quarta-feira, janeiro 31, 2007

Barbie - Como reproduzimos nosso consumismo em nossas filhas



Barbie

Rubem Alves

Fiquei comovido quando li que foram encontradas bonecas em túmulos de crianças no Egito, na Grécia e em Roma. Pude imaginar o que os pais deveriam estar sentindo ao colocar aquele brinquedo junto ao corpo da filha morta. Eles o faziam para que ela não partisse sozinha, para que ela não tivesse medo.

De fato, uma criança abraçada a uma boneca é uma criança sem medo, uma criança feliz. Os meninos, proibidos de ter bonecas, se abraçam aos seus ursinhos de pelúcia. E nós, adultos, proibidos de ter bonecas e de ter ursinhos de pelúcia, nos abraçamos ao travesseiro... Os objetos são diferentes, mas o seu sentido é o mesmo: o desejo de aconchego e de ternura.

Por isso eu acho que o senhor e a senhora fizeram muito bem ao dar uma boneca de presente para a sua filhinha.

Com uma exceção, é claro: se a boneca não foi a Barbie.

Porque a Barbie não é uma boneca. Falta a ela o poder que têm as outras bonecas, bebezinhos, de afugentar o medo e provocar sentimento maternais de ternura. Não posso imaginar uma menina dormindo abraçada à sua Barbie. Nenhum pai colocaria a Barbie no túmulo da filha morta.
A Barbie não é boneca. É uma bruxa.
Posso bem imaginar o espanto nos seus olhos.
Eu imagino também os seus pensamentos: O Rubem perdeu o juízo. A Barbie é unta boneca de plástico, não mexe, não pensa, não fala. E agora ele diz que ela é uma bruxa...
Que as bonecas, ao contrário das aparências, têm uma vida própria, eu aprendi no 2° ano primário. Minha professora me deu um livro sobre bonecas e bonecos: enquanto a gente estava acordado, elas ficavam deitadinhas, olhinhos fechados, fingindo que dormiam. Mas bastava que os vivos dormissem para que elas acordassem e se pusessem a falar coisas.

As bonecas foram os primeiros brinquedos inventados pelos homens.
E foram também os primeiros instrumentos de magia negra. Um alfinete, aplicado no lugar certo de uma boneca – assim afirmam os entendidos – tem o poder de matar a pessoa que se parece com ela.
Pois eu digo que a Barbie é uma bruxa.
Bruxa enfeitiça.
Enfeitiçada, a pessoa deixa de ter pensamentos próprios. Só pensa o que a bruxa manda. A pessoa enfeitiçada fica possuída pelos pensamentos da feiticeira e só pensa e faz aquilo que ela manda.
Se falo é porque vi, com esses olhos que a terra há de comer.
Basta que as crianças comecem a brincar com a Barbie, para que fiquem diferentes.
O pai manda, a mãe manda, a criança faz birra e não obedece. Não é assim com a Barbie. Basta que a Barbie mande para que elas obedeçam.
De novo você vai me contestar, dizendo que a Barbie não fala e não tem vontade. Por isso não pode nem dar ordens e nem ser obedecida.
Errado.
O fantástico é que ela, sem falar e sem ter vontade, tenha mais poder sobre a alma da criança que os pais.
Quem me revelou isso foi o futurólogo Alvin Toffler, no seu livro O Choque do Futuro, que li em 1971. O capítulo "A Sociedade do Joga-Fora" começa com a Barbie. Nascida em 1959, em 1970 mais de 12 milhões já tinham sido vendidas. Um negócio da China. E por quê? Porque a Barbie, diferente das bonecas antigas, bebês que se contentam com uma chupeta e um chocalho, tem uma voracidade insaciável.

A Barbie é uma boneca que nunca está contente: ela sempre pede mais. E essa é a grande lição que ela ensina às crianças: Compra, por favor!
Para se comprar há as roupas da Barbie, a banheira da Barbie, o secador de cabelo, o jogo de beleza, o guarda-roupa, a cama, a cozinha, o jogo de sala de estar, o carro, o jipe, a piscina, o chalé de praia, o cavalo e os maridos, que podem ser escolhidos e alternados entre o loiro e o Moreno etc. Etc.
A Barbie está sempre incompleta. Portanto, com ela vem sempre uma pitada de infelicidade.
Aliás, essa é a regra fundamental da sociedade consumiste: é preciso que as pessoas se sintam infelizes com o que têm, para que trabalhem e comprem o que não têm.
A Barbie tem esse poder: quem a tem está sempre infeliz porque há sempre algo que não se tem, ainda.
E os engenheiros da inveja, a serviço das fábricas, se encarregam de estar sempre produzindo esse novo objeto que ainda não foi comprado. Mas é inútil comprar. Porque logo um outro será produzido. É a cenoura na frente do burro... Ela nunca será comida.
Quem dá uma Barbie para uma criança põe a criança numa arapuca sem saída.
Porque, ao ter uma Barbie, ela ingressa no Clube das Meninas que têm Barbie.
E as conversas, nesse clube, são assim: Eu tenho o chalé de praia da Barbie. Você não tem. Ao que a outra retruca: – Não tenho o chalé, mas tenho o marido loiro da Barbie, que você não tem.
1 - Essa é a primeira lição que a inofensiva boneca de plástico ensina. Ensina a horrível fala do eu tenho, você não tem. A maldição das comparações. A maldição da inveja.
Você deve conhecer alguns adultos que fazem esse jogo.
Haverá coisa mais chata, mais burra, mais mesquinha?
Ao dar uma Barbie de presente é preciso que você saiba que a menina inevitavelmente aprenderá essa fala.
Isso feito, uma segunda fala entra inevitavelmente em cena, impulsionada pelas ilusões da inveja.
2 - A menininha pensa: Estou infeliz porque não tenho. Se eu tiver, serei feliz.
O jeito de se ter é comprar.
_ Papai...
– Que é, minha filha?
– Compra o chalé de praia da Barbie? Eu quero tanto...
Filha na arapuca. Pai na arapuca.
Mas há uma saída.
E, para ela, procuro sócios.
Vamos começar a produzir o próximo e definitivo complemento para a bruxa de plástico: urnas funerárias para a Barbie.
Por vezes o feitiço só se quebra com o assassinato da feiticeira – por bonitinha que ela seja...

segunda-feira, janeiro 29, 2007

Nutrição Antroposófica


Alimentação equilibrada é sinônimo de boa saúde. Quem come moderadamente, procurando variar os alimentos e se preocupando com a sua procedência, certamente terá mais resistência às doenças, vigor, disposição e energia. Somos aquilo que comemos: quem ingere alimentos sadios terá um organismo são. As pessoas que consomem alimentos de origem duvidosa, ricos em substâncias artificiais (corantes e conservantes, além de adubos químicos e agrotóxicos na origem), açúcar e gorduras em excesso, certamente serão fortes candidatas a adoecer e desenvolver os chamados males da civilização, como excesso de peso, diabetes, problemas circulatórios, cálculos renais e na vesícula, entre outros.

Nas grandes cidades, porém, o ritmo de vida frenético faz com que as pessoas se alimentem mal, em horários irregulares, ingerindo rapidamente uma refeição ligeira nos fast-foods. Somos bombardeados pela mídia com apelos irresistíveis e procuramos compensar nossas carências e problemas emocionais comendo coisas “gostosas”, compulsivamente, até mesmo sem estar com fome. E só interrompemos esse círculo vicioso quando o médico nos faz um sério alerta ou a doença nos pega de surpresa.

Antes que isso aconteça, no entanto, o melhor é fazer uma pausa e tentar mudar a alimentação. Pessoas espiritualizadas, em busca de sua verdade interior, certamente irão se identificar com os conceitos da alimentação antroposófica, cujo principal objetivo é manter o organismo sadio e promover sua união com o “eu” espiritual. Mais que isso: esse tipo especial de alimentação, unida à medicina antroposófica, procura curar e prevenir doenças.

A nutricionista Cristina Bustamente é uma das divulgadoras da alimentação antroposófica e entusiasta dos seus benefícios. Ela explica que a base dessa alimentação são os alimentos orgânicos, cultivados sem o uso de adubos químicos ou inseticidas, e biodinâmicos, plantados segundo os princípios da agricultura biodinâmica, desenvolvida pelo criador da antroposofia, Rudolf Steiner. É permitida a ingestão de carne vermelha e branca, desde que os animais sejam criados em liberdade e não recebam hormônios ou ração. Também não há restrições contra a carne dos peixes, ricas em gorduras insaturadas.

O grande segredo é moderação e variedade. Ou seja: pode-se comer carne, desde que em pequenas quantidades e somente alguns dias por semana. A grande fonte de proteínas devem ser os laticínios, as leguminosas – como feijão, lentilha, ervilha e grão-de-bico – e os ovos (apenas duas vezes por semana). O açúcar deve ser substituído pelo mel ou melado e os doces pelas frutas secas. Pode-se usar também a stévia, um adoçante extraído de plantas, pois estudos indicam que ela favorece a circulação, reduzindo as possibilidades de arteriosclerose.

Margarina e banha de porco também devem ser deixadas de lado e substituídas pela manteiga e pelo óleo vegetal prensado a frio. A manteiga e o creme de leite, embora sejam de origem animal, por se dissolverem à mesma temperatura do corpo humano, não são vistos como vilões formadores do mau colesterol, mas como fontes de vitaminas, sais minerais e boas gorduras, que irão ajudar na sintetização de hormônios. Mas a sua ingestão deve ser limitada a duas colheres de chá de manteiga e uma colher de sopa de óleo por refeição.

Os alimentos podem ser assados ou cozidos e jamais fritos. Além disso, quem ingere bastante fibras de origem vegetal conta com o seu auxílio para absorver e levar consigo, nas fezes, o excesso de colesterol. As crianças, por sua vez, precisam consumir um pouco mais de gordura, pois estão em fase de crescimento e necessitam dela para a estrutura das células e síntese dos hormônios.

Também há restrição contra a ingestão de batatas e tomates, por serem plantas da família das solanáceas, que geram substâncias químicas denominadas saponinas, as quais são tóxicas e destroem as células sangüíneas. Deve-se igualmente evitar os cogumelos, que crescem no escuro, sem luz, sobre substâncias em decomposição, retendo uma energia negativa. Já os vegetais que se desenvolvem sob a luz do Sol e realizam o processo de fotossíntese retêm essa energia positiva e benéfica, que é transmitida ao ser humano.

Os brotos de sementes – como os de alfafa, ricos em vitamina C, feijão, etc. – também são recomendados como fontes de vitaminas, sais minerais e, por conterem hormônios de crescimento, benéficos às nossas células. Além disso, sua energia é extremamente positiva, pois neles a vida está em seu apogeu. Mas quem adora batatas, tomates, cogumelos e até mesmo chocolate não precisa ficar em pânico: “Nada faz mal quando consumido em pouca quantidade e esporadicamente. Comer uma pequena porção de batatas ou umas fatias de tomate de vez em quando, ou um pedacinho de chocolate, para matar a vontade, não vai prejudicar ninguém”, ensina Cristina Bustamante.

“Na visão antroposófica, a alimentação especial e equilibrada pode estar nos beneficiando tanto no plano físico quanto no etérico. Ou seja: tanto nas funções fisiológicas, como na parte emocional ou espiritual. Daí a necessidade de se estar vendo a alimentação não só como um instrumento para a saúde, mas também para o autodesenvolvimento, na medida em que o corpo é o instrumento da alma”, explica.

Ao ingerir alimentos puros que não degradam o meio ambiente, o ser humano está se integrando à natureza e também ao cosmos, ampliando sua percepção espiritual. A antrosofia pressupõe que, além do nosso corpo físico, temos mais três corpos sutis “acoplados” a ele: o corpo vital, o corpo astral (das sensações e emoções) e o corpo do eu, relacionado com o espírito. Assim como o corpo físico é alimentado pelas substâncias físicas provenientes dos alimentos, os corpos sutis também são “alimentados” pelas substâncias energéticas contidas nesses mesmos alimentos.

Os alimentos de origem mineral são desprovidos de vida e devem ser ingeridos moderadamente, como é o caso do sal e do açúcar. (O açúcar é de origem vegetal, mas tem características de um mineral.) Sal e açúcar em excesso tendem a “mineralizar” o nosso corpo, enrijecendo as articulações, criando cálculos nos rins e na vesícula e nos desvitalizando. O animal, por sua vez, já utilizou parte da sua energia etérica, transformando-a em instintos e sensações. Por isso, a ingestão de carne animal irá sobrecarregar o nosso organismo, que terá de destruir essa energia astral estranha, além de nos transferir as qualidades desses seres, como excesso de agressividade e sensualidade. Nesse caso, a exceção fica por conta do leite e dos ovos. O leite contém ainda energia etérica altamente benéfica, isenta de energia astral, pois se destina a transmitir vida a uma cria, sendo “doado” com amor. O ovo fecundado, da mesma forma, contém a vida em seu interior, pronta para se desenvolver, mas não tem a energia astral da própria ave.

O segredo de uma alimentação sadia, sob o ponto de vista da antroposofia, não está apenas em ingerir alimentos saudáveis e descontaminados, mas que sejam igualmente frescos e cheios de energia etérica vital. Isso não acontece com as conservas, congelados, alimentos industrializados e enlatados, que devem ser deixados de lado. Da mesma forma, não se recomenda o uso do forno de microondas, na medida em que esse tipo de ondas destrói essa energia benéfica. O melhor é sempre cozinhar pequenas porções de alimentos e evitar que fiquem “rolando” na geladeira. No entanto, é viável cozinhar uma refeição à noite e guardá-la na geladeira a fim de ser ingerida no trabalho, durante o almoço. Nesse caso, porém, o indivíduo terá de comer alimentos frescos nas demais refeições.

O uso correto dos utensílios de cozinha também é fundamental para conservar a energia etérica dos alimentos. As panelas mais indicadas são as de aço inoxidável, vidro e pedra-sabão, por não desprenderem resíduos. As que causam mais danos são as de alumínio, na medida em que partículas dessa substância ingeridas diariamente podem, a longo prazo, causar doenças. Da mesma forma, deve-se evitar o uso de papel alumínio ou utensílios desse material para guardar água, sucos ou comida.

Alimentação variada – Segundo a nutricionista Cristina Bustamante, “a grande crítica contra a dieta vegetariana ou com pouca ingestão de carne é que há o risco de a pessoa ficar anêmica. Mas uma dieta equilibrada e balanceada irá fornecer ao organismo todos os nutrientes de que necessita, especialmente o ferro. É verdade que o ferro de origem animal é absorvido mais rapidamente pelo nosso aparelho digestivo, porém, quando ingerimos os alimentos vegetais ricos desse metal, o nosso organismo ‘aprende’ a processá-lo de maneira mais eficiente”, explica. Além disso, é igualmente importante ingerir leite fresco integral de boa qualidade e laticínios como fontes de vitamina B12, presente na carne. Quanto mais variada for a alimentação, melhor, porque aí o indivíduo terá a certeza de estar ingerindo todos os elementos necessários ao bom funcionamento do seu organismo. Porém, são contra-indicadas as vitaminas, sais minerais e oligoelementos sintetizados, por serem substâncias arti-ficiais e estranhas ao nosso corpo.

Os laticínios (leite, queijos, iogurtes e coalhadas) e os cereais (arroz, centeio, aveia, trigo integral, painço, trigo sarraceno, cevada e milho) são alimentos ideais para serem consumidos diariamente. Já as leguminosas, como feijão, lentilhas, ervilhas e grão-de-bico, são boas fontes de proteína, mas devem ser ingeridas apenas três vezes por semana, durante o almoço. Os ovos podem ser comidos cozidos, ou entrar na composição de pratos; o seu consumo, porém, deve se limitar a duas unidades por semana.

Cristina Bustamante faz uma observação importante: não adianta nos preocuparmos apenas com o organismo e ignorarmos o nosso lado emocional, pois corpo e alma estão ligados e são, na verdade, uma coisa só. Quem se alimentar corretamente com certeza vai ficar mais forte e irá adquirir resistência contra doenças. Mas poderá adoecer se continuar introjetando seus medos, frustrações, angústias, raiva, ódio e amarguras, que poderão desencadear males crônicos, como artrites, gastrites e gerar até mesmo um câncer. “Devemos resolver as nossas pendências emocionais por meio de terapias, a fim de que tenhamos uma mente sã num corpo são, buscando a nossa paz interior”, adverte. Ela também não descarta fatores genéticos co- mo a origem de doenças e até mesmo pendências carmáticas trazidas de outras vidas.

Acupuntura pode tratar inúmeras doenças, diz estudo

A acupuntura chinesa pode tratar 461 doenças, a maioria delas relacionada ao sistema nervoso, segundo uma pesquisa realizada por especialistas do país oriental e publicada hoje pelo jornal oficial China Daily.

O doutor du Yuanhao, do Centro de Pesquisa de Acupuntura Chinesa de Tianjin, afirmou que a maioria das doenças nas quais esta prática é eficaz está relacionada com o sistema nervoso, o digestivo, o genitourinário, os músculos, os ossos e a pele.

Concretamente, doenças como a apoplexia, a diarréia, a enterites, a demência e as brotoejas cutâneas podem ser tratadas pela acupuntura.

Os pontos fundamentais desta prática se encontram na pele e por isso o tratamento pode ser eficaz em doenças musculares e dermatológicas, explica du, de 43 anos.

"Além disso, por estes pontos transcorrem numerosas terminações nervosas, o que pode levar à cura de doenças do sistema nervoso e outras cujas funções são controladas pelos nervos", acrescentou.

No entanto, a acupuntura não é eficaz contra todas as doenças, embora seja mais fácil de lidar em comparação com outros tratamentos, segundo o especialista.

O responsável pelo estudo trabalha agora na classificação destas 461 doenças. "Vou criar três categorias: as que podem ser curadas apenas mediante a acupuntura, aquelas para as quais a acupuntura é o tratamento principal e as doenças nas quais a acupuntura pode ajudar".

A acupuntura faz parte da medicina tradicional chinesa, uma prática que conta com dois mil anos de vida, e consiste na inserção de agulhas metálicas na pele para aliviar a dor e tratar doenças.

Blog sobre fibromialgia

A Dor e a Delícia de Ser o que é

Acupuntura tem resultados comprovados para diminuir a dor na fibromialgia


Um estudo americano, divulgado em junho de 2006, sugere que a acupuntura reduz os sintomas da fibromialgia, uma desordem caracterizada por dor crônica, espalhada pelos músculos e ossos e extrema fadiga.

Pesquisadores da Mayo Clinic de Rochester, Minnesotta, estudaram 50 pacientes portadores de fibromialgia inscritos em uma pesquisa randômica e controlada para determinar se a acupuntura melhorou seus sintomas.

Sintomas de pacientes que receberam acupuntura melhoraram significantemente, se comparados com o grupo de controle, de acordo com o estudo publicado na edição desse mês da "Mayo Clinic Proceedings".

"Os resultados do estudo me convencem que é algo mais que um efeito placebo para a acupuntura," disse o autor principal, Dr. David Martin, anestesiologista da Mayo Clinic .

Nâo existe cura conhecida para a fibromialgia, que pode envolver também enrijecimento das articulações e distúrbios de sono. Os tratamentos disponíveis, no momento, são apenas participamente eficientes.

Fonte: United Press International - Rochester, Minnesotta, 14 de Junho.

domingo, janeiro 28, 2007

Dos Druidas à Medicina Antroposófica


Fundamentado sobretudo na ciência alquímica e nas propriedades espirituais da natureza, o sistema de cura druídico emprestou ao homem moderno as bases da medicina antroposófica.

Por Sérgio Mortari

Há 20 séculos, até ser destruído pelos romanos, o povo celta habitava a região compreendida pela Grã- Bretanha e a Gália. Entre as suas classes sociais, a de maior prestígio era a dos druidas, sacerdotes com elevados conhecimentos religiosos, astronômicos, jurídicos, médicos, alquímicos e astrológicos. Como autoridades máximas, eles presidiam várias celebrações, que eram efetuadas no campo, em altares circulares feitos de pedras. Stonehenge, na Inglaterra, é o exemplo que restou desse tipo de monumento.

Adeptos da medicina natural, os druidas, na verdade, viam nas propriedades das plantas a maior fonte de tratamento e cura das doenças, físicas e espirituais. Ao mesmo tempo, levavam em consideração os princípios da alquimia e os efeitos do magnetismo humano e terrestre.

A medicina druídica baseava-se, sobretudo, na ciência da alquimia, que utiliza o conhecimento, a captação e a utilização de energias sutis do homem e da natureza para diagnosticar e tratar os males de seus pacientes, pois seus fundamentos estavam relacionados à visão do homem como um todo harmônico com a natureza.

Sob a ótica da medicina druídica, o homem manifesta suas atividades básicas através dos cinco domínios – físico, mental, astral, psíquico e causal – e dos sete sentidos – tato, paladar, visão, audição, olfato, percepção e intuição.

Tato e paladar são sentidos físicos, assim como a visão, o olfato e a audição, já que não ultrapassam o lado material das coisas. A percepção é um sentido superior muito importante para o uso da radiestesia, pois permite a captação e interpretação das emanações dos diversos corpos. A intuição, por sua vez, é o elo de ligação com outras dimensões, não acessadas pelos sentidos anteriores.

O sentido da visão também está relacionado com o domínio mental, possibilitando o exercício de sua inteligência através da aquisição e divulgação de conhecimentos úteis a todos.

A audição e o olfato também têm relação com o domínio astral, que está ligado às emoções e aos desejos e possibilita ao homem que, através do autoconhecimento, perceba a si e aos outros. Dessa forma, ele passa a respeitar mais os demais componentes da natureza.

Associada ao domínio psíquico, a percepção é a fonte de onde o homem recebe lampejos intuitivos, inspirações e revelações. Já o domínio causal relaciona-se com a consciência, que, em última análise, é o próprio livre- arbítrio.

Entre os rituais que os druidas realizavam ao longo do ano, havia um de muita relevância, que acontecia no sexto dia da Lua cheia: a colheita do visgo, uma planta rara, parasita do carvalho, que era considerada um remédio milagroso. Para preservar suas qualidades de planta sagrada e imortal, o visgo era colhido com uma foice de ouro, uma vez que se acreditava que o ferro poderia deturpar suas virtudes.

O carvalho, árvore de copa frondosa, grande altura e vida longa, cuja madeira é de excelente qualidade, era a árvore de maior representatividade simbólica para os druidas, pois estava associada à força moral, à lealdade, ao vigor. Além disso, era considerado a árvore do saber acumulado, que leva à perfeição física, moral e espiritual.

Os druidas conheciam o caráter espiritual das propriedades que o visgo adquiria ao parasitar o carvalho e sa-biam como isso poderia ser utilizado para uma melhor integração do homem com o universo. Consideravam que, sendo o visgo uma planta aérea, cujas sementes são transportadas pelo vento e pelos pássaros do céu, estava associada às diversas reencarnações pelas quais a alma passa. Sua atuação era efetiva sobre os cinco domínios, uma vez que o visgo simbolizava a sobrevivência da alma e, portanto, a capacidade de regeneração física.

Seguindo o mesmo raciocínio dos druidas sobre as propriedades espirituais das plantas e o desenvolvimento dos talentos humanos, vamos encontrar o trabalho de pesquisa que resultou nos ensinamentos da medicina antroposófica. Os estudos de Rudolf Steiner demonstram, por exemplo, o quanto o câncer é uma força desequilibradora da harmonia entre os corpos físico, etérico, astral e do Eu, e por isso antinatural, contra a natureza humana. O câncer é uma rebelião de células que pretendem, a partir de um organismo, criar um outro com vida independente, mas nutrindo-se de forma parasita do primeiro. Como o visgo consegue atingir e equilibrar a atuação dos quatro corpos, ele é indicado como tratamento complementar às terapias oncológicas.

Para que haja equilíbrio no corpo físico, a antroposofia recomenda:

• Manter uma disciplina alimentar, buscando ingerir alimentos naturais, como frutas, legumes e verduras.

• Evitar alimentos excitantes, como chás e café. Não ingerir enlatados, embutidos, refrigerantes, bebidas alcoólicas e preparados artificiais.

• Praticar a respiração dirigida, que é feita em lugares abertos, onde o contato direto com a natureza permite uma inspiração profunda de oxigênio, que trará consigo outras energias sutis.

• Ingerir água logo após o exercício de respiração, para que haja maior difusão das energias aspiradas no corpo.

• Fazer uma ginástica que utilize movimentos rítmicos e suaves, considerando-se as limitações naturais do corpo, como caminhar de forma moderada e praticar exercícios de relaxamento.

quinta-feira, janeiro 25, 2007

Ao Natural - O Crescimento da Fitoterapia


Com apoio de médicos e cientistas, a fitoterapia, tratamento à base de plantas medicinais, cresce no Brasil

“Minha terra tem palmeiras
onde canta o sabiá (...)
Nossas várzeas têm mais flores
Nossos bosques têm mais vida (...)
Minha terra tem primores
que tais não encontro eu cá”

Gonçalves Dias – Canção do exílio

Juliane Zaché

A flora brasileira sempre foi exaltada em verso e prosa, como no trecho acima do poema de Gonçalves Dias. Hoje em dia, porém, não é apenas a beleza de nossas florestas que encanta o mundo. A ciência está comprovando a eficácia de receitas populares, feitas à base de ervas, para tratar a saúde. Os pesquisadores sabem que existe um tesouro precioso nas entranhas das árvores e plantas nativas do Brasil. Por isso, pense duas vezes antes de recusar aquele chazinho de sua avó contra enjôos, por exemplo. A bebida pode ser eficaz. Por trás desta garantia estão estudos científicos de faculdades renomadas, como a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Além disso, tornou-se comum encontrar artigos sobre fitoterápicos (remédios elaborados com o princípio ativo de vegetais) em publicações científicas de prestígio, como a revista Lancet e o British Medical Journal. E a medicina dá respaldo à fitoterapia (tratamento à base de plantas medicinais). “Ela pode ser uma alternativa para as pessoas”, afirma o nefrologista Nestor Schor, da Unifesp, que pesquisa em seres humanos a planta quebra-pedra contra cálculos nos rins.

Não é só a medicina que acordou para a importância das plantas. Também estão pegando carona na onda verde os laboratórios farmacêuticos e as empresas de cosméticos. Essas indústrias descobriram que estão diante de um filão muito rentável. E, obviamente, não querem perder tempo. A consultoria Booz.Allen & Hamilton estima que o mercado mundial de fitoterapia movimente cerca de US$ 22 bilhões por ano. Em 2000, o setor faturou nos Estados Unidos US$ 6,3 bilhões. Na Europa, foram US$ 8,5 bilhões. No Brasil, não há estatísticas oficiais, mas calcula-se que o faturamento esteja na casa dos US$ 500 milhões. A previsão dos consultores é de que em 2010 esse montante passe a ser US$ 1 bilhão no País. Enquanto isso, o segmento vai se diversificando. Já se encontram nas farmácias desde medicamentos contra tensão pré-menstrual (TPM) até cremes antienvelhecimento. “É um mercado valioso, pois cerca de 20% dos microrganismos daqui não são encontrados lá fora”, afirma José Eduardo de Mello, vice-presidente de relações institucionais do Laboratório Aché, que investe na área. “O Brasil tem potencial para ser o grande produtor de novas drogas fitoterápicas”, acredita.

Impotência – Ainda assim, o consumidor brasileiro não deixa de recorrer a alternativas tiradas do jardim alheio. Um dos tratamentos fitoterápicos que vêm despertando a atenção de médicos e pacientes é a planta indiana Tribulus terrestris, comercializada no Brasil em forma de cápsulas e gel. Ela é indicada contra a falta de libido e a impotência. Recentemente, seus efeitos foram apresentados num congresso no Rio pelo ginecologista Décio Alves, coordenador do serviço de terapias naturais e acupuntura da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Pesquisas americanas já comprovaram a ação da planta nos casos de impotência. Alves está testando o remédio para tratar a falta de desejo associada à menopausa – quando o nível de hormônios se altera, diminuindo a lubrificação genital, entre outros efeitos. Aparentemente, com sucesso. “Por meio de mecanismos complexos, o vegetal aumenta em 30% a produção de testosterona (hormônio presente em baixas doses na mulher). Ele modifica os níveis de neurotransmissores no cérebro, estimulando o desejo e o bem-estar”, explica Alves. A carioca Frigg Lopes de Oliveira, 58 anos, está feliz com o tratamento. Há dois anos, ela entrou na menopausa. “Fiquei sem desejo sexual”, conta. Há seis meses, ela passou a usar a Tribulus. “Hoje me sinto mais viva e meu marido está adorando o resultado”, comemora.

Efeito – Contra a impotência, a planta é benéfica porque melhora a circulação sanguínea, o que facilita a irrigação do pênis e sua ereção. Alves vê ainda mais uma vantagem em usar a Tribulus em vez do Viagra. “A pílula ajuda apenas na vascularização local, enquanto a planta atua no sistema nervoso, no raciocínio e na memória, sendo que a boa performance sexual também é consequência da melhora geral da saúde”, justifica. Até o momento, Alves não notou nenhum efeito colateral em seus pacientes. Mas o médico não recomenda a planta, por exemplo, para quem já teve câncer de próstata. “Isso porque a doença está ligada ao aumento da testosterona”, esclarece. O especialista também ressalta a importância do acompanhamento médico durante o tratamento com a planta indiana.

Mas os nossos quintais também têm opções naturais para problemas sexuais, assim como outras alternativas para tratar diversas doenças. No primeiro caso, a sabedoria popular recomenda a nó-de-cachorro (Heteropterys aphrodisiaca O. Mach), muito encontrada na região do Pantanal. Lá, usam-se a raiz e a casca da erva, curtidas na cachaça, para preparar uma bebida com suposto efeito afrodisíaco. Por enquanto, essa ação ainda não foi testada. O interesse dos cientistas em relação ao vegetal está no campo da memória e do aprendizado. Pesquisadores da Unifesp fizeram estudos com ratos jovens e velhos. Para testar a memória dos roedores, os animais foram colocados em uma caixa com compartimentos que levavam a uma isca. Dentro dela havia um equipamento que dava choques se os bichos encostassem o nariz no local, instalado próximo ao alimento. “Os ratos jovens aprenderam rapidamente que não deviam atravessar a caixa, mas os idosos demoraram um pouco para perceber isso”, conta Elisaldo Carlini, professor do departamento de psicobiologia da Unifesp. Depois, durante sete dias todos os animais beberam um líquido à base do extrato da planta nó-de-cachorro. Novamente, eles foram colocados à prova. Só que dessa vez os ratos idosos aprenderam a lição tão bem quanto os jovens.

Sucesso – A experiência teve tanta repercussão que o Laboratório Biossintética, de São Paulo, adquiriu a patente da planta e está realizando pesquisas mais avançadas. “O nosso objetivo é criar no futuro um medicamento eficaz contra a perda de memória”, informa Márcio Falci, diretor médico do laboratório. Falci também vê outras qualidades que justificam o investimento de R$ 2 milhões na planta nó-de-cachorro. Para ele, o desenvolvimento de produtos fitoterápicos é trabalhoso, mas o processo é menos complexo do que fabricar remédios químicos. “A sabedoria popular já te dá pistas importantes sobre o uso medicinal das plantas, enquanto no caso dos sintéticos é preciso desenvolver uma molécula”, acrescenta.

Outro laboratório que também está interessado nas pesquisas da Unifesp é o Aché, que criou uma área de fitoterápicos. Mas a empresa está atenta à famosa espinheira-santa (Maytenus ilicifolia), que combate a úlcera – inflamação da parede estomacal. “Estamos começando os estudos com voluntários”, afirma José de Mello. No departamento dedicado ao mundo verde, estão em estudos o efeito terapêutico de plantas como a erva-baleeira, conhecida popularmente por atuar como antiinflamatório e também por agir contra a úlcera. O laboratório pretende desenvolver remédios a partir desses trabalhos. O Aché tem ainda projetos na região de Tocantins para analisar o potencial da vegetação do cerrado.

Quem também aposta na fitoterapia é a Ativos Farmacêutica, de Campinas (SP). Ela patenteou a pesquisa da planta artemísia (Artemisia annua) para avaliar a ação contra casos graves de malária – infecção causada pelo parasita Plasmodium –, resistentes à terapia convencional. O estudo, que teve resultados positivos, foi conduzido pela divisão de farmacologia e toxicologia da Universidade de Campinas (Unicamp). “Substâncias existentes na planta combatem a malária”, garante o farmacologista João Ernesto de Carvalho, um dos responsáveis pela pesquisa. “Estamos esperando a abertura de uma licitação, pois vamos tentar vender a droga para o governo, já que a malária é um problema de saúde pública”, diz Alexandre Frederico, diretor médico da Ativos. A Unicamp também está estudando a ação terapêutica de 30 plantas do Estado de São Paulo. Desse número, seis já mostraram benefícios contra células tumorais in vitro.

No sertão nordestino também se encontra um dos alvos da fitoterapia. A planta aroeira-do-sertão (Myracrodum uru de uva) está na mira da Universidade Federal do Ceará. Ela se mostrou eficaz no tratamento de feridas nos genitais e na virilha. “Os testes foram feitos apenas em ratos”, observa o farmacologista Francisco Matos, orientador da tese de mestrado baseada nessa experiência. “A aroeira tem várias substâncias que tratam a mucosa vaginal”, esclarece. Os benefícios da planta já eram conhecidos pelas sertanejas. Elas cozinham a casca de aroeira, despejam o líquido em uma bacia e fazem o famoso banho de assento.

Gripe – O amplo uso popular das ervas medicinais foi um dos fatores que levaram o cantor Luiz Melodia, 50 anos, a adquirir o hábito de recorrer às soluções naturais. “Desde criança, minha mãe preparava meu banho com erva-de-santa-maria para curar inflamações da pele”, recorda-se. Hoje, sempre que pode ele consome fitoterápicos, principalmente para enfrentar gripes e resfriados. Para casos em que uma simples gripe se agrava e se transforma em tuberculose, pesquisadores da Universidade Estadual do Estado de São Paulo, em Araraquara, descobriram uma alternativa natural. O trabalho, coordenado pela microbiologista Clarice Fujimura, mostrou que, em laboratório, o óleo essencial de eucalipto, do tipo Eucaliptus citriodora, teve ação tóxica contra a bactéria responsável pela doença. No momento, os especialistas tentam, por meio de técnicas complexas, aumentar a potência terapêutica do eucalipto.

As investidas não param por aí. A Fundação Oswaldo Cruz, do Rio, está criando um megahorto na zona oeste da cidade para a cultura de plantas medicinais. Cerca de 100 espécies serão cultivadas. Delas, 34 já vêm sendo estudadas para a produção de remédios. O Laboratório de Produtos Naturais, que pertence à instituição, investiga as propriedades farmacológicas de plantas normalmente consumidas pela população. Uma delas é a erva-cidreira brasileira. “Até agora se conhece o efeito da européia, usada como calmante”, diz o farmacêutico José Luiz Ferreira, um dos integrantes do projeto.

Mas o entusiasmo pelo poder verde não significa que as drogas químicas serão substituídas pelas fitoterápicas. “Dependendo do caso, se for necessário um resultado mais rápido, o ideal é indicar os sintéticos, que são mais potentes”, observa José Augusto Zuard, ginecologista do Rio que receita há três anos fitoterápicos para suas pacientes. “Eles são menos agressivos do que os medicamentos químicos, pois sua ação é mais lenta. Mas não dá para achar que, só porque é natural, a planta seja inofensiva”, ressalta. Certos remédios feitos com o princípio ativo de plantas só devem ser vendidos com prescrição médica. Os comercializados sem receita também exigem atenção. Para adquirir os remédios naturais com segurança é necessário seguir algumas regras, como o nome do farmacêutico responsável. Os fitoterápicos podem causar prejuízos ao organismo se não forem tomados com precaução. O ginko biloba, por exemplo, promete melhorar a memória, mas, se for consumido em excesso, pode causar fortes dores de cabeça. “Outra dica é evitar comprar a planta in natura, já que a olho nu não dá para ver se ela está contaminada”, avisa Luís Carlos Marques, farmacêutico da Universidade Estadual do Maringá (PR).

Os fitoterápicos são remédios sérios. Tanto é que a farmacologia (ramo da medicina que estuda medicamentos) surgiu a partir de pesquisas de substâncias extraídas de ervas. Atualmente, pelo menos 25% dos medicamentos alopáticos derivam de plantas – a aspirina, por exemplo, originalmente foi extraída da planta Salix alba (daí o nome de seu princípio: ácido salicílico). Uma das vantagens dos remédios naturais é o preço, em geral mais barato do que os dos medicamentos convencionais. É verdade que existem alguns fitoterápicos que pesam mais no bolso. De acordo com o farmacêutico Marques, esses remédios necessitam de várias etapas para serem produzidos, o que pode encarecê-los. De uma forma ou de outra, as pessoas passaram a recorrer mais às soluções vindas dos vegetais. “Houve uma inversão de valores. A população está buscando alternativas mais naturais, pois perceberam que a tecnologia não soluciona todos os problemas”, avalia o médico carioca Alexandros Botsaris, especialista em fitoterapia. É o caso da consultora de marketing Roseclair Fujita, 40 anos, de São Paulo. Desde a adolescência, ela usa fitoterápicos. “Qualquer problema que tenho, lanço mão deles”, conta. O hábito se estendeu à família. Seus filhos, Jade, 19 anos, e Ubiatan, 17, também são adeptos da linha natureba. Ainda mais quando o tratamento veio da flora brasileira. “É preciso valorizar o que é nosso”, diz Roseclair.

Hormônios – Entre os consumidores de fitoterápicos estão muitas mulheres. Principalmente as que entram na menopausa. Nesse período, é comum elas receberem reposição hormonal (com drogas químicas) para evitar sintomas como ondas de calor. Uma alternativa para essas pacientes é o uso de fito-hormônios, como o Clifemin (à base da planta canadense Cimicifuga racemosa), do Laboratório Herbarium, de Curitiba. Os fito-hormônios têm substâncias encontradas nas plantas que possuem a estrutura química ou atividade semelhante ao dos hormônios produzidos pelo organismo, como a progesterona. Só que a ação deles é mais leve do que a reposição hormonal tradicional. “Dessa forma, os efeitos colaterais são menores”, assegura Carina do Amaral Gurgel, farmacêutica da Naturativa, farmácia de manipulação, no Rio. Os fito-hormônios são muito indicados para mulheres com casos de câncer na família. Isso porque há relação entre a reposição química de progesterona (cujo nível se altera durante a menopausa) e o surgimento de tumores. Por estar dentro desse grupo de risco, Rogélia Pereira Ferreira, 47 anos, adotou o fito-hormônio. Ela usa o fitoterápico chinês Dong Quai (feito com a raiz da Angelica sinensis), um dos lançamentos da farmácia Naturativa, do Rio. “Tinha ondas de calor, que diminuíram bastante”, conta. “A planta é rica em fitoestrógenos, compostos que substituem a carência de hormônios do organismo”, explica Carina.

Sensibilidade – Há também opções para quem sofre de TPM, distúrbio provocado por alterações hormonais e caracterizado por sintomas como irritabilidade e cansaço. No mercado fitoterápico, uma alternativa está fazendo sucesso: as cápsulas de óleo de prímula. A advogada Regina Teixeira, 31 anos, está contente com o uso da planta. “Sentia muitas dores musculares. Nem analgésicos adiantavam. Os sintomas diminuíram com as cápsulas”, diz. O princípio ativo que comanda sua ação contra a TPM é o ácido gama linolênico, extraído de sementes de prímula. “O linolênico regula a liberação de prostaglandina, substância que atua nas reações inflamatórias e ajuda a diminuir a dor. Quando seu nível cresce durante a TPM, a sensibilidade também aumenta”, explica o ginecologista Eliezer Berenstein, autor do livro Inteligência hormonal da mulher (Editora Objetiva). Mas ele adverte que, no caso de sintomas como compulsão alimentar e retenção de liquidos, a prímula não mostra bons resultados.

As mulheres são beneficiadas pela fitoterapia também na área de cosméticos. A farmácia Naturativa, por exemplo, tem como novidade o creme Iris Iso, extraído do lírio. Ele promete fortalecer a pele e hidratá-la. Também na linha beleza, há mais opções. Em 2000, a Natura lançou a família Ekos, com produtos feitos a partir de substâncias de plantas. Inspirada nas riquezas da Amazônia, o objetivo é resgatar os hábitos medicinais da população. Este ano, a Natura deu mais uma tacada no segmento. Comprou o laboratório carioca Flora Medicinal, que atua no setor há 89 anos. “Queremos continuar mantendo a imagem de uma empresa que se preocupa com a saúde”, ressalta Eduardo Luppi, diretor-geral da Flora Medicinal, recém-adquirida.

Benefício – Os homens também tiram proveito da onda verde. O Instituto de Beleza Anna Pegova, em São Paulo, lançou sua linha de fitoterápicos, composta por produtos como Circuline, cápsulas feitas com folhas de uva. A empresa garante que o medicamento estimula a circulação sanguínea, evitando dores nas pernas, por exemplo. O corretor de imóveis José Arnaldo Casasus, 37 anos, de São Paulo, toma o remédio para prevenir inchaço nas pernas. “Sinto-me mais disposto a realizar minhas caminhadas”, garante. A incorporação de princípios ativos extraídos de plantas por diversos segmentos da sociedade reforça o poder da fitoterapia. E mostra que algumas soluções para nossos problemas podem estar florescendo bem diante de nossos olhos.

Colheita na hora certa

A planta é um organismo vivo e suas estruturas são engenhosas como o corpo humano. E não funcionam sempre da mesma forma. A espécie pode sofrer, por exemplo, com a ação do tempo, o que altera a concentração de seus princípios ativos. Sendo assim, é importante saber a hora certa de colher o vegetal, pois suas substâncias são mais potentes numa determinada estação. “Se ela não for colhida na época ideal, é preciso usar técnicas especiais de cultivo para aumentar a presença dos componentes”, ressalta Luis Vitor do Sacramento, botânico da Universidade Estadual de São Paulo, em Araraquara. Uma das funções do especialista é sair a campo para identificar informações sobre as plantas e analisá-las em laboratório.


Sem padrão definido

Um obstáculo que os fabricantes de fitoterápicos são obrigados a enfrentar é a ausência de padrões na dosagem dos princípios ativos das plantas que formam a base de um medicamento. Isso significa, por exemplo, que um laboratório pode produzir um extrato com 20% de uma substância e outro com apenas 10%. “Obviamente, a qualidade do produto fica comprometida”, diz Olga Mellone, diretora médica do Laboratório White Hall, em São Paulo. A Agência Nacional Vigilância Sanitária (Anvisa) está atenta à questão. O órgão diz que só dá para controlar o problema exigindo estudos científicos dos fabricantes. “Não adianta ir na mata pegar folhas e fazer um chazinho”, diz Maurício Viana, gerente de medicamento da instituição.


Tesouro brasileiro ameaçado

Não resta dúvida sobre a riqueza da flora brasileira. Mas ainda há muitos espinhos envolvidos com a exploração de nossas matas. Para alguns especialistas, um obstáculo é a ineficácia da legislação. A Resolução 17/2000, que regulamenta a fitoterapia, estipula um prazo de dez anos de estudos para comprovar a ação das plantas. “É um tempo longo para pesquisas. Alguns empresários preferem investir nas plantas chinesas com efeito já comprovado”, diz Elisaldo Carlini, da Universidade Federal de São Paulo. Maurício Viana, gerente de medicamentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), desconhece essa fixação de prazo. Ele informa que a agência exige apenas estudos sérios comprovando os efeitos dos vegetais. Os especialistas se queixam também da atuação dos órgãos governamentais. “Procurei a Anvisa para saber o número de empresas de fitoterápicos no Brasil. Até agora não obtive os dados”, lamenta Magrid Teske, presidente da Associação Brasileira da Indústria Fitoterápica.

Enquanto isso, investidores estrangeiros fazem cerco à flora brasileira. Por essa razão, o governo planeja construir uma empresa de biotecnologia na Amazônia e assim controlar a exploração da floresta. “Nós perdemos o bonde da ciência e da química, mas não podemos perder o da fitoterapia”, afirma José Bandeira Mello, do Laboratório Aché. “Falta uma política nacional, envolvendo governo, universidade e indústria farmacêutica”, conclui João Calixto, da Universidade Federal de Santa Catarina.

Brincar é uma condição básica para a saúde « Saúde Alternativa

Brincar é uma condição básica para a saúde « Saúde Alternativa

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Remédios Homeopáticos


A automedicação, decisão de tomar remédios para as mais variadas doenças sem orientação médica, é totalmente condenável. Coibir essa prática, porém, não é tarefa das mais fáceis, visto que, se entrarmos numa farmácia e pedirmos um remédio para dor de cabeça, o vendedor nos fornecerá pelo menos cinco opções: comprimidos grandes, pequenos, amarelos, brancos, cor-de-rosa, com preços igualmente variáveis. Mas como se sabe que esses remédios são realmente indicados para dor de cabeça – um sintoma associado a muitas doenças, que vão desde a dengue até a meningite, passando pela gripe? É só ler a bula.

Uma característica do remédio alopático é, de fato, a presença de bula, que informa, e muito bem, as propriedades do remédio, mas numa linguagem direcionada para os médicos. O leigo, ao consultá-la, com certeza será induzido ao erro, pelo desconhecimento do significado da terminologia usada. Tomar um remédio para dor de cabeça sem saber a sua causa poderá, por exemplo, levar a uma dor de estômago ou, o que é pior, mascarar a moléstia real em curso.

Quando utilizamos a medicina homeopática para tratamento, uma das coisas que nos chama a atenção é a ausência de bula nos frascos de remédio. A Associação Brasileira de Farmacêuticos Homeopatas divulgou panfletos, em excelente trabalho de esclarecimento, explicando que o frasco de medicamento original e manipulado de acordo com a prescrição médica, deve conter:

1) A identificação do nome do estabelecimento (farmácia), com endereço, cidade, Estado e CNPJ – para garantir ao paciente que se trata de uma empresa que obedece as normas legais.

2) Nome do farmacêutico responsável e seu número de inscrição no Conselho Regional de Farmácia, assim como o nome do médico que fez a prescrição e seu competente registro no Conselho Regional de Medicina.

3) Nome do medicamento (por exemplo, Arnica montana); a potência (quantidade de vezes que o remédio foi dinamizado), que é indicada por um número; e o método de dinamização, o qual é representado por uma ou duas letras, em geral CH (centesimal hahnemanniano). Isso fica assim estampado no rótulo do frasco: Arnica montana 3 CH.

4) Fórmula farmacêutica, ou seja, glóbulos, tabletes, cápsulas, papéis, líquido; veículo, que pode ser sacarose (açúcar de cana) ou lactose (açúcar do leite), para a forma sólida, ou uma solução hidroalcoólica, para os líquidos; discriminação no rótulo do peso em gramas ou do volume em mililitros. Em relação à forma de apresentação, alguns critérios devem ser observados, considerando-se que pessoas diabéticas ou sensíveis à lactose devem preferir líquidos. Já pacientes com restrição de ingestão alcoólica devem preferir a forma de tabletes, glóbulos, papéis ou cápsulas.

5) Data de manipulação, isto é, quando o remédio foi fabricado, e sua validade (até quando o medicamento pode ser utilizado).

6) Via de administração (se de uso externo ou interno – para beber, mastigar, engolir)

Diante de qualquer dúvida, o farmacêutico tem a orientação de contatar o médico do paciente imediatamente.

Como se pode perceber, diante de todos esses cuidados, a automedicação torna-se bem mais difícil.

O grande norte da medicina homeopática é, na verdade, a individualização, que não mantém o foco nas doenças, mas sim nas pessoas que apresentam desequilíbrios e que, por isso, têm a saúde debilitada. Em homeopatia, não existe dor de cabeça pura e simplesmente, mas sim dor de cabeça que faz os olhos lacrimejarem, dor de cabeça do lado direito, dor de cabeça em salvas, dor de cabeça que aumenta com a luz, dor de cabeça após as refeições, etc. Cada uma delas requer um remédio específico. É por isso que o médico homeopata dedica muita atenção a todos os sintomas relatados pelo paciente, pois eles traduzem uma reação individual reveladora.

Para um diagnóstico correto é preciso investigar o corpo físico, a alimentação, os hábitos pessoais, o lado psicológico, os desejos, a filosofia de vida, o ambiente familiar e profissional do paciente. Quanto mais informações, maior a possibilidade de um resultado positivo rápido. É comum dizer-se que o tratamento homeopático é mais lento que o alopático. Isso, porém, não é verdade, já que cada paciente tem seu tempo próprio para reagir aos medicamentos.

De qualquer maneira, o paciente também precisa fazer a sua parte. Ele deve, por exemplo, tomar os remédios nos horários prescritos. Se precisar seguir algum tratamento alopático, tomar uma vacina ou utilizar qualquer tipo de pomada, ungüento, creme, óleo ou pasta, ele deve ligar antes para o homeopata.

Como os medicamentos homeopáticos não apresentam efeitos colaterais ou reações adversas, caso surjam sintomas diferentes após o início do tratamento, o paciente não deve ficar esperando o retorno da consulta para relatar o ocorrido ao médico, mas informá-lo logo para receber a devida orientação.

Alguns outros cuidados também devem ser observados, como evitar ou diminuir a ingestão de qualquer tipo de estimulante, caso do café e do chá- mate, por exemplo. Bebidas alcoólicas também devem ser evitadas, principalmente as destiladas, como aguardente, gin, uísque e vodca. A ingestão moderada de vinho ou cerveja, para quem está habituado, precisa ser autorizada pelo médico.

Recomenda-se não usar qualquer produto, seja de uso pessoal ou de limpeza doméstica, que contenha cânfora em sua fórmula, porque ela poderá anular a ação do medicamento homeo-pático.

É importante que, ao buscar a homeopatia, seja estabelecido um relacionamento de confiança, segurança e respeito entre paciente e médico, pois a mudança do profissional de saúde, no meio do tratamento, reinicia a pesquisa do diagnóstico. Além do mais, os sintomas inicialmente referidos podem ter-se alterado, o que dificulta a nova avaliação e leva a prescrições equivocadas.

Se o que levou o paciente a procurar um homeopata não é o desejo de substituir o tratamento alopático, então, o diálogo é fundamental, porque há um período muito especial em que, gradativamente, a medicação alopática é suspensa e a homeopática, introduzida.

A maneira de tomar o remédio deve seguir exatamente a prescrição do médico, pois ele sabe a forma mais eficiente para cada caso. Se a recomendação é para que seja tomado o medicamento em jejum, isso significa que a ingestão deve ser feita 30 minutos antes de qualquer alimento ou outro remédio. Se é para dissolver os glóbulos na língua, não se deve beber água junto. Quando o remédio pode ou deve ser tomado com água, o médico faz referência a essa situação na receita.

ACUPUNTURA REDUZ EM 12,5% O USO DE ANTIINFLAMATÓRIOS POR PACIENTES DA REDE PÚBLICA DE CAMPINAS


Nos idos de 2005, Campinas nem imaginava que viria se transformar num exemplo de como a acupuntura pode promover o bem estar dos cidadãos. Sua rede de saúde possuía 30 médicos acupuntores, sendo que 19 atuavam em outras especialidades e 11 eram muito mal aproveitados.

A história começou a mudar, em outubro daquele ano, quando a AMBA (Associação Médica Brasileira de Acupuntura) deu início a uma relevante ação de valorização da especialidade. Em conjunto com a Coordenadoria de Saúde Integrativa, promoveu um curso formação na Yamamoto New Scalp Acupuncture (YNSA). Criado em meados de 1970 pelo dr. Toshikatsu Yamamoto, a técnica é uma modalidade de acupuntura em que as regiões de aplicação ficam na cabeça. Atua no combate à dor, seqüelas de Acidente Vascular Cerebral (AVC), entre outros benefícios.

Na oportunidade, 60 médicos foram capacitados e puderam participar do Simpósio Internacional Brasil/Japão, na cidade de São Paulo, com a presença do dr. Toshikatsu Yamamoto. Logo em seguida, no início de 2006, Campinas criou os primeiros ambulatórios para tratamento de dor e outras patologias baseado na técnica.

Ótimos resultados em dez meses

A utilização de medicamentos para a redução dos quadros dolorosos de qualquer natureza sempre foi motivo de preocupações, devido aos efeitos colaterais, como gastrites, lesões hepáticas e renais a longo prazo. Só para ter uma idéia, em Campinas, em 2003, o consumo mensal foi de 534.336 comprimidos de diclofenaco de sódio. Em 2004 houve a média mensal de 601.856, e em 2005 de 644.366.

Em 2006 esperava-se que o consumo mensal atingisse a faixa de 700.000 comprimidos de antiinflamatórios. Porém, a média mensal de utilização está em 570.000 comprimidos, demonstrando a redução de 74.336 comprimidos (12,5 por cento em relação ao ano passado), tendo como a única variável neste universo, a técnica de YNSA.

De acordo com o coordenador de Saúde Integrativa, dr. Willian Hyppólito Ferreira, o sucesso e os bons resultados do projeto devem-se à iniciativa levada adiante em conjunto com a AMBA, que ministrou diversas aulas para os médicos de Campinas. E também à dedicação dos que estão realizando a técnica nas Unidades Básicas de Saúde e outros locais, diminuindo a dor dos pacientes, enquanto realizam as hipóteses diagnósticas necessárias, e os respectivos tratamentos de cada patologia.

Hoje, 95 médicos da cidade já se utilizam desta técnica para o alívio da dor em seus pacientes, correspondendo a 10% por cento de médicos da rede municipal de saúde local. O melhor de tudo é que a experiência vitoriosa já começou a ser levada a outras regiões:

"Realizamos recentemente um curso idêntico em Piracicaba e a idéia é repeti-lo em regiões de São Paulo e também de outros estados. Precisamos abrir novos espaços para a acupuntura, isso é fundamental para a valorização do médico acupuntor, e proporciona melhor qualidade de vida à população e ainda com redução do custo de saúde", comenta Ruy Tanigawa, presidente da AMBA.

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Plantas que curam


O tratamento à base de plantas medicinais, ou fitoterapia, está ganhando força inédita no Brasil. Cerca de 2 mil produtos aguardam registro no Ministério da Saúde, número quase 10 vezes maior do que está disponível no mercado hoje. Além disso, muitas pessoas procuram chás e compostos naturais para tratar os mais diferentes males. Mas os especialistas alertam que o uso inadequado das plantas pode acarretar danos à saúde.

Em fevereiro, o governo federal criou uma norma para facilitar a regulamentação dos medicamentos fitoterápicos. Produtos feitos a partir de 13 vegetais (alcachofra, alho, babosa, boldo, calêndula, camomila, confrei, erva doce, gengibre, hortelã, melissa, maracujá e sene) não necessitam mais realizar estudos farmacológicos e toxicológicos para obter registro legal. Classificados como tradicionais, podem ser respaldados por estudos previamente realizados e pela literatura técnica.

– Faltava o Brasil se adequar a essa tendência mundial – afirma o assessor da gerência geral de medicamentos da Secretaria Nacional da Vigilância Sanitária, Edmundo Machado Netto.

Entre os males que podem ser combatidos com a ajuda da natureza estão a pressão alta, queimaduras, cortes na pele, gripe, tosse e prisão de ventre. Muitos defensores das plantas medicinais também pregam seu uso para tratar doenças como câncer e diabetes, mas até agora não existe comprovação científica dos resultados.

– O ideal é sempre manter acompanhamento médico e evitar a automedicação – afirma o professor de Botânica e Ecologia da Universidade Federal do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) Clemente Steffen.

Steffen argumenta que o capim-cidró, por exemplo, é um bom tranqüilizante, mas pode fazer mal para quem sofre de pressão baixa. O uso de plantas mais cáusticas como aveloz e losna deve ser bem-orientado para evitar irritação de olhos e mucosas, por exemplo. O biólogo Rodrigo Magalhães lembra que até há algum tempo era comum o consumo do confrei. Hoje sabe-se que seu uso interno provoca danos ao fígado.

– A velha máxima das plantas medicinais de que se não cura, mal não faz, é um mito – adverte Steffen.

O professor do curso de Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Eloir Schenkel coleciona em uma pasta as aberrações que ele coletou no mercado formal e informal de ervas. O “monstruário”, como ele chama, conta com uma embalagem em que a fórmula do medicamento aparece de duas maneiras diferentes e recortes de jornal sobre mortes provocadas por plantas tóxicas, por exemplo.

Um dos itens mais interessantes da coleção é uma bula que promete acabar com as seguintes doenças: tumores cancerígenos diversos, leucemia, diabetes, bronquite, reumatismo, Mal de Chagas, picadas de cobras e insetos, verrugas, insônia e até “embriaguez ocasional”.

– É uma fraude. O consumidor tem de desconfiar de produtos que prometem demais. Isso não existe – garante.

quinta-feira, janeiro 11, 2007

Ataque alternativo às alergias

A medicina alternativa tem muito a oferecer contra as alergias. A antroposofia, que se baseia numa visão global do paciente, considera que o alérgico é uma pessoa com o pólo sensorial muito desenvolvido. "Quem tem alergia capta as coisas mais rápido", explica Ricardo Ghelman, da Sociedade Brasileira de Medicina Antroposófica. De acordo com a antroposofia, o ser humano possui dois pólos antagônicos: o neurossensorial, que se concentra na cabeça e é mais vulnerável aos estímulos do meio ambiente, e o metabólico-locomotor, centrado na digestão e excreção, e influenciável pelos movimentos do corpo. No alérgico, esse pólo funciona mal e a pessoa, em geral, tem digestão mais lenta e os pés são gelados devido à má circulação periférica. Para combater a alergia é preciso estimulá-lo e equilibrá-lo com o pólo neurossensorial. "A orientação vai desde manter o corpo aquecido até o uso de ervas amargas na alimentação", diz Ghelman. Além disso, a antroposofia também usa a fitoterapia e os remédios homeopáticos. O administrador de empresas Celso Fujita, 50 anos, melhorou de sua alergia à carne de porco e aos frutos do mar com a antroposofia. "Até me arrisco a comer uma pizza com presunto", comemora. A cantoterapia é uma outra opção de tratamento que segue os princípios da antroposofia e busca harmonizar os pólos por meio de exercícios vocais. "O objetivo é desbloquear a respiração", explica a psicóloga Adelina Rennó, autora de uma tese de doutorado sobre o assunto defendida no ano passado na USP. No trabalho, cinco entre 15 pacientes com asma foram acompanhados por pelo menos três anos. Dois tiveram melhora significativa nos sintomas, dois apresentaram melhora relativa e um manteve-se estável. Da medicina oriental, a acupuntura e as massagens como o shiatsu aparecem como as maiores contribuições contra a alergia. Segundo essa filosofia de trabalho, nas alergias há um desequilíbrio mais acentuado de energia associada ao fígado. "A acupuntura e as massagens recuperam ao equilíbrio", diz o acupunturista Marcelo Ohira. Os florais também visam o equilíbrio interno do paciente. O terapeuta diagnostica o aspecto emocional em desarmonia, que seria a causa da reação alérgica, e tenta reequilibrá-lo por meio de essências de flores. A yerba santa, por exemplo, ajuda a liberar emoções contidas e é indicada quando o paciente tem asma relacionada ao fato de ser reprimido demais.

terça-feira, janeiro 09, 2007

O que é fitoterapia? « Saúde Alternativa

O que é fitoterapia? « Saúde Alternativa A fitoterapia, o uso de ervas medicinais no tratamento de doenças, vem aumentando sua popularidade no Brasil.

Sobre ser educador - ainda



" (...)
Educadores, onde estarão? Em que covas se terão escondido? Professores, há aos milhares. Mas o professor é profissão, não é algo que se define por dentro, por amor. Educador, ao contrário, não é profissão; é vocação. E toda vocação nasce de um grande amor, de uma grande esperança.
Profissões e vocações são como plantas. Vicejam e florescem em nichos ecológicos, naquele conjunto precário de situações que as tornam possíveis e - quem sabe? - necessárias. Destruído esse habitat, a vida vai-se encolhendo, murchando, fica triste, mirra, entra para o fundo da terra, até sumir.
Com o advento da indústria, como poderia o artesão sobreviver? Foi transformado em operário de segunda classe, até morrer de desgosto e saudade. O mesmo com os tropeiros que dependiam das trilhas estreitas e das solidões, que morreram quando o asfalto e o automóvel chegaram. Destino igualmente triste teve o boticário, sem recursos para sobreviver num mundo de remédios prontos. Foi devorado no banquete antropofágico das multinacionais. E os médicos-sacerdotes? Conseguiam sobreviver, em parte porque as pessoas ainda acreditavam em chás, cataplasmas, emplastros, simpatias e rezas de comadres e curandeiras. Foi em parte isso que impediu que se amontoassem nos consultórios do único médico do vilarejo. Além disso, o tempo durava o dobro. Por outro lado, a ausência de milagres técnicos fazia com que as soluções fossem mais rápidas e simples. Bem dizia a sabedoria popular: "o que não tem remédio remediado está". Também a morte era uma solução.
E o educador? Que terá acontecido com ele? Existirá ainda o nicho ecológico que torna possível a sua existência? Resta-lhe algum espaço? Será que alguém lhe concede a palavra ou lhe dá ouvidos? Merecerá sobreviver? Tem alguma função social ou econômica a desempenhar?
Uma vez cortada a floresta virgem, tudo muda. É bem verdade que é possível plantar eucaliptos, essa raça sem vergonha que cresce depressa, para substituir as velhas árvores seculares que ninguém viu nascer nem plantou. Para certos gostos, fica até mais bonito: todos enfileirados, em permanente posição de sentido, preparados para o corte. E para o lucro. Acima de tudo, vão-se os mistérios, as sombras não penetradas e desconhecidas, os silêncios, os lugares ainda não visitados. O espaço racionaliza-se sob a exigência da organização. Os ventos não mais serão cavalgados por espíritos misteriosos, porque todos eles só falarão de cifras, financiamentos e negócios.
Que me entendam a analogia.
Pode ser que educadores sejam confundidos com professores, da mesma forma como se pode dizer, jequitibá e eucalipto, não é tudo árvore, madeira? No final, não dá tudo no mesmo?
Não, não dá tudo no mesmo, porque cada árvore é a revelação de um habitat, cada uma delas tem cidadania num mundo específico. A primeira, no mundo do mistério, a segunda, no mundo da organização, das instituições, das finanças. Há árvores que têm personalidade e os antigos acreditavam mesmo que possuíam uma alma. É aquela árvore, diferente de todas, que sentiu coisas que ninguém mais sentiu. Há outras que são absolutamente idênticas umas às outras, que podem ser substituídas com rapidez e sem problemas.
Eu diria que os educadores são como as velhas árvores. Possuem uma face, um nome, uma "história" a ser contada. Habitam um mundo em que o que vale é a relação que os liga aos alunos, sendo que cada aluno é uma "entidade" sui generis, portador de um nome, também de uma "história", sofrendo tristezas e alimentando esperanças. E a educação é algo para acontecer nesse espaço invisível e denso, que se estabelece a dois. Espaço artesanal.
Mas professores são habitantes de um mundo diferente, onde o "educador" pouco importa, pois o que interessa é um "crédito" cultural que o aluno adquire numa disciplina identificada por uma sigla, sendo que, para fins institucionais, nenhuma diferença faz aquele que a ministra. Por isso professores são entidades "descartáveis, copinhos de plástico para café descartáveis. De educadores para professores realizamos o mesmo salto que de pessoa para funções.
É doloroso mas é necessário reconhecer que o mundo mudou. As florestas foram abatidas. Em seu lugar, eucaliptos.
(...)
Frequentemente o educador é mau funcionário, porque o ritmo do mundo do educador não segue o ritmo do mundo da instituição. (...) Bem observa Weber que a racionalização exigia que o corpo do operário, animado pelo ritmo biológico do tempo, fosse submetido ao ritmo da máquina, animado pelo ritmo estabelecido pela racionalização. E é nesse espaço-tempo, político-institucional, que existe essa entidade contraditória que recebe um salário, tem CIC, RG e outros números, adquire direitos, soma quinquênios, escreve relatórios, assina listas de presença e quantifica os estudantes: o professor. Notem o embaraço da gerência para avaliar esta coisa imponderável que é o ensino. Avaliar pesquisa é muito fácil, porque ela pode ser quantificada: números de artigos publicados em revistas especialiazadas no estrangeiro (que valem mais), número de livros escritos. Essas são actividades pelas quais um professor ganha concursos, consegue promoções, ganha acesso à administração de projectos e à administração de recursos. Mas e o ensino? Como avaliá-lo? Número de horas/aulas dadas? Neste caso, o professor caixeiro-viajante seria o paradigma. O facto é que não pomos de critérios para avaliar esta coisa imponderável a se dá o nome de educação...
Não sei como preparar o educador. Talvez porque isso não seja nem necessário nem possível... É necessário acordá-lo. E aí aprenderemos que educadores não se extinguiram como tropeiros e caixeiros. Porque, talvez, nem tropeiros nem caixeiros tenham desaparecido, mas permaneçam como memórias de um passado que está mais próximo do nosso futuro que o ontem. Basta que os chamemos do seu sono, por um acto de amor e coragem. E talvez, acordados, repetirão o milagre da instauração de novos mundos."

Conversas com quem gosta de ensinar (2003), Rubem Alves.

Sobre ser educador



Ninguém começa a ser educador numa certa terça-feira às quatro horas da
tarde. Ninguém nasce educador ou é marcado para ser educador. A gente se faz
educador, a gente se forma como educador permanente, na prática e na
reflexão sobre a prática.

Paulo Freire

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Rio terá R$50 mi de ajuda federal após chuvas, diz Cabral

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Rio de Janeiro deve receber ainda esta semana 50 milhões de reais do governo federal para a recuperação dos 34 municípios castigados pelas chuvas, que deixaram ao menos 26 mortos no Estado, disse nesta segunda-feira governador Sérgio Cabral (PMDB).

Segundo ele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai editar uma medida provisória que liberará os recursos para o Estado, onde mais de 12 mil pessoas perderam suas casas ou foram obrigadas a abandoná-las devido ao mau tempo. Doze municípios declararam situação de emergência.

"Falei longamente ao telefone com o presidente Lula e ele autorizou a edição da medida provisória. O Estado vai solicitar 50 milhões para atender os municípios afetados pela chuva e as rodovias bloqueadas", disse o governador a jornalistas.

A quantia a ser liberada pela União é bastante inferior à solicitação inicial do governo fluminense, que era em torno de 150 milhões de reais. Outros Estados afetados pelas fortes chuvas, como Minas Gerais, também podem receber recursos federais.
"Nós queríamos mais (fundos), mas parece que o governo federal só tem 120 milhões para essa questão das chuvas. Já vamos ficar com 50 milhões, está bom, porque há outros Estados muito afetados, como Minas Gerais", afirmou o vice-governador e secretário estadual de obras, Luiz Fernando Pezão.

A Defesa Civil do Rio informou nesta segunda-feira que o número de vítimas no Estado pode chegar a 29, uma vez que há três desaparecidos na cidade de Campos, no norte fluminense.

A região serrana do Estado é a mais castigada, com 25 mortes em desabamentos e soterramentos entre as cidades de Teresópolis, Nova Friburgo, Petrópolis, Sumidouro e São José do Vale do Rio Preto.

"Ainda estamos preocupados, a situação anda complicada porque há perspectiva de mais chuva amanhã e quarta-feira. Estamos em estado de alerta", completou Pezão.

O instituto Somar Meteorologia prevê continuidade das chuvas na região Sudeste do país pelo menos até o dia 17 de janeiro, com possibilidade de piora da situação.

"A previsão não é nada animadora esta semana. O volume de chuvas não é tão elevado, mas persiste nas áreas de Juiz de Fora (MG) e serra do Rio de Janeiro", disse o meteorologista Márcio Custódio.

>>> POis é, o Governador começou o mandato pegando uma situação complicada, mas está demonstrando, pelo menos, empenho em resolver. Isso sem contar a violência no Grande Rio.

Resumo da Situação em Nova Friburgo

Aqui começou a chover no dia 31 à tarde e só parou no dia 4 às 23h. Não houve enchente no centro da cidade, mas em alguns bairros, sim. No entanto tivemos vários deslizamentos de terra, soterrando casas, matando pessoas. Hoje a Defesa Civil está preocupada com o prédio do teleférico, onde funciona o boliche, pq houve um deslizamento gigantesco e o prédio parece que está ameaçado, e abaixo dele há várias casas, daí a preocupação tão grande. Ontem à noite choveu muito, mas parou após umas 4h. Hoje o sol apareceu, mas dizem os especialistas que não é bom que o sol apareça logo após muita chuva, pq as barreiras caem com mais facilidade. Então a gente tem que torcer para ficar nublado, mas sem chuva. As piores áreas são Conselheiro Paulino e São Geraldo, mas muitos bairros foram afetados.

Friburgo vai receber ajuda do Estado e do Governo Federal

vamos torcer para que não fique só nas promessas!

Rio conta com ajuda do governo federal para vítimas da chuva

Defesa Civil fará levantamento das necessidades dos municípios atingidos

Bruno Lousada

NOVA FRIBURGO - O governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), disse neste domingo que o Estado vai receber recursos do governo federal por meio de uma Medida Provisória para recuperar as áreas atingidas pelas fortes chuvas no Rio, principalmente a Região Serrana, e dar assistência aos desabrigados e desalojados. Ele estima que a medida será editada em, no máximo, 48 horas. Só o Estado precisará de R$ 35 milhões para reparo de estradas e pontes.

"Estamos enfrentando problemas sérios do ponto de vista financeiro no Rio de Janeiro", declarou o governador. "Não tenho a menor dúvida de que o presidente da República e seus ministros sensíveis ao problema do Rio darão o apoio necessário por intermédio de uma medida provisória para suprir as necessidades do Estado".

Atendimento aos municípios

O ministro da Integração Nacional, Pedro Brito, disse que saiu da reunião com idéia do que é preciso ser feito para atender os municípios da região. "Queria aproveitar o resumo do governador para realçar um ponto importante que é a determinação do presidente Lula. A disposição do governo federal é dar atendimento às necessidades levantadas".

Segundo o ministro, o secretário Nacional da Defesa Civil, coronel Jorge Pimentel, junto com todos os prefeitos, fará neste domingo um levantamento das necessidades específicas de cada um dos municípios atingidos "para que o governo federal possa fazer a alocação correta de recursos".

"Já tem recursos liberados para atender às necessidades das pessoas desalojadas com colchonetes, cestas básicas e remédios. Temos que levantar as necessidades separando aquilo que é obrigação do Estado, e dimensionar a necessidade de recursos dos municípios, casas que precisam ser reconstruídas, acostamentos que precisam ser recuperados".

O governador desembarcou de helicóptero em Nova Friburgo por volta de 15h30. Ao lado do ministro, visitou o bairro Floresta, no distrito de Conselheiro Paulino, onde três crianças morreram soterradas depois que um barranco atingiu a casa onde moravam. Do alto de uma encosta, inspecionou a área atingida e mostrou-se impressionado com os estragos causados pelas chuvas. No local, disse que tomaria providências.

domingo, janeiro 07, 2007

Sol em Nova Friburgo, a beleza da cidade está de volta


Hoje à tarde o sol resolveu aparecer pela 1ª vez este ano em Nova Friburgo. Apesar da dor das mortes e perdas, a cidade continua linda! Na minha opinião é a cidade serrana mais linda que conheço. Não nasci aqui, mas a beleza da cidade me encanta. A melhor forma de ajudar a cidade é viajando para cá, conhecendo as belezas da cidade, gerando empregos preciosos.

Rio de Janeiro - A Prefeitura de Nova Friburgo, na região serrana do Rio, informou que, neste momento, o tempo é bom no município onde na tarde de hoje (7) o governador Sergio Cabral reúne-se com o secretário nacional de Defesa Civil, Jorge Pimentel, e com prefeitos da região.

Apesar disso, a cidade está em estado e cerca de mil pessoas trabalham para reparar os estragos provocados pelo temporal, que tem como saldo 11 mortos, 56 casas destruídas, 85 imóveis interditados e 282 pessoas desabrigadas e desalojadas. Em todo o Estado são 16 mil desabrigados e desalojados.

O comerciante Marcio Barros, de 38 anos, é um dos desalojados. Sua casa foi interditada pela Defesa Civil municipal por conta do risco de desabamento de uma encosta localizada acima do imóvel. Desde quinta-feira, ele e a mãe de 66 anos estão abrigados em uma das seis escolas municipais destinadas a receber vítimas das chuvas.

Todo mundo está vestindo uma única bandeira, que é a bandeira da solidariedade. As pessoas têm ido às escolas, têm levado mantimentos. A solidariedade tem sido muito forte, em função da dor das pessoas que perderam seus familiares e suas casas e que tiveram seus lares desabados. A população está triste, mas ao mesmo tempo quer colaborar, disse Barros.

sábado, janeiro 06, 2007

Donativos para os desabrigados de Nova Friburgo - você pode ajudar

Associação Comercial recolhe donativos para os desabrigados

Alimentos e colchonetes são os itens de mais necessidade

A Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Nova Friburgo – Acianf está promovendo uma campanha para recolhimento de donativos para as famílias desabrigadas decorrentes das fortes chuvas dos últimos dias. Quem puder doar alimentos não perecíveis, principalmente leite em caixa e biscoitos, roupas e colchonetes podem comparecer a Av. Alberto Braune, 111 – sobrado – no centro da cidade. A exemplo dos anos anteriores, a entidade sempre busca atender as pessoas que necessitam de ajudar nesses momentos de calamidade. Para o presidente da Acianf, Cláudio Verbicário, a Associação Comercial tem uma ótima articulação com a imprensa e com os seus 1.500 associados, sempre conseguindo ajudar a cidade, principalmente nesse período de fortes chuvas. “Estamos empenhados em apoiar no que for possível. O nosso Vice-Presidente de Turismo e Serviços, José Alexandre Almeida, está coordenando esta campanha e vamos solicitar também o apoio de vários empresários”, resume Verbicário.

José Alexandre está em contato permanente com a Secretária de Assistência Social do município, Maria José Vieira, e já mobilizou uma equipe de voluntários para em conjunto com a Secretaria dar atendimento às famílias mais necessitadas. “Estamos sempre a disposição da cidade para ajudar em momentos difíceis, sempre esperamos não ter que solicitar este tipo de apoio, mas em vista da situação que a cidade atravessa, temos um dever social de apoiar o próximo. Estou também mobilizando todo o setor de turismo para que contribuam também com as famílias”, explica José Alexandre.

Mais informações sobre outras formas de apoio basta entrar em contato com a Associação Comercial, pelos telefones (22) 2522.1145, 2533.0059 e 9225.7843

Um casal é 1+1

Este texto é o prefácio da excelente cronista Martha Medeiros a respeito do amor.

Martha Medeiros*

A porta se abre. Ela entra primeiro, e ele logo atrás. Alinham-se e continuam a caminhada festa adentro, acabaram de chegar. Quem são eles? Um casal, apenas. E não importa que haja uma infinitude de casais formados no planeta: sempre que estamos diante de um, algum magnetismo ele nos provoca.


Um casal nunca é uma unidade, por mais que se tenha tentado difundir a idéia absurda de "dois em um". Esta teoria serve para aparelhos eletrônicos, não para seres humanos. Um casal é formado por duas individualidades que, num determinado momento, cruzaram seus olhares e a partir disso potencializaram suas vidas. Uma das minhas distrações prediletas é observar um casal na fila do cinema ou namorando na beira da praia e pensar: em que circunstância um interceptou o caminho do outro? Talvez tenham sentado lado a lado num avião, talvez tenham se cruzado dentro de um hospital, quem sabe até se odiaram à primeira vista. Quem terá dado o primeiro passo para iniciar uma relação que selou seus destinos?

Este livro que você tem nas mãos conta um pouco sobre os bastidores amorosos de casais notórios. Lampião, o cangaceiro vingativo e violento, era também romântico a ponto de ter casado com Maria Bonita, primeira mulher a marcar presença no interior do sertão. Salvador Dalí, o gênio do surrealismo, inverteu a ordem natural das coisas: enquanto na Espanha era costume as esposas assinarem seus nomes como se elas fossem propriedade dos maridos (esperava-se que Gala assinasse "Gala de Dalí"), ele é que passou a assinar "Dalí de Gala".

Jorge Amado foi aconselhado por um amigo a não se aproximar de Zélia Gattai porque não era mulher pro bico dele, e ainda bem que homens apaixonados não escutam ninguém. Yoko Ono é acusada até hoje de ter sido o pivô do fim dos Beatles, mas a verdade é que ela e o finado Lennon seguem sendo um dos casais mais emblemáticos do século 20. Napoleão só pensava em guerra? Que nada, era em Josefina que sua cabeça estava o tempo todo, mesmo quando ele batia ponto nos campos de batalha. O que estes artistas, imperadores, heróis, mártires e justiceiros têm a ver com o resto da humanidade? Sabiam que a solidão não soma, apenas subtrai.

Um casal é 1 + 1. Uma tímida com um extrovertido. Um esportista com uma intelectual. Uma sonolenta com um boêmio. Um duro com uma ricaça. São muitos homens e mulheres (e demais arranjos) com bem mais diferenças do que afinidades: almas gêmeas é coisa que não existe, lamento informar. As combinações são sempre bombásticas e efervescentes, pelo simples fato de que ninguém nasceu para ninguém, apenas temos a sorte de vivenciar um encontro que muda o rumo da nossa história. Todo casal é transgressor, todo amor margeia o impossível. Por mais que as revistas tentem dar dicas de sobrevivência conjugal e sinalizem sobre como deve ser um casamento perfeito, a verdade é que cada dupla estabelece suas próprias regras e ninguém consegue catalogá-las: todos os casamentos estão fora dos padrões. Nada é mais exclusivo e dinâmico que um casal. A não ser que já não seja um casal, que os dois tenham se transformado

em 1 - 1.

Este livro relembra affairs que se tornaram romances célebres e marcaram época. Numa análise ligeira, parece uma seleção de poucos eleitos que viveram o idílio de uma paixão inesgotável. Mas vamos ser justos: não há entre nós, simples mortais, quem não tenha vivido também uma bela história pra contar.

* Prefácio do livro "Casais - Histórias de amor que resistem ao tempo", da Editora Nova Fronteira

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Emergência em Nova Friburgo - Precisamos de Ajuda!


A prefeita de Nova Friburgo, na região Serrana do Rio, Saudade Braga, decretou na tarde desta quinta-feira (4) estado de emergência no município. Cem pessoas estão desabrigadas, 19 casas foram interditadas e duas soterradas, de acordo com a Secretaria de Comunicação.

As chuvas que atingiram Nova Friburgo nos últimos dias já causaram onze mortes. Sessenta pessoas estão desabrigadas e 71 desalojadas. A prefeitura informou que está aceitando doações de colchonetes, agasalhos e alimentos para as vítimas.

Os que não podem voltar às suas casas estão alojados em seis escolas municipais: Demerval Barbosa Moreira, Odete Penna Muniz, Padre Rafael, Parque das Flores, Escola Municipal de Riograndina e Creche Lazaretto.

Entre os mortos estão três crianças: Clarice Ferreira, de sete anos Maurício Ferreira de Souza, de oito anos e Fabrício Ferreira de Souza, de 10 anos que morreram em decorrência de um desabamento no bairro Alto da Floresta. A outra morte é Vilma da Rocha, de 50 anos, moradora de Jardilândia.

Dez pessoas estão internadas no hospital municipal Raul Stern com traumas e escoriações por conta de desabamentos.

ESTRADA

A chuva forte que cai há cinco dias consecutivos na região Serrana vem fazendo estragos na localidade. Uma barreira caiu, na quinta-feira (4), na altura do km 76 da Rodovia RJ-116, que liga Itaboraí-Nova Friburgo-Macuco, e deixou a via parcialmente interditada.

O trânsito está fluindo em meia pista. Operários trabalham com o auxílio de máquinas e caminhões para a desobstrução da rodovia.

Segundo a concessionária Rota 116/AS, que administra a rodovia, ainda não há previsão de liberação total da estrada.

De acordo com a Polícia Rodoviária Estadual, o bairro de Muri, em Nova Friburgo, está sem luz e sem telefone, o que dificulta o contato com a localidade.

A RJ-130, que liga Nova Friburgo a Teresópolis, está interrompida no quilômetro 17 nos dois sentidos, em Teresópolis, devido à queda de barreira.

O que é Fitoterapia?


É a cura através das plantas. Esquecidas durante muito tempo pelos ocidentais, as ervas medicinais hoje reassumem seu papel como o mais valioso recurso terapêutico oferecido pela natureza.

A Fitoterapia consiste no conjunto das técnicas de utilização dos vegetais no tratamento das doenças e na recuperação da saúde. Comporta numerosas escolas que estudam e empregam as plantas medicinais, das mais simples e empíricas, às cientificas e experimentais.

Como método terapêutico, a Fitoterapia faz parte dos recursos da medicina natural e está presente também na tradição da medicina popular e nos rituais de cura indígenas. Em sua forma mais rigorosa, abrange os princípios e as técnicas da botânica e da farmacologia.

Embora muitas pessoas ignorem a importância das plantas medicinais, sabe-se que toda a farmacologia tem como base exatamente os princípios ativos das plantas. Na verdade, a farmacologia moderna não existiria sem a botânica, a toxicologia e a herança de conhecimentos adquiridos através de séculos de prática médica ligada ao emprego dos vegetais.

Apesar do avanço da tecnologia, que diariamente cria novos compostos e substâncias sintéticas com poderes medicinais, mais de 40% de toda a matéria-prima dos remédios encontrados hoje nas farmácias continua sendo de origem vegetal.

Portanto, a Fitoterapia é um recurso de prevenção e tratamento de doenças através das plantas medicinais. É a forma mais antiga e fundamental de medicina. A cada dia, as plantas ganham seu espaço como aliadas no reequilíbrio físico do ser humano. É uma terapia com a propriedade de auxiliar na cura de males profunda, integral e não-agressiva, pois estimula as defesas naturais do organismo e reintegra o ser humano às suas raízes.

As plantas medicinais vêm sendo usadas por todos os povos e culturas, desde a antiguidade, como principal forma de tratamento e manutenção da saúde. Isto, por si só, é considerado uma prova de eficácia pela Organização Mundial de Saúde. Atualmente, com o desenvolvimento da tecnologia, aliado ao interesse em se confirmar o conhecimento da medicina popular, as plantas medicinais estão tendo seu valor terapêutico pesquisado e ratificado pela ciência e seu uso pelos médicos vem crescendo.

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Homeopatia X Florais de Bach

Erward Bach
Muita gente confunde os Florais cde Bach com Homeopatia. Edward Bach era um médico homeopata inglês, e criou um sistema novo de tratamento, usando flores.

Os Florais de Bach - preparados líquidos e naturais, feitos a partir de flores de arbustos e árvores silvestres - não são iguais aos remédios homeopáticos. Veja as diferenças:

# Na Homeopatia, forma terapêutico-médica de tratamento que estuda o corpo como um todo e não trata as doenças ou sintomas isoladamente, há vários níveis de diluições de remédios. Nas essências florais, há somente um nível de diluição;

# A Homeopatia trabalha com os três reinos: mineral, vegetal e animal. As essências florais trabalham apenas com o reino vegetal;

# A Homeopatia pode agir no físico, no mental e no emocional. As essências florais atuam especificamente no emocional (refletindo em outros corpos ou níveis).

# Os remédios homeopáticos são prescritos pelo princípio da semelhança. Por exemplo: o veneno de abelha (apitoxina) causa inchaço e irritação na pele e é usado homeopaticamente para tratar sintomas parecidos, como alergia.
Já a prescrição dos Florais de Bach é mais intuitiva. O terapeuta tem que detectar o problema emocional do paciente, para receitar os florais.

Fontes: Flávio Dantas, clínico geral, com formação homeopática, e Josef Karel Tlach, terapeuta floral e ex-professor da Fundanção Edward Bach, da Inglaterra.

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Sono e Depressão em Crianças « Saúde Alternativa

Sono e Depressão em Crianças « Saúde Alternativa Há uma relação importante entre depressão e distúrbios do sono em crianças.

QUAL É A MELHOR ESCOLA PARA SEU FILHO?

Nesta época do ano, muitos pais estão preocupados em decidir uma escola que seja a ideal para seu filho. ESte artigo abaixo, publicado na revista Época é de grande valia.

A escola ideal é aquela que mais se aproxima de seus valores, expectativas e exigências. Você pode escolher entre uma infinidade de opções. Algumas escolas são mais exigentes em relação à disciplina, por exemplo. Outras dão mais liberdade aos alunos. Há aquelas que enfatizam o conteúdo. Muitas privilegiam as ciências e a tecnologia. Algumas valorizam a arte. E se você consegue definir exatamente o que procura, se você sabe o que quer para seu filho, então fica tudo mais fácil. Não existe uma única escola que seja capaz de atender aos anseios de todos os pais e alunos. Cada escola é um mundo e cada criança uma individualidade. A sabedoria dos pais, nesse caso, consiste em conseguir a união que mais se aproxima do ideal. Isso é possível colhendo informações sobre a escola onde você pretende matricular seu filho. Você deve visitá-la para conhecer as instalações e seu método pedagógico.
Na hora de escolher uma escola, leve em conta certos fatores:

PROXIMIDADE
Uma escola próxima de casa facilitará muito sua vida. Você vai gastar menos tempo com locomoção e evitará o desgaste de enfrentar o trânsito. Se há uma escola melhor, situada um pouco mais distante, procure avaliar se a qualidade de ensino oferecida por ela compensará seus gastos adicionais.

Número de alunos por sala
Turmas de poucos alunos facilitam o trabalho individualizado e criam ambientes mais aconchegantes, principalmente para as crianças menores. A partir da 5a série o estudante geralmente prefere uma turma mais numerosa. Consulte seu filho.

Disciplina rígida
Há escolas com disciplina rígida, que definem claramente os limites do aluno e impõem severas regras de conduta. Você pode escolher uma escola assim se quiser que seu filho se submeta a uma autoridade, seja para reprimir seu comportamento rebelde, ou para que ele viva de maneira mais organizada. No entanto, não tente transferir para a escola a autoridade que deve ser sua.

Disciplina consciente

Algumas escolas procuram desenvolver no aluno a responsabilidade por suas atitudes e comportamento. Dão aulas de ética e ensinam o respeito ao semelhante e ao patrimônio. Estabelecem normas de disciplina a partir de acordos com os alunos. As regras de convivência assim definidas estimulam a consciência da cidadania

Escola grande

Escolas com muitos alunos obviamente arrecadam mais e têm condições de oferecer inúmeras atividades extracurriculares, como teatro, música, esportes, informática. Em geral, as escolas particulares complementam o trabalho de sala de aula com material impresso, seja produzindo uma simples apostila ou até mesmo editando livros. Seus professores costumam passar por treinamentos constantes. Por serem grandes, entretanto, essas escolas perdem a capacidade de oferecer atenção individualizada.

Escola pequena

O atendimento individualizado é a grande vantagem das escolas menores. Elas se apresentam acolhedoras para as crianças, o que dá mais segurança emocional. Por terem número reduzido de alunos, arrecadam menos. E para que possam fazer investimentos em infra-estrutura e apoio pedagógico, muitas vezes necessitam manter as mensalidades num patamar mais alto. Sua qualidade de ensino pode ter um custo elevado. Instalações A boa escola deve oferecer biblioteca, laboratórios, quadras, amplo espaço para lazer e esportes. Quanto aos computadores, devem estar na sala de aula como apoio a projetos pedagógicos.

Língua estrangeira

Para ser eficiente, o ensino de uma língua estrangeira deveria começar bem cedo, aos 2 ou 3 anos de idade, com brincadeiras e canções. Quanto mais jovem é o aluno, mais facilidade encontrará para aprender. Depois dos 10 anos, as dificuldade começam a aumentar. Alguns especialistas argumentam que a alfabetização pode ser prejudicada com o ensino simultâneo de uma língua estrangeira. Importante é que a criança não fique sobrecarregada.

Corpo docente

Professores com mais idade representam melhor formação e experiência. Por outro lado, podem oferecer resistência a inovações.Porém há um grande número de professores com mais idade e que produzem ,canalizam, efeitos fantásticos de aprendizagem com seus alunos, pois estes procuram capacitar-se constantemente. Professores jovens geralmente têm mais energia para trabalhar com crianças e maior flexibilidade para aceitar novas orientações pedagógicas. No entanto, podem necessitar de acompanhamento constante.

Escola pública ou particular ?

Discute-se muito a qualidade do ensino da maior parte das escolas públicas. Deve-se levar em consideração que a escola pública está recebendo atenção especial do governo e da sociedade. Muitas estão sendo melhor aparelhadas. E os professores passando por reciclagem. Em vários municipios as escolas públicas do ensino fundamental estão sendo municipalizadas, o que garante ao aluno, à familia um acesso maior e mais rápido se soluciona um problema quando houver. Já a escola particular carrega a fama de ser cara. Quanto mais equipamentos e profissionais especializados tiver, maior a despesa. Conseqüentemente, a mensalidade será mais alta. Algumas oferecem bolsas ou descontos especiais, dependendo do caso. O importante é que a família acompanhe o desenvolvimento do aprendizado do seu filho em qualquer instituição, se interesse, comparecendo as reuniões, sendo participante da vida escolar

Mudança de escola

É recomendável que a criança não mude de escola até chegar à 4a série. A alfabetização começa na pré-escola e continua nas primeiras séries do 1o grau. Nessa fase não é interessante mudar.Embora no Brasil há um consenso curricular, em escolas públicas é obrigatório o aluno cursar sete matérias(Mat.Port.Ciencias.Geografia,Ed.física,Ed.artistica,história),Cada professor tem sua metodologia, sua maneira de ensinar, e se não houver empatia entre alunoxprofessor,profxaluno, alunox aluno, com certeza a alfabetização será prejudicada. Ao passar para a 5a, a mudança é mais tranqüila, mas deve ser duradoura. Por isso é importante escolher bem a escola de seu filho.

ESCOLHER UMA ESCOLA : tradicional ou moderna

Escolas tradicionais costumam ter modelo pedagógico mais consolidado, além de trabalhar com professores experientes. Considere, porém, que podem levar mais tempo para incorporar inovações pedagógicas. Escolas modernas têm um entusiasmo natural. Seus profissionais trabalham com motivação e estão mais abertos ao debate pedagógico. Os alunos sempre ganham com isso. Avalie a possibilidade de exceções e de mudanças nesse panorama.

Conheça alguns métodos pedagógicos utilizados nas escolas:

Construtivismo

O construtivismo surgiu a partir das idéias do filósofo Jean Piaget (1896-1980). Chegou ao Brasil na década de 70, quando foram criadas algumas escolas conhecidas como experimentais ou alternativas. Elas procuravam dar prioridade à maneira pela qual o aluno compreende o mundo. Todas valorizavam o modo como o estudante descobre suas habilidades. Assim, o desenvolvimento intelectual passou a ser tratado como a capacidade que a criança tem de se adaptar ao meio. E as aulas se desenvolviam guiadas pela curiosidade dos alunos.
A experiência acabou se transformando em alvo de críticas, pois logo ficou evidente que era difícil estabelecer metas, que ficavam condicionadas ao interesse do aluno por algum assunto. A aplicação do construtivismo, no entanto, possibilitou a formação de crianças capazes de ir além do mero conhecimento assimilado. Elas se tornaram mais críticas, opinativas e investigativas. Esse resultado fez com que muitas escolas passassem a adotar o construtivismo associado a outras técnicas pedagógicas.
Hoje, a principal associação está vinculada ao conteúdo, que nada mais é do que a informação transmitida. Verifica-se, portanto, o aumento na oferta de atividades extraclasse, de cursos de línguas e de informática, por exemplo.
Essa tendência agrada a alguns pais, que desejam preparar os filhos para a crescente competitividade no mercado de trabalho. Outros acabam ficando preocupados com uma possível sobrecarga à qual os filhos serão submetidos.

Construtivismo pós-piagetiano

Aluna de Jean Piaget, a argentina Emilia Ferreiro aplicou as idéias de seu professor também no campo da escrita e da leitura. Seus estudos a levaram a concluir que a criança é capaz de se alfabetizar sozinha, desde que imersa em ambiente propício. Antes mesmo de ir à escola, a maioria das crianças descobre as regras da língua escrita: sabe que a leitura se dá da esquerda para a direita e entende que as letras reproduzem os sons da fala. Emilia Ferreiro, em estudos realizados com Ana Teberosky, percebeu que todas as crianças, ao aprender a ler e escrever, passam pelas mesmas fases.
Essas fases determinam o tipo de erro que cometem. Tais descobertas levaram a uma revolução nas formas mais tradicionais de alfabetização, ou seja, aquelas que utilizavam cartilhas, nas quais apareciam apenas fragmentos da língua escrita. Atualmente, o material didático e também a organização das aulas estão completamente mudados na maioria das escolas brasileiras. Isso, graças à teoria do construtivismo e às idéias dos teóricos pós-piagetianos.

Maria Montessori



Pragmatismo

O pragmatismo, ou instrumentalismo, foi elaborado no início do século pelo educador norte-americano John Dewey (1859-1952). É um modelo de educação que se baseia na idéia de que a inteligência é um instrumento.
Assim, privilegia a resolução de problemas e a ciência aplicada. Opõe-se ao ensino europeu clássico, mais abstrato e dirigido às áreas de humanidades e filosofia. Na década de 20, influenciou o movimento da Escola Nova, que, no Brasil, tentou a reforma do ensino introduzindo métodos ativos de participação dos alunos na sala de aula.

Ensino tradicional

O que se entende por ensino tradicional é o resultado de inúmeros métodos pedagógicos. Talvez o mais evidente deles seja o conteudismo, centrado na figura do professor encarregado de transmitir cultura. Seu sistema de avaliação procura medir a quantidade de informação absorvida pelo aluno.
Esse modelo de ensino foi difundido pelas escolas públicas francesas a partir do Iluminismo, no século 18. Tinha por objetivo universalizar o acesso do cidadão ao conhecimento. Foi considerada acrítica e ultrapassada durante as décadas de 60 e 70, mas tem conquistado prestígio atualmente, mesmo nas escolas que já foram construtivistas. Seus defensores enfatizam que não há como formar um aluno crítico e questionador sem uma sólida base de informação.

Pedagogia Waldorf (Antroposofia)

Este método de ensino baseia-se nos ensinamentos do filósofo alemão Rudolf Steiner (1861-1925). Trabalha em conjunto três aspectos do desenvolvimento da criança: o físico, o individual e o social. Os alunos são agrupados por faixas etárias, pois Steiner ensinava que cada idade tem necessidades específicas a serem atendidas. O aluno waldorfiano permanece na mesma turma dos 7 aos 14 anos. Como o ritmo biológico não pode ser alterado, não há repetência.
O método dá a mesma importância às formações ética, estética e acadêmica.
Chama-se Waldorf, pois os primeiros alunos de Rudolf Steiner foram funcionários da fábrica Waldorf Astoria, na Alemanha.
A pioneira na aplicação da pedagogia Waldorf no Brasil é a escola Waldorf Rudolf Steiner, de tradição alemã, fundada em 1956. Outras três escolas, em São Paulo, adotam a mesma metodologia.

ENTÃO COMO SABEREI QUAL É A ESCOLA IDEAL PARA MEU FILHO?

Uma boa escola deve ser conhecida pelo ensino de qualidade.
Deve ter propostas de ensino que convençam você.

Além do boletim escolar, deve lhe oferecer outras formas de acompanhar o aproveitamento de seu filho.

Deve permitir que você acompanhe o processo de aprendizagem.

Deve atualizar as disciplinas em função dos acontecimentos do mundo.

Deve reconhecer a importância do aprendizado de uma segunda língua.

Deve oferecer recursos tecnológicos e saber utilizá-los para ensinar.

Deve estimular o raciocínio, a criatividade, a iniciativa.

Deve oferecer atividades esportivas. Deve estar preparada para socorrer o aluno rapidamente em caso de acidente.

Deve preocupar-se com a higiene. Deve contribuir para a formação do caráter e dos valores dos jovens.
Deve oferecer suporte ao desenvolvimento emocional dos alunos.
É importante que você conheça os professores do seu filho.
É importante saber se esses professores costumam faltar.
É importante saber se eles procuram atualizar-se por meio de cursos e treinamentos.
É importante que você conheça os colegas do seu filho.
É importante que você confie no sistema de segurança da escola.
É importante que você considere mais como investimento do que como despesa o pagamento da mensalidade da escola.

É IMPORTANTE QUE SEU FILHO SE SINTA FELIZ ESTUDANDO E VÁ PARA A ESCOLA COM VONTADE E ALEGRIA