as leves espetadas recuperam o corpo do desgaste causado pelo stress e a ansiedade, produzindo bem-estar.

No Rio, o fisioterapeuta Fernando Fernandes estende os benefícios ao tratamento
da flacidez e rejuvenescimento facial. A carioca Eliane Guarnieri, 49 anos, gostou
do resultado. “Meu rosto está mais firme, as rugas mais suaves”, garante ela,
que ainda está no início do tratamento. Fernandes também atende pacientes que
se recuperam de cirurgia plástica. “A terapia reduz o inchaço e os hematomas
do pós-operatório”, assegura. O cirurgião plástico Alcemar Maia Souto indica
a seus pacientes. “Graças à técnica, recomendo menos remédios após a
cirurgia”, afirma.


E há mais possibilidades de uso sendo investigadas. As pesquisas analisam seus efeitos no tratamento da síndrome do intestino irritável, uma complexa reunião de distúrbios gastrointestinais cujos sinais mais comuns são dor abdominal e cólicas. Outro estudo recente mostra benefícios importantes no tratamento da apnéia do sono, distúrbio caracterizado pela interrupção da respiração quando a pessoa dorme. A pesquisa, feita por especialistas da Unifesp, envolveu dez pacientes diagnosticados com grau moderado da doença. Durante esse período eles fizeram sessões semanais de acupuntura e, ao final do tratamento, seis pacientes não sofriam mais com o problema. Segundo a pesquisadora Anaflávia de Oliveira Freire, uma das hipóteses para o resultado seria a promoção do equilíbrio da serotonina induzido pela acupuntura. “Nesses pacientes, a produção da serotonina é deficiente. Isso promove uma flacidez nos músculos da faringe, o que interfere na respiração durante o sono”, explica.

Além dos avanços, a acupuntura experimenta grande diversificação nas suas formas de aplicação. Hoje não se baseia mais apenas nas agulhas. Recursos modernos como o laser e os eletrodos entraram na lista das maneiras como a técnica pode ser usada. O primeiro é ótima opção para quem detesta picadas e também para bebês e crianças – o método também é utilizado nos pequenos. O segundo potencializa os efeitos das agulhas. Um aparelho do gênero acaba de ser criado no serviço de acupuntura do Hospital das Clínicas da USP. Além de usar tecnologia nacional, é mais potente, fácil de ser transportado e seguro.


Mas a expansão da acupuntura
enfrenta problemas no Brasil. Um deles é que a maioria dos planos de saúde não paga as sessões. Isso limita o uso da técnica em centros pioneiros na sua adoção, como o Hospital do Câncer A.C. Camargo, em São Paulo. “Atualmente, apenas os pacientes do SUS ou os que querem pagar têm o benefício”, explica o médico Wu Tu Chung, criador do serviço. Outra questão é que ainda não há leis específicas para regulamentar a profissão de acupunturista. Isso gera confusão. Hoje, os médicos pedem para si a prerrogativa de aplicar o método. Ao todo, segundo a Associação Médica Brasileira de Acupuntura, cerca de 9,5 mil médicos no País adotam o método, mas apenas 2,5 mil deles têm o título de especialista. Porém, outros profissionais de saúde, como psicólogos, fisioterapeutas e enfermeiros, brigam pelo direito de aplicar o método. “O importante, enquanto essas divergências não são resolvidas, é ter clareza de que a acupuntura é mais um recurso dentro de um arsenal que pode combinar remédios e outras armas. Esse é o caminho do futuro”, conclui o médico pernambucano Dirceu de Lavôr Sales, da Sociedade Médica Brasileira de Acupuntura.

segunda-feira, agosto 07, 2006

Homeopatia em todas as áreas


O jornal O Fluminense, de Niterói (RJ) publicou ontem esta interessante matéria:

A homeopatia vem ganhando muitos adeptos ao longo dos últimos anos, principalmente pela forma diferenciada de tratamento. De acordo com os princípios da especialidade, o indivíduo é analisado como um todo, levando em conta suas características físicas e emocionais.

Não só a medicina vem se utilizando dos benefícios da homeopatia, mas em áreas como a odontologia e a veterinária o método tem sido aplicado com resultados significativos.

Uma aplicação da homeopatia amplamente utilizada no mundo é em animais. Há mais de 10 anos, a médica veterinária Maria Leonora Veras de Mello trabalha com essa especialidade.

"O medicamento homeopático estimula e conduz a energia vital do animal ao seu reequilíbrio, mal comparando, como se fosse um modulador imunológico, conduzindo o organismo à cura", ressaltou.

De acordo com a veterinária, o tratamento é mais barato em relação aos feitos com remédios alopáticos. Porém, existem limitações no tratamento de algumas doenças.

"Casos cirúrgicos, emergências, deficiências hormonais avançadas, envenenamentos, devem ser tratadas convencionalmente. Depois do tratamento comum, a homeopatia pode ajudar a acelerar a cura", exemplificou.

Cliente da Maria Leonora e filho da aposentada Sônia Maria Quadros, o Fox Paulistinha Bob trata com a homeopatia desde 2002.

"O Bob não conseguia engolir os remédios comuns, com a homeopatia ficou mais fácil. Dissolvo na água e ele toma tudo sem reclamar. Além disso, ele era muito irritadiço, mas depois do tratamento ele está até mansinho", contou Quadros.


Necessidade - A dentista e coordenadora do Grupo de Trabalho em Homeopatia da Secretaria de Saúde de Volta Redonda e do Comitê Regional de Homeopatia da Região Médio Paraíba, Fabíola Angelita Martins, contou que a aplicação na odontologia nasceu da necessidade de alguns dentistas em prescrever medicamentos que melhorassem a condição de adoecimento de seus pacientes de uma forma mais abrangente, uma vez que a medicina já se beneficiava da homeopatia.

O uso desta especialidade na odontologia é relativamente nova, consta que o curso pioneiro foi em 1990, em São Paulo, pelo Instituto Brasileiro de Acupuntura e Homeopatia Odontológica.

"Quem chega apenas para cuidar dos dentes é levado a falar sobre a vida, saúde e relacionamento. O paciente relata sinais e sintomas que o profissional homeopata saberá utilizar para prescrever os medicamentos que mais se assemelhem com o indivíduo. Tendo como vantagem não só o tratamento dos dentes, mas também prevenindo a tendência do adoecimento".

Fabíola Martins, que trabalha com o tema há 16 anos, exemplifica afirmando que quem desenvolve constantemente cáries ou problemas de gengiva pode, além de tratar aquela queixa através do uso dos medicamentos homeopáticos, pode também prevenir a recorrência dos sintomas.

De acordo com a dentista, o que difere das consultas comuns é a forma de abordar o paciente, mas principalmente na visão que o dentista homeopata tem em relação à
patologia apresentada.

"O procedimento clínico é igual, se anestesia, faz-se restaurações, etc. A homeopatia pode tratar o medo do dentista, ansiedade, náuseas. Age ainda nas desordens bucais de origem sistêmicas, como herpes e sinusite. Além de ser útil nos tratamentos de implantes e perdas ósseas e
muito eficaz no processo operatório, ajudando a evitar sangramentos e dor", esclareceu.


Novo segmento - A agricultura está sendo um novo segmento de aplicação da homeopatia. O homeopata Marcos Dias Moraes e o farmacêutico Leandro Machado Rocha contaram que os agrônomos conseguiram o direito de usar a homeopatia nas plantas e que têm obtido muito êxito.

"Temos encontrado na literatura o uso da homeopatia na agricultura, principalmente para combater as pragas das plantações, sem ser necessário o uso dos defensivos agrícolas tradicionais", alertou Rocha.

Diagnóstico completo

O homeopata Marcos Dias Moraes explicou que o profissional da homeopatia precisa fazer, além do diagnóstico clínico, como qualquer médico, o diagnóstico do medicamento a ser prescrito.

"Além de diagnosticar uma sinusite, por exemplo, é preciso encontrar o medicamento que mais se assemelhe às queixas e sintomas do paciente, já que o princípio fundamental da homeopatia é a cura pelo semelhante, ou seja, uma substância capaz de produzir artificialmente um quadro de doença, também pode curar um paciente com os mesmos sintomas, só que em doses pequenas", salientou.

Alguns pacientes se queixam que o resultado do tratamento é obtido mais lentamente. De acordo com os médicos, essa impressão do tratamento ser lento é mito. Para Dias, depende do grau de desequilíbrio do paciente e da percepção dos sintomas pelo médico.

"A homeopatia é precisa, como matemática. Seu êxito vai depender do conhecimento do prescritor".

Desde 1840 no Brasil

Introduzida no Brasil em 1840 por um discípulo francês de Samuel Hahnemann, Benoit Mure, a homeopatia vem comprovando sua eficácia através de inúmeras pesquisas. Algumas delas apresentadas em um Encontro Internacional de Pesquisas Institucionais em Homeopatia, realizado em São Paulo, em fevereiro de 2004. Estes estudos indicaram que o tratamento homeopático é eficaz em casos de amigdalite, de refluxo gastroesofágico e de sintomas da menopausa.

Com 26 anos de profissão, o homeopata Marcos Dias Moraes explicou que na homeopatia, cada caso é um caso único.

"Ao contrário da Alopatia, que constata que alguém está doente com enxaqueca, por exemplo, porque apresenta os sintomas dela, a homeopatia procura entender por que e como a pessoa desenvolveu um conjunto de sintomas, no caso a enxaqueca. Cada organismo age e reage a seu modo, uma vida única em si mesma", ressaltou.

O professor e pesquisador do Departamento de Tecnologia Farmacêutica e Cosméticos da Universidade Federal Fluminense (UFF), Leandro Machado Rocha, afirmou que a eficácia da homeopatia tem sido comprovada através de estudos clínicos, que podem ser encontrados nas revistas especializadas da área.

"Nosso grande aliado tem sido os usuários de homeopatia, que ao verem os resultados do tratamento indicam a homeopatia para outras pessoas", acredita.


Contestação - Muitos médicos, contudo, contestam a real eficácia dos tratamentos feitos com base na homeopatia. Como é o caso do infectologista Hugo Boechat, que defende a idéia de que a homeopatia não é baseada em qualquer conhecimento científico.

"Essa especialidade é baseada no empirismo, ou seja, observando a prática. Para se ter uma comprovação da eficácia é necessário que se faça uma experiência científica. Os princípios são mágicos", avalia.

Porém, o idealizador do site Homeopatia Online, Marcos Dias, acredita que as resistências ao método têm diminuído em função dos efeitos positivos que o tratamento vem alcançando.

"Basicamente, não se pode reproduzir em laboratório os resultados da homeopatia usando os mesmos critérios da Alopatia", aponta.

segunda-feira, julho 31, 2006

Estudo mostra que acupuntura realmente funciona

Pesquisadores da University College London e da Southampton University anunciaram ter provas de que a acupuntura é um tratamento que realmente funciona. A equipe conduziu diversos testes e escaneou os cérebros de voluntários que se submetem a tratamento para amenizar a dor causada por artrite. As conclusões da pesquisa foram divulgadas no jornal especializado "NeuroImage".

Os 14 voluntários foram submetidos a três tipos de intervenções. Em uma delas, os pacientes foram tocados com agulhas grossas, sem ter a pele perfurada e sabendo que a experiência não teria valor terapêutico. Em outro procedimento, foram utilizadas agulhas especialmente desenvolvidas para dar a impressão de que a pele estava sendo traspassada, sem que isso ocorresse. Em dado momento ocorria realmente a acupuntura.

A analise dos cérebros dos voluntários possibilitou que os cientistas verificassem grandes diferenças entre as três situações. As agulhas grossas ativaram apenas as áreas do cérebro associadas ao toque. Na intervenção com agulhas com pontas especiais, que desapareciam, a área ativada foi a que comanda o alívio da dor.

Durante o tratamento de acupuntura, além das áreas relativas à dor, outra região do cérebro, a insular, foi estimulada. A região já era conhecida por sua ligação com acupuntura, pois acredita-se que comanda a modulação da dor.

Para Sarah Williams, do Conselho de Acupuntura Britânico, a descoberta é "muito positiva para a acupuntura, e essa pesquisa é uma excelente ilustração do que os acupunturistas já sabiam há muito tempo".

Por outro lado, Henry McQuay, professor de alívio da dor na Universidade de Oxford, mostrou reservas sobre o estudo.

"Algumas pessoas relatam que a acupuntura as faz se sentirem melhor. Mas é extremamente difícil, tecnicamente, estudar acupuntura e separar o efeito placebo", disse.

segunda-feira, junho 12, 2006

Vendedores de doenças





LE MOND DILPOMATIQUE – MAIO 2006
Os vendedores de doenças
As estratégias da indústria farmacêutica para multiplicar lucros espalhando o medo e transformando qualquer problema banal de saúde numa “síndrome” que exige tratamento
Ray Moynihan, Alain Wasmes
Há cerca de trinta anos, o dirigente de uma das maiores empresas farmacêuticas do mundo fez declarações muito claras. Na época, perto da aposentadoria, o dinâmico diretor da Merck, Henry Gadsden, revelou à revista Fortune seu desespero por ver o mercado potencial de sua empresa confinado somente às doenças. Explicando preferiria ver a Merck transformada numa espécie de Wringley’s – fabricante e distribuidor de gomas de mascar –, Gadsden declarou que sonhava, havia muito tempo, produzir medicamentos destinados às... pessoas saudáveis. Porque, assim, a Merck teria a possibilidade de “vender para todo mundo”. Três décadas depois, o sonho entusiasta de Gadsden tornou-se realidade.
As estratégias de marketing das maiores empresas farmacêuticas almejam agora, e de maneira agressiva, as pessoas saudáveis. Os altos e baixos da vida diária tornaram-se problemas mentais. Queixas totalmente comuns são transformadas em síndromes de pânico. Pessoas normais são, cada vez mais pessoas, transformadas em doentes. Em meio a campanhas de promoção, a indústria farmacêutica, que movimenta cerca de 500 bilhões dólares por ano, explora os nossos mais profundos medos da morte, da decadência física e da doença – mudando assim literalmente o que significa ser humano. Recompensados com toda razão quando salvam vidas humanas e reduzem os sofrimentos, os gigantes farmacêuticos não se contentam mais em vender para aqueles que precisam. Pela pura e simples razão que, como bem sabe Wall Street, dá muito lucro dizer às pessoas saudáveis que estão doentes.
A fabricação das “síndromes”
A maioria de habitantes dos países desenvolvidos desfruta de vidas mais longas, mais saudáveis e mais dinâmicas que as de seus ancestrais. Mas o rolo compressor das campanhas publicitárias, e das campanhas de sensibilização diretamente conduzidas, transforma as pessoas saudáveis preocupadas com a saúde em doentes preocupados. Problemas menores são descritos como muitas síndomes graves, de tal modo que a timidez torna-se um “problema de ansiedade social”, e a tensão pré-menstrual, uma doença mental denominada “problema disfórico pré-menstrual”. O simples fato de ser um sujeito “predisposto” a desenvolver uma patologia torna-se uma doença em si.
O epicentro desse tipo de vendas situa-se nos Estados Unidos, abrigo de inúmeras multinacionais famacêuticas. Com menos de 5% da população mundial, esse país já representa cerca de 50% do mercado de medicamentos. As despesas com a saúde continuam a subir mais do que em qualquer outro lugar do mundo. Cresceram quase 100% em seis anos – e isso não só porque os preços dos medicamentos registram altas drásticas, mas também porque os médicos começaram a prescrever cada vez mais.
De seu escritório situado no centro de Manhattan, Vince Parry representa o que há de melhor no marketing mundial. Especialista em publicidade, ele se dedica agora à mais sofisticada forma de venda de medicamentos: dedica-se, junto com as empresas farmacêuticas, a criar novas doenças. Em um artigo impressionante intitulado “A arte de catalogar um estado de saúde”, Parry revelou recentemente os artifícios utilizados por essas empresas para “favorecer a criação” dos problemas médicos [1]. Às vezes, trata-se de um estado de saúde pouco conhecido que ganha uma atenção renovada; às vezes, redefine-se uma doença conhecida há muito tempo, dando-lhe um novo nome; e outras vezes cria-se, do nada, uma nova “disfunção”. Entre as preferidas de Parry encontram-se a disfunção erétil, o problema da falta de atenção entre os adultos e a síndrome disfórica pré-menstrual – uma síndrome tão controvertida, que os pesquisadores avaliam que nem existe.
Médicos orientados por marqueteiros
Com uma rara franqueza, Perry explica a maneira como as empresas farmacêuticas não só catalogam e definem seus produtos com sucesso, tais como o Prozac ou o Viagra, mas definem e catalogam também as condições que criam o mercado para esses medicamentos.
Sob a liderança de marqueteiros da indústria farmacêutica, médicos especialistas e gurus como Perry sentam-se em volta de uma mesa para “criar novas idéias sobre doenças e estados de saúde”. O objetivo, diz ele, é fazer com que os clientes das empresas disponham, no mundo inteiro, “de uma nova maneira de pensar nessas coisas”. O objetivo é, sempre, estabelecer uma ligação entre o estado de saúde e o medicamento, de maneira a otimizar as vendas.
Para muitos, a idéia segundo a qual as multinacionais do setor ajudam a criar novas doenças parecerá estranha, mas ela é moeda corrente no meio da indústria. Destinado a seus diretores, um relatório recente de Business Insight mostrou que a capacidade de “criar mercados de novas doenças” traduz-se em vendas que chegam a bilhões de dólares. Uma das estratégias de melhor resultado, segundo esse relatório, consiste em mudar a maneira como as pessoas vêem suas disfunções sem gravidade. Elas devem ser “convencidas” de que “problemas até hoje aceitos no máximo como uma indisposição” são “dignos de uma intervenção médica”. Comemorando o sucesso do desenvolvimento de mercados lucrativos ligados a novos problemas da saúde, o relatório revelou grande otimismo em relação ao futuro financeiro da indústria farmacêutica: “Os próximos anos evidenciarão, de maneira privilegiada, a criação de doenças patrocinadas pela empresa”.
Dado o grande leque de disfunções possíveis, certamente é difícil traçar uma linha claramente definida entre as pessoas saudáveis e as doentes. As fronteiras que separam o “normal” do “anormal” são freqüentemente muito elásticas; elas podem variar drasticamente de um país para outro e evoluir ao longo do tempo. Mas o que se vê nitidamente é que, quanto mais se amplia o campo da definição de uma patologia, mais essa última atinge doentes em potencial, e mais vasto é o mercado para os fabricantes de pílulas e de cápsulas.
Em certas circunstâncias, os especialistas que dão as receitas são retribuídos pela indústria farmacêutica, cujo enriquecimento está ligado à forma como as prescrições de tratamentos forem feitas. Segundo esses especialistas, 90% dos norte-americanos idosos sofrem de um problema denominado “hipertensão arterial”; praticamente quase metade das norte-americanas são afetadas por uma disfunção sexual batizada FSD (disfunção sexual feminina); e mais de 40 milhões de norte-americanos deveriam ser acompanhados devido à sua taxa de colesterol alta. Com a ajuda dos meios de comunicação em busca de grandes manchetes, a última disfunção é constantemente anunciada como presente em grande parte da população: grave, mas sobretudo tratável, graças aos medicamentos. As vias alternativas para compreender e tratar dos problemas de saúde, ou para reduzir o número estimado de doentes, são sempre relegadas ao último plano, para satisfazer uma promoção frenética de medicamentos.
Quanto mais alienados, mais consumistas
A remuneração dos especialistas pela indústria não significa necessariamente tráfico de influências. Mas, aos olhos de um grande número de observadores, médicos e indústria farmacêutica mantêm laços extremamente estreitos.
As definições das doenças são ampliadas, mas as causas dessas pretensas disfunções são, ao contrário, descritas da forma mais sumária possível. No universo desse tipo de marketing, um problema maior de saúde, tal como as doenças cardiovasculares, pode ser considerado pelo foco estreito da taxa de colesterol ou da tensão arterial de uma pessoa. A prevenção das fraturas da bacia em idosos confunde-se com a obsessão pela densidade óssea das mulheres de meia-idade com boa saúde. A tristeza pessoal resulta de um desequilíbrio químico da serotonina no célebro.
O fato de se concentrar em uma parte faz perder de vista as questões mais importantes, às vezes em prejuízo dos indivíduos e da comunidade. Por exemplo: se o objetivo é a melhora da saúde, alguns dos milhões investidos em caros medicamentos para baixar o colesterol em pessoas saudáveis, podem ser utilizados, de modo mais eficaz, em campanhas contra o tabagismo, ou para promover a atividade física e melhorar o equilíbrio alimentar.
A venda de doenças é feita de acordo com várias técnicas de marketing, mas a mais difundida é a do medo. Para vender às mulheres o hormônio de reposição no período da menopausa, brande-se o medo da crise cardíaca. Para vender aos pais a idéia segundo a qual a menor depressão requer um tratamento pesado, alardeia-se o suicídio de jovens. Para vender os medicamentos para baixar o colesterol, fala-se da morte prematura. E, no entanto, ironicamente, os próprios medicamentos que são objeto de publicidade exacerbada às vezes causam os problemas que deveriam evitar.
O tratamento de reposição hormonal (THS) aumenta o risco de crise cardíaca entre as mulheres; os antidepressivos aparentemente aumentam o risco de pensamento suicida entre os jovens. Pelo menos, um dos famosos medicamentos para baixar o colesterol foi retirado do mercado porque havia causado a morte de “pacientes”. Em um dos casos mais graves, o medicamento considerado bom para tratar problemas intestinais banais causou tamanha constipação que os pacientes morreram. No entanto, neste e em outros casos, as autoridades nacionais de regulação parecem mais interessadas em proteger os lucros das empresas farmacêuticas do que a saúde pública.
A “medicalização” interesseira da vida
A flexibilização da regulação da publicidade no final dos anos 1990, nos Estados Unidos, traduziu-se em um avanço sem precedentes do marketing farmacêutico dirigido a “toda e qualquer pessoa do mundo”. O público foi submetido, a partir de então, a uma média de dez ou mais mensagens publicitárias por dia. O lobby farmacêutico gostaria de impor o mesmo tipo de desregulamentação em outros lugares.
Há mais de trinta anos, um livre pensador de nome Ivan Illich deu o sinal de alerta, afirmando que a expansão do establishment médico estava prestes a “medicalizar” a própria vida, minando a capacidade das pessoas enfrentarem a realidade do sofrimento e da morte, e transformando um enorme número de cidadãos comuns em doentes. Ele criticava o sistema médico, “que pretende ter autoridade sobre as pessoas que ainda não estão doentes, sobre as pessoas de quem não se pode racionalmente esperar a cura, sobre as pessoas para quem os remédios receitados pelos médicos se revelam no mínimo tão eficazes quanto os oferecidos pelos tios e tias [2] ”.
Mais recentemente, Lynn Payer, uma redatora médica, descreveu um processo que denominou “a venda de doenças”: ou seja, o modo como os médicos e as empresas farmacêuticas ampliam sem necessidade as definições das doenças, de modo a receber mais pacientes e comercializar mais medicamentos [3]. Esses textos tornaram-se cada vez mais pertinentes, à medida que aumenta o rugido do marketing e que se consolidas as garras das multinacionais sobre o sistema de saúde.
(Tradução: Wanda Caldeira Brant) wbrant@globo.com
Bibliografia complementar:
* A revista médica PLoS Medecine traz, em seu número de abril de 2006, um importante dossiê sobre “A produção de doenças” – http://medicine.plosjournals.org/
* Na França, as revistas Pratiques (dirigida ao grande público) e Prescrire (destinada aos médicos) avaliam os medicamentos e trazem um olhar crítico sobre a definição das doenças.
*Jörg Blech, Les inventeurs de maladies. Manœuvres et manipulations de l’industrie pharmaceutique, Arles, Actes Sud, 2005.
* Philippe Pignarre, Comment la dépression est devenue une épidémie, Paris, Hachette-Littérature, col. Pluriel, 2003.


traduções deste texto >>en — US: selling to the worried well [input] " name=Valider METHOD="get" ACTION="http://mondediplo.net/redirect.php">

[1] Ler, de Vince Parry, “The art of branding a condition ”, Medical Marketing & Media, Londres, maio de 2003.
[2] Ler, de Ivan Illich, Némésis médicale, Paris, Seuil, 1975.
[3] Ler, de Lynn Payer, Disease-Mongers: How Doctors, Drug Companies, and Insurers are Making You Feel Sick, Nova York, John Wiley & Sons, 2002.

Medicina é SÓ sacerdócio?

Texto extraído do Jornal da Sociedade Brasileira de Cardiologia do mês de
Maio/Junho de 2003. (e já estamos em 2006)



Os MÉDICOS chegaram ao fundo do poço.
O "Diário de Natal" publicou uma carta patética sobre o aviltamento da
profissão médica, caracterizado pela desvalorização do "Coeficiente de
Honorários" em 308% nos últimos nove anos, o que representa um decréscimo no
valor recebido pelos profissionais, se calculado em dólar, em 351%.
O documento, mais que uma reclamação, uma seríssima denúncia do ponto a que
chegaram os médicos, grande parte dos quais à beira da insolvência
Financeira, leva assinatura do Dr. Paulo Ezequiel, funcionário das
Secretaria de Saúde Municipal e Estadual, no Rio Grande do Norte, e que
recebeu a imediata solidariedade de outros nove médicos da rede Estadual,
que também é a carta aberta.
A repercussão foi tão grande, que por conta própria médicos do Brasil
inteiro passaram a retransmitir a carta para colegas e amigos, via email.
É a seguinte a íntegra do documento que também recebe o apoio da Sociedade
Brasileira de Cardiologia:
"Médicos, companheiros de profissão, como descemos...
Quando meu pai, médico, aposentou-se há nove anos, disse que estava fazendo
aquilo porque a profissão médica havia chegado ao fundo do poço e não
aguentava ver a classe descer mais do que aquilo.
Nesses nove anos os salários e até o CH (coeficiente de honorários), criado
Para proteger o trabalho médico, desvalorizou 308,68% se comparado ao
salário mínimo ( e nós pagamos salários baseados no mínimo aos funcionários)
desvalorizou 73,47% pelo IBG que mede o índice de preços ao consumidor
(inflação), índice este que sabemos ser maquiado pelo Governo Federal. Se
dolarizarmos" nossas perdas, elas chegam a 351,81%.Como descemos...
Inicialmente fizemos cortes no orçamento, depois aumentamos a carga de
Trabalho, passando a dar mais plantões. Cortamos férias, nos tornamos
"clientes especiais" dos bancos, inicialmente eventuais, hoje cativos. Não
Temos tempo sequer para nos organizar. Como descemos!

Não podemos lutar sequer na Justiça, pois o Judiciário jamais votaria a
Nosso favor, mesmo que estejamos certos. Os juízes já votaram seu próprio
Aumento salarial e, se votassem o nosso, poderia não sobrar para eles.
Em 1994 um médico recebia R$ 755,00 e um promotor público R$ 1.300,00 Hoje,
o médico recebe os mesmos R$ 755,00 e o promotor mais de R$ 8.000,00. Que
diferença de responsabilidade ou de um curso faz com que ocorra tal
disparidade. Sem falar de vereadores, auditor fiscal e outros cargos que,
devido ao seu poder de autogestão dos salários foram evoluindo, enquanto nós
retrocedemos. Como descemos.
E a culpa, de quem é ? De nós mesmos! Nós, que deixamos a coisa ocorrer sem
reagir. Talvez devido à celebre frase: "Medicina é sacerdócio!". Mas até os
padres, hoje em sua maioria vivem bem, comem bem, dormem bem, têm carro,
vestem-se bem, viajam. A culpa é nossa por termos aceitado dar plantões em
condições mínimas. Sem água ? Compramos água. Comida ruim ? Compramos comida
Não há material? Improvisa Tudo em prol da continuidade do serviço e do
paciente. A culpa é nossa por termos criado uma cooperativa médica que pode
proteger a todos, menos ao médico. Veja uma diária hospitalar hoje e há oito
anos. Quem protege quem ?
Os planos de saúde aprenderam que não temos tempo para reclamar e pagam o
que querem, quando querem e se quiserem. Como descemos.
Chegamos no nosso carrinho, cara de cansados, exaustos, na verdade,
maltrapilhos e somos atendidos pelo gerente do plano: bem dormido, gravata,
perfumado e de carrão zero às nossas custas. Burros de cangalha é o que
somos. O Governo também aprendeu que não temos força para cobrar o que é de
direito: retira gratificações, suspende pagamentos. É como se fôssemos
isentos de obrigações financeiras. Coitados de nós!
Como descemos!!!!!
Temos medo de pedir um orçamento a um pintor ou pedreiro. Estamos apertados
para pagar o colégio dos nossos filhos. Achamos que se continuarmos assim,
vamos acabar pagando para trabalhar. Estamos enganados! Já estamos pagando,
pois as noites em claro nos renderam doenças e problemas de saúde que nossa
aposentadoria do Estado de R$ 400,00 somados ao INSS de R$ 800,00, mais
talvez uma previdência privada, não conseguem cobrir. Pagamos, porque a
nossa ausência em casa na busca de manter um "padrão de vida" não tem preço.
Nossos filhos estão à mercê de drogas e maus exemplos, devido ao abandono.
E como dizer aos nossos filhos para estudarem, pois vale a pena ? Eles vêem
o exemplo do pai que estudou tanto, fez tantos cursos, passou tantos
Concursos e tem uma qualidade de vida tão ruim. E aí vem o "Big Brother",
As novelas e pessoas que vivem melhor, até de forma ilícita. É difícil
fazê-los compreender que o que nos mantém em nossa profissão, o que nos
alimenta a alma e o espírito são duas coisas: o amor pela prática médica e
a incapacidade que temos de reverter todo o investimento que fizemos à mesma.

Se o medo é de pagarmos para trabalhar, pode ficar ciente de que já estamos
fazendo isso.
Acho que deveríamos ser mais radicais e não aceitarmos imposições, pois
sabemos que estamos totalmente certos. Temos que ganhar melhor para
atendermos melhor a nossos pacientes. Temos que dormir bem, para atendermos
melhor a nossos pacientes. Temos que estudar e nos atualizar, para
atendermos melhor a nossos pacientes.
Queira ou não, tudo isso depende de remuneração"
Texto extraído do Jornal da Sociedade Brasileira de Cardiologia do mês de
Maio/Junho de 2003.

quarta-feira, maio 17, 2006

Curso do GAIA


Confirmamos o nosso encontro neste próximo fim de semana, dias 20 e 21,
cujos temas serão:

Turma de Fundamentação: Os 4 Reinos da Natureza e Quadrimembração (Corpo
Físico,
Etérico, Astral, Eu)
docente: Luiz Alberto Nascimento

Turma de Pedagogia: Doenças Infantis e Alimentação
docente: Rita Rhame

Arte: Canto
docente: Marília

Aproveitamos para reafirmar que ainda é possível a adesão de novos colegas,
portanto, agradecemos a colaboração de vocês na divulgação.

Abraços e até lá...
Neide
Visite o site do GAIA

quinta-feira, maio 11, 2006

Ministério da Saúde bancará homeopatia e acupuntura

(Pena que prevalece a idéia de que o SUS deve ser popular, no sentido de barato e ruim. Só isso explica Homeopatas que não sejam médicos.)

Portaria prevê custeio no SUS de terapias alternativas, como as águas termais

CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério da Saúde decidiu bancar tratamentos alternativos no SUS (Sistema Único de Saúde), alguns sem comprovação científica. Portaria publicada no "Diário Oficial" da União da última quinta autoriza, reconhece o valor terapêutico e incentiva as unidades de saúde a adotarem terapias como a acupuntura, a homeopatia, a fitoterapia e o termalismo.
Hoje, 19 capitais e 232 municípios do país já adotam uma ou mais dessas práticas. Com a criação de uma política nacional para esse fim, a idéia é ampliá-las e uniformizá-las em todo o país.
Para isso, o ministério pretende destinar mais recursos às unidades de saúde, capacitar as equipes e incentivar a fabricação de fitoterápicos (à base de plantas) por laboratórios oficiais e não-oficiais.
Um ponto polêmico do projeto é o fato de ele autorizar que outros profissionais da saúde, não-médicos, prescrevam ou realizem o tratamento. Tanto o CFM (Conselho Federal de Medicina) como a Federação Nacional dos Médicos consideram essa decisão "absurda" e acreditam que ela só visa o "barateamento" da medicina no sistema público de saúde.
Na opinião de Heder Murari Borba, presidente da federação médica, é "grave" o fato de o Ministério da Saúde apresentar uma política pública que permite a prática da acupuntura e da homeopatia, por exemplo, por não-médicos. "É fazer uma medicina pobre para os pobres."
O médico Roberto D'Ávila, corregedor do conselho de medicina, endossa as declarações de Borba e diz que a questão não é de reserva de mercado. "É a saúde da população mais pobre que está em jogo. Quem tem mais recursos certamente procura um médico para fazer esses procedimentos. É a oficialização da baixa qualidade à assistência", afirma.
Para ele, a adoção do tratamento com águas termais no SUS é "coisa de maluco". "Não conheço nenhum estudo científico sério que respalde essa técnica. Não dá para entender como isso foi aprovado pelo ministério."
De acordo com o farmacêutico Francisco Batista Júnior, membro do Conselho Nacional de Saúde (CNS) -órgão que foi responsável pela aprovação do projeto-, o termalismo é um tratamento de saúde antigo. "Pode não ser uma ciência exata, baseada em evidências científicas, mas tem seu valor histórico", disse ele.

Mais opções terapêuticas
O Ministério da Saúde afirma que a elaboração da nova política foi democrática e aprovada pelo CNS após amplo diálogo com a comunidade médica e científica.
Segundo Manoel dos Santos, diretor de assuntos farmacêuticos do ministério, a política foi discutida "à exaustão" no Conselho Nacional de Saúde antes de ser aprovada. Roberto D'Ávila, do CFM, que participou de parte das discussões, diz que os médicos alertaram para os problemas da portaria, mas foram voto vencido.
Santos diz que, para 2007, o ministério deve prever no orçamento recursos para a implementação da política em âmbito nacional. Ainda não há previsão de valores.
Neste ano, segundo ele, municípios que queiram adotar os tratamentos alternativos na sua rede de saúde podem receber verbas extras, desde que preenchidos os requisitos exigidos pela pasta.
Segundo ele, o objetivo do ministério é ampliar as opções terapêuticas aos usuários do SUS com segurança e eficácia.

terça-feira, maio 02, 2006

Pôr do sol em Jurujuba

 
Foto feita com câmera Minolta 8000i, de filme, foi usado filme Agfa, e escaneada por equipamento Noritsu. Posted by Picasa

A promoção da doença

G. Casino
em Barcelona

Transformar problemas e contingências comuns da vida, como o envelhecimento, a timidez, a menopausa, a tristeza ou a solidão, em doenças que podem ser tratadas com medicamentos é uma das argúcias utilizadas pela indústria farmacêutica para vender melhor seus produtos. Mas não é a única. Além disso, algumas doenças leves se fazem passar por graves, as estatísticas de prevalência (número de casos) são infladas, transforma-se um fator de risco em doença... E tudo isso muitas vezes de forma combinada, com o apoio de médicos líderes de opinião e a utilização dos meios de comunicação em campanhas dirigidas tanto a médicos quanto a consumidores.

Esse fenômeno, em pleno auge, foi batizado na literatura anglo-saxã de "disease mongering", que poderia ser traduzido como "promoção de doenças".

Essa tática "transforma em doentes os saudáveis, desperdiça recursos preciosos e causa sofrimento iatrogênico [causada pelos médicos e os remédios]", resumem o jornalista Ray Moynihan e o farmacologista David Henry, ambos da Universidade de Newcastle (Austrália), no último número da revista "PLoS Medicine", que inclui uma série de trabalhos sobre "disease mongering".

Os defensores dessa prática comercial argumentam que as companhias farmacêuticas se limitam a oferecer informação ao consumidor e que se depois o remédio é receitado ou não é um assunto que cabe ao médico e ao paciente.

Mas muitos médicos estão preocupados porque a saúde se assemelha cada vez mais a um bem de consumo. Às vezes os pacientes parecem clientes informados que buscam satisfazer uma necessidade de saúde criada pela indústria farmacêutica, assim como a automobilística criou, por exemplo, a necessidade dos veículos todo-terreno.

"Dir-se-ia que, como os personagens de Pirandello que buscam um autor, alguns remédios estão em busca de aplicação, e a encontram em processos que têm mais a ver com o simples fato de viver do que com doenças verdadeiras", afirma o médico de família Pablo Alonso Coello, do Centro Cochrane Ibero-americano, em Barcelona. "Existem campanhas dirigidas a consumidores e médicos que preconizam que a solução para esses problemas está na farmacopéia, e não nos próprios recursos da pessoa."

Um assunto crucial, como indica esse médico, é que as doenças começam a ser definidas pelas empresas: "A construção social e científica da doença está sendo substituída pela construção por parte das corporações".

O especialista em "disease mongering" Ray Moynihan, que participou da organização este mês de um primeiro congresso médico sobre o tema, sugere que é necessário começar a estudar mais a fundo o fenômeno e a desenvolver estratégias e metodologias que gerem dados sobre seu verdadeiro impacto.

Um dos exemplos mais conhecidos é a medicalização da sexualidade humana e seus problemas. A história do sildenafilo (Viagra) é a da transformação com êxito de um medicamento em produto de consumo: um remédio eficaz e seguro para tratar a impotência, mas que também pode ser utilizado por uma população mais ampla. Seu lançamento comercial foi precedido de uma intensa cobertura na mídia sobre a disfunção erétil, alertas sobre sua enorme prevalência, os problemas que causa aos afetados e as boas expectativas dos tratamentos.

A posterior "criação e promoção da disfunção sexual feminina é um caso típico de promoção de doenças por parte da indústria farmacêutica e outros agentes medicalizadores", afirma Leonore Tiefer, professora de psiquiatria na Faculdade de Medicina de Nova York.

Na série de artigos publicados em "PLoS Medicine", alerta-se que a indústria farmacêutica está se infiltrando nas escolas (por exemplo, informando os professores sobre o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade); coloniza a Internet com páginas que informam ao consumidor enquanto promovem certas doenças; cria e financia associações de pacientes para que se familiarizarem com seus tratamentos e os solicitem; utiliza os meios de comunicação para que as pessoas se sintam doentes (exemplo: a síndrome das pernas inquietas) e está transformando os pacientes em consumidores, assim desgastando o papel do médico como especialista.

A promoção de doenças é um fenômeno que ainda está em fase de maturação, segundo Moynihan, que participará do congresso anual da Sociedade Espanhola de Medicina Familiar e Comunitária, de 15 a 18 de novembro deste ano em Valência. E está convencido de que as coisas não mudarão de forma apreciável enquanto os responsáveis políticos não tomarem consciência do problema e compreenderem os possíveis benefícios de freá-lo.

segunda-feira, maio 01, 2006

Vivência em Monnerat em maio - Novos Rumos


De 4 a 7 de maio de 2006, acontecerá em Monnerat (RJ), uma pequena cidade próxima a Nova Fribrugo, uma Vivência em que, através de arte, terapia em grupo, acupuntura, contos de fadas, muito verde e ar puro, buscaremos novos rumos para problemas antigos. Mais informações por e-mail marceloguerra@gmail.com ou pelo telefone .

sábado, abril 29, 2006

Movimento Livro Livre


Sabe aquele livro que está pegando poeira na sua estante e você nunca mais vai ler? Deixe-o em algum lugar público para que alguém o encontre e leia. Esta é a idéia do Movimento Livro Livre.

quinta-feira, abril 27, 2006

Cientistas dizem ter provas da eficácia da acupuntura



Londres - Cientistas da University College London e da Southampton University disseram ter provas de que a acupuntura realmente funciona. Céticos sempre disseram que o qualquer benefício com o uso da técnica, que tem origem na medicina chinesa tradicional, decorre da esperança que o paciente tem em relação ao tratamento.

Os pesquisadores fizeram diversos testes e escanearam os cérebros de voluntários. O resultado do trabalho foi publicado no jornal especializado NeuroImage. Eles usaram tomografia por emissão de posítrons (PET, na sigla em inglês) para ver o que acontece nos cérebros das pessoas que se submetem a tratamento com acupuntura para aliviar a dor causada por artrite.

Cada um dos 14 voluntários se submeteu a três intervenções, numa ordem aleatória. Em uma das intervenções, pacientes foram tocados com agulhas grossas, mas sabiam que não teriam a pele perfurada e que a experiência não teria valor terapêutico.

Outra intervenção envolveu um tratamento com agulhas especialmente desenvolvidas para dar a impressão de que a pele estava sendo penetrada, embora isso não tenha realmente ocorrido. As pontas dessas agulhas desaparecem dentro do corpo da agulha quando pressionadas.

A terceira intervenção era realmente acupuntura. Quando os pesquisadores analisaram o resultado da PET, descobriram diferenças marcantes entre as três situações. Apenas as áreas do cérebro associadas com a sensação de toque foram ativadas quando os voluntários eram tocados com agulhas grossas.

No caso das agulhas cujas pontas desapareciam, uma área do cérebro associada com a produção de opiáceos naturais - substâncias que aliviam a dor - foi ativada. A mesma área foi ativada com a acupuntura de verdade, mas, além disso, outra região do cérebro, a insular, foi estimulada pelo tratamento.

Essa região já era conhecida por estar associada à acupuntura e porque, acredita-se, está envolvida na modulação da dor.

Sarah Williams, do Conselho de Acupuntura Britânico, disse: "É uma notícia muito positiva para a acupuntura, e essa pesquisa é uma excelente ilustração do que os acupunturistas já sabiam há muito tempo".

Já o Henry McQuay, professor de alívio da dor na Universidade de Oxford, expressou algumas reservas. "Algumas pessoas relatam que a acupuntura as faz se sentirem melhor. Mas é extremamente difícil, tecnicamente, estudar acupuntura e separar o efeito placebo", disse.

sexta-feira, abril 21, 2006

Artigo do Dr. Marcus Zulian Teixeira sobre estudos científicos em torno da Homeopatia

Pelo espaço ímpar que a Revista Diagnóstico &
Tratamento tem proporcionado à publicação
de artigos sobre homeopatia e acupuntura, venho através
desta carta discorrer sobre alguns artigos publicados
recentemente no periódico The Lancet, que questionam a
eficácia clínica da homeopatia.
A título de esclarecimento, importa citar que a homeopatia,
em seu contexto epistemológico, se fundamenta em
princípios distintos da medicina convencional: aplicação do
princípio de cura pela similitude, empregando doses infinitesimais
de substâncias que, ao terem sido experimentadas
previamente em pessoas sadias, apresentaram sintomas semelhantes
aos do indivíduo doente. Na aplicação terapêutica
desses pressupostos, valoriza a individualidade humana,
elegendo, dentre os milhares de substâncias experimentadas,
aquela que englobe a “totalidade de sintomas característicos
de cada paciente” (nos aspectos psíquicos, emocionais, gerais
e clínicos), empregando, para um mesmo tipo de doença,
medicamentos distintos para cada indivíduo enfermo.
Trabalhos desenvolvidos nas últimas décadas nas
áreas da pesquisa básica e da pesquisa clínica têm procurado
fundamentar cientificamente os pressupostos e
a prática clínica homeopática1 e, apesar do princípio de
cura homeopático pela similitude (paradoxical strategy
for treating chronic diseases) vir despertando interesses e
debates crescentes na racionalidade médica contemporânea,
2-5 causa estranheza ao pensamento cartesiano o
fato de as ultradiluições homeopáticas (em concentrações
inferiores ao número de Avogadro) produzirem sintomas
em organismos vivos, fazendo com que se comparem os
efeitos “inexplicáveis” ou “implausíveis” do tratamento
homeopático ao “efeito placebo”.
Alegando o intuito explícito de estudar a relação
dos efeitos clínicos do tratamento homeopático com oefeito placebo, acaba de ser publicado no The Lancet um
estudo comparativo entre ensaios clínicos homeopáticos
e alopáticos placebo-controlados.6 Pareando 110 ensaios
homeopáticos com 110 ensaios alopáticos, segundo as
mesmas doenças e os mesmos tipos de resultados (efeitos
específicos), os autores classificaram os estudos segundo
critérios de qualidade metodológica clássicos (número
de participantes envolvidos, método de randomização,
aplicação do método duplo-cego, tipo de publicação,
cálculo do odds ratio etc.), utilizando a meta-regressão
como método de análise estatística, avaliando como os
vícios ou erros sistemáticos (vieses) na condução e na
descrição dos estudos poderiam interferir na interpretação
final dos resultados.
Numa primeira análise geral de todos os ensaios clínicos
levantados, a maioria de baixa qualidade metodológica segundo
os critérios anteriormente citados, os autores observaram que
tanto a homeopatia como a alopatia mostraram-se efetivas
perante o placebo. Entretanto, quando os erros sistemáticos
foram valorizados, selecionando para análise apenas os “estudos
de maior qualidade metodológica clássica”, segundo o
critério de número de participantes envolvidos (oito ensaios
clínicos homeopáticos versus seis ensaios clínicos convencionais),
os resultados mostraram fraca evidência para um efeito
específico dos medicamentos homeopáticos (odds ratio, OR
= 0,88; 95% intervalo de confiança, CI = 0,65-1,19) e forte
evidência para efeitos específicos de intervenções convencionais
(OR = 0,58; 95% CI = 0,39-0,85). Partindo da premissa
que os efeitos específicos das ultradiluições homeopáticas
são “implausíveis”, pela dificuldade de explicá-los segundo
os parâmetros da pesquisa farmacológica dose-dependente,
os autores e comentaristas do trabalho concluíram que os
efeitos clínicos da homeopatia são efeitos placebo:
“We question the results of a randomised trial of homoeopathy
because we know that pharmacological action of infinite
dilutions is highly implausible. This reasoning is also the explicit
starting point of Shang and colleagues and their analyses only
gain meaning because of that background”.7
Como rege a epidemiologia clínica, nos estudos
que visam comparar a eficácia de racionalidades médicas
distintas como a homeopatia e a alopatia, os critérios
de qualidade metodológica específicos a cada modelo
devem constar como premissas fundamentais na sua
descrição e condução, a fim de que se reproduza, na
pesquisa, a realidade clínica. Dessa forma, os ensaios
clínicos homeopáticos deveriam priorizar como “critérios
de alta qualidade metodológica” as seguintes premissas:
individualização na escolha do medicamento (segundo a totalidade de sintomas característicos), das doses e das
potências homeopáticas; período de acompanhamento
suficiente para ajustar o medicamento à complexidade da
individualidade enferma; avaliação da resposta global e
dinâmica ao tratamento com a aplicação de questionários
de qualidade de vida (e não apenas o desaparecimento
momentâneo de um ou outro sintoma) etc.8,9
Na metanálise recém-publicada, esses “critérios
homeopáticos de alta qualidade metodológica” não foram
valorizados, pois apenas 16% dos ensaios clínicos
homeopáticos selecionados inicialmente (e nenhum dos
oito estudos de melhor qualidade metodológica clássica)
respeitavam a “individualização na escolha do medicamento”,
constituindo um viés ou erro sistemático de
grande magnitude para o modelo homeopático. A grande
maioria dos ensaios clínicos homeopáticos selecionados
apresentava desenhos impróprios à “clínica da individualidade”,
empregando um mesmo medicamento (44%) ou
uma mesma mistura de medicamentos (32%) para uma
queixa clínica comum a todos os pacientes.
Buscando descaracterizar a premissa da individualização
do medicamento (que requer estudos clínicos com
longo tempo de acompanhamento dos pacientes), reiterada
como “padrão ouro” ou “estado-da-arte” da epidemiologia
clínica homeopática em revisão sistemática sobre o tema,10
os autores da recente metanálise admitem que “avaliaram
esses pontos com análise adicional dos dados e não encontraram
forte evidência que confirmasse essas hipóteses”:*6
“não encontraram forte evidência” é diferente de “havia
uma fraca evidência”**, citado na conclusão final.
Tudo indica que esse artigo,6 enviesado segundo
as premissas do modelo homeopático, assim como o
editorial (The end of homoeopathy11) e outras duas matérias
críticas publicadas na mesma edição do The Lancet7,12,
apresentam o intuito implícito de desacreditar a homeopatia
cientificamente, em vista de a Organização
Mundial de Saúde (OMS) estar em vias de publicar um
dossiê completo sobre os trabalhos de pesquisa em homeopatia
desenvolvidos nas últimas décadas, que conclui
favoravelmente em prol da homeopatia.12
O interesse da população pela homeopatia vem
crescendo em todo o mundo, despertando as mais variadas
reações na classe médica,13,14 que espera respostas de pesquisadores
imparciais aos diversos questionamentos que
permeiam essa prática médica bissecular. Considerando
os pressupostos fundamentais a cada modelo, devemos
exercitar a criatividade na busca de modelos de pesquisa
clínica que reconciliem o paradigma científico dominante com o paradigma científico homeopático, suplantando
a cristalização dogmática que limita os horizontes do
conhecimento humano (“A razoabilidade da entrada de
um dado depende de quanto ele seja apoiado pelo fato
em questão e pelo conhecimento existente”***).7
Podemos dizer que a predição apocalíptica do
editorial do The Lancet (The end of homoeopathy11), segundo
as mesmas palavras dos editores, relaciona-se
ao fato de que “we see things not as they are, but as
we are”.

Marcus Zulian Teixeira. Médico homeopata e doutorando do Departamento de Clínica Médica
da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

quinta-feira, abril 20, 2006

HOMEOPATIA COMO ARTE

HOMEOPATIA COMO ARTE: "Dra. Maria Leonora Veras de Mello"
Excelente texto da minha amiga Dra. Maria Leonora Veras de Mello, veterinária homeopata.

Oração

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Casamento infeliz pode afetar saúde de idosos, diz estudo

da BBC Brasil

Um casamento conturbado pode acelerar o declínio de saúde que aparece naturalmente com a idade, segundo um estudo norte-americano.

Segundo a médica Debra Umberson, uma das responsáveis pela pesquisa, este é o primeiro trabalho que trata dos efeitos que problemas no casamento podem ter sobre a saúde com a chegada da idade.

Umberson, que chefia o departamento de Sociologia da Universidade de Texas-Austin, disse que há várias razões pelas quais pessoas mais velhas podem ser afetadas por questões no casamento.

Folha Online - Enquetes - Um casamento infeliz pode prejudicar a saúde?

Folha Online - Enquetes - Um casamento infeliz pode prejudicar a saúde?
Participe desta enquete da Folha de São Paulo. Me parece tão óbvio...

Símbolos caros ao nepaleses

 
A bandeira do Nepal e o tridente de Shiva. Posted by Picasa

Área bem no centro de Kathmandu

 
Alguém parece preocupado aí? A ganância deste atual rei do Nepal, que destronou o rei Birendra, acabou com tudo isso. Posted by Picasa

Encantadores de serpentes no pátio do Templo de Pashupatinath

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Velas para Buda

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Fiéis em frente à Stupa de Boudhanath

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Cremação no templo de Pashupatinath

 
Este é o maior templo dedicado a Shiva, um Deus hindu, em todo o mundo. No aniversário de Shiva, em março, peregrinos de todo o mundo, mas principalmente da Índia, vão para Kathmandu, para visitar este templo. Eles chegam de ônibus, carro, moto, bicicleta, carroça, a pé. Alguns peregrinos caminham 8 meses para chegar ao templo, como uma forma de promessa. É uma festa muito popular entre os hindus, mais ou menos como o Natal para nós, mas o sentido religioso é pleno, não houve o desvirtuamento das nossas festas religiosas, que viraram oportunidades comerciais. Posted by Picasa